Domingo no final da tarde
Ponto de vista de SuYi
Chegamos em casa e Tomoyo estava devidamente instalada em um dos quartos. Dongmei chega mais tarde junto com Meifen para ficarem atentas às eventuais necessidades de Tomoyo quando estivermos no trabalho. Eu sei que muitas coisas entre Tomoyo e Tatsuo ficaram sem ser ditas por conta da minha presença e intromissão. Por isso, quando chegamos em casa, peguei Ayumi e fomos brincar um pouco na piscina.
Ponto de vista de Tatsuo
Eu tinha muitas coisas ainda para dizer a Tomoyo, mas com Ayumi ali, demandando atenção, estava difícil. SuYi parece que advinhou, porque levou Ayumi para brincar, e me deixou à vontade com Tomoyo.
- Tatsuo, você tem um namorado maravilhoso! Fico muito feliz por você! Não vou mentir que me sinto melhor cercada das pessoas que amo, mas ainda assim me sinto uma intrusa.
- De uma coisa eu tenho certeza. SuYi jamais faria nada que ele não quisesse. Então não se preocupe com mais nada além de se curar. Há quanto tempo você sabe que está doente?
- Desde antes de Saori... você sabe... - e ela começa a chorar. É a primeira vez que vejo Tomoyo chorando por Saori. Ela se esforçou tanto em ser forte por minha causa e de Ayumi, que deve ter sido realmente muito difícil para ela ter que enfrentar tudo sozinha.
- Tomoyo, promete para mim que, de agora em diante, você me conta tudo? Eu gostaria que você desse permissão a Meilin para conversar comigo sobre seu quadro clínico. Por favor, não esconde mais nada de mim, sim?
- Tudo bem, Tatsuo, eu falo com a dra. Zhao, mas eu quero que você me prometa uma coisa: se não houver mais esperança para mim, você me deixa ir? Está claro que o SuYi ama você e Ayumi. Você tem um lar, uma família, agora. Por favor, quando chegar a hora, me deixe ir...
- Você quer dizer, SE chegar a hora, não é? Ou você já desistiu de lutar?
- Eu ainda não desisti, propriamente, mas estou muito cansada Tatsuo. Cansada de esperar um grande amor, cansada de me sentir só... Eu sei, eu sei, desculpe não quis menosprezar nossos laços de amor. Mas você entende o que eu quero dizer? Quando a gente perde demais, acaba perdendo também as esperanças. Eu sei que tenho um bom emprego, e tenho você e Ayumi. Mas vocês tem a própria vida e no final do dia eu volto para minha casa vazia.
- Eu te amo, Tomoyo. Da mesma maneira como amava Saori. E eu te entendo. Eu posso prometer que vou deixar você ir, mas não posso prometer que não vai doer, que eu não vou sofrer muito, que não vou sentir saudades. Você é importante demais para mim.
- Eu também amo vocês demais!
Nosso abraço é apertado, longo, cheio de dor e tristeza, mas também cheio de amor e esperança.
Ponto de vista de SuYi
Brincar com Ayumi é maravilhoso. Eu estava me divertindo e ao mesmo tempo dando a Tatsuo e Tomoyo a oportunidade de conversarem. De repente ouço a campainha tocar. Não pode ser Dongmei porque ela tem a chave. Mas então, quem?
Pego Ayumi no colo e vou com ela até a porta. E qual não é minha surpresa ao abrí-la e dar de cara com...
- Fùqïn!
- Oi Fùqïn!!! - Diz Ayumi com um sorriso enorme no rosto. E eu não posso deixar de dar risada.
- Olá, menina linda! SuYi me chama de fùqïn, mas você pode me chamar de zufu, está bem? Como você se chama? - Vejo meu pai perguntando, mas tenho certeza de que ele já sabe por causa de Meilin.
- Eu me chamo Ayumi.
- Que nome lindo!
- Eu gosto de você! - Diz Ayumi sorrindo e estendendo os braços para ele. E ele a pega no colo, exatamente com faz com os meninos.
- Entre, fùqïn. Que bom que você veio!
- Você deve saber porque eu vim.
- Acredito que sim.
- Você mora aonde? - Pergunta Ayumi, curiosa.
- Eu moro perto daqui.
- Eu moro com meu ojisan, mas agora vamos morar com shushu SuYi e a juushi Tomoyo. Você quer vir morar com a gente também? - Ela pergunta, colocando os bracinhos ao redor de seu pescoço.
- Obrigada, Ayumi, mas eu vou continuar morando em minha casa. Eu posso vir visitar você sempre. Que tal?
- Sim!!!! Eu posso visitar você também?
- Claro que pode, meu bem!
- Eba!!!
Neste momento chegam Dongmei e Meifen. Peço a Meifen que pegue Ayumi e vou com fúqïn para o meu escritório.
- Então, fùqïn...
- SuYi, eu não estou aqui para dar sermões, até porque você já tem 28 anos. Eu estou aqui porque Meilin está preocupada.
- O que foi que Meilin disse a você?
- Ela apenas me disse que você está apaixonado por um de nossos funcionários, que recentemente ficou com sua pequena sobrinha para cuidar. E que ao invés de você tentar ajudá-lo através da empresa, você meteu os pés pelas mãos. Agora deixe-me perguntar: o funcionário a quem Meilin se referiu é o mesmo com quem você estava aos beijos em sua sala no outro dia?
- Fùqïn! Você... viu?
- Sim. Venha aqui, SuYi. - E eu me aproximo dele. Meu pai sempre foi um homem sério, mas era também muito amoroso. - Estar apaixonado nos faz perder a razão. O que me preocupa não é isso. Minha preocupação é com o tesouro que Meifen acabou de levar daqui. Ela já perdeu seus pais e está claramente ligada à você. Se por acaso não der certo entre vocês, espera, me deixa terminar... se por acaso não der certo, como ela vai ficar? Se eu entendi bem, eles estão se mudando para cá com você. Estou certo?
- Sim fùqïn, eles vieram para cá. Tirando Ayumi, a única parente viva de Tatsuo é sua prima, Tomoyo, que está com câncer e está muito fraca. Ela não tem ninguém para ajudá-la, então eu os trouxe todos. Eles já passaram por muito sofrimento. Eu quero ajudar. Eu amo Tatsuo e amo Ayumi. Eu quero ser a família deles. Eu e Tatsuo já conversamos sobre isso. E Tomoyo é importante para eles, portanto é importante para mim também. A médica de Tomoyo é Meilin.
- Estou vendo que criei um homem responsável. Mas não se esqueça, SuYi: adultos têm a capacidade de lidar com a perda de forma diferente das crianças. Cuide bem de seus amores e cuide bem de sua filha. Porque é isso que Ayumi é agora para você: sua filha.
- Obrigado, fùqïn.
- Eu gostaria muito de conhecer seu namorado, mas sei que hoje não é um dia bom. Quem sabe não podemos marcar um dia todos juntos? Com Meilin, Yu, os meninos... e até mesmo Tomoyo? E, mais ainda, gostaria de passar tempo com aquela linda menina. Será que ela vai me chamar de zumu?
- Acredito que sim. Ela adorou você. - digo sorrindo para meu pai, que me abraça.
- Então eu vou embora agora. Deixo vocês mais à vontade.
Quando deixamos meu escritório, Meifen está com Ayumi na sala. Ayumi imediatamente corre para fùqïn e diz:
- Já vai embora? Não quer brincar comigo?
- Bonequinha, o zufu precisa ir embora agora, mas ele vai voltar! Não é mesmo, fùqïn?
- Claro que sim! Eu posso ganhar um abraço? - E ele se abaixa para que Ayumi possa abaraçá-lo.
- Beijinho também! - Diz Auymi tentando alcançar as bochechas de meu pai. Aquela cena era, sem dúvida alguma, a mais linda que eu já tinha visto.
Quando meu pai levanta a cabeça, vejo seus olhos marejados.
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Persuasão (Livro 2 da Série Akai ito)
RomancePLÁGIO É CRIME! Estória original, escrita por mim, com personagens de minha autoria. Proibida a reprodução total ou parcial!!!!! Quando você se vê desesperado e sem saída, e alguém te oferece uma solução cujo preço pode ser alto demais, o que você f...