Selvagem

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Ponto de vista do Bernardo

Acordar no sábado com o corpo de Miguel grudado ao meu era muito bom. Eu sei que ele ainda está ressabiado comigo e até tem razão. Eu fui muito mau com ele. Só que eu quero que ele veja meu mundo e faça parte dele também. Hoje à tarde tem ensaio de dança e eu costumo ajudar meu ex professor com os alunos. Quero levar Miguel junto. Ele se mexe ao meu lado e abre aqueles olhos verdes maravilhosos.

- Bom dia. - Ele parece um pouco tenso. E uma vontade enorme de provocá-lo toma conta de mim...

- Bom dia. Você acorda sempre tão perfeito assim? Cabelo arrumadinho, cheiroso...

- Bernardo! Já vai começar???!!

- Mas eu não fiz nada! Vem tomar banho comigo!!!!

Foi só entrarmos no box e eu ligar o chuveiro que começo a jogar água em seu rosto.

- Ei!!!!!

- O que foi? - Pergunto me fingindo inocente.

- Está jogando água em mim de propósito???!!!

- Qual o problema? Você está no banho! Até fazia parte da equipe de natação na faculdade! O que é? Não pode estragar seu cabelo? Vai manchar a maquiagem? - Eu vejo seu rosto ficar vermelho e eu passo minha língua por meus lábios...

- BERNARDO!!!

- Sim, Miguel... Aliás, você tem nome de anjo! Anjo Miguel! Acho que vou te chamar de anjinho daqui para frente...

- Quer parar de me provocar? - Eu vejo que ele está ficando irritado, mas também ereto.

- Se eu não parar, você vai fazer o quê? Jogar água em mim? Bagunçar meu cabelo? Me socar? Um anjinho como você não pode fazer essas coisas malvadas. Já alguém como eu...

E eu agarro seu pênis e começo a masturbá-lo com vontade, cravando meus dentes naqueles lábios deliciosos. Ele geme e me agarra a bunda, se esfregando em mim. Pronto, o dia já começou maravilhoso...

Já era hora do almoço quando finalmente conseguimos nos vestir.

- Bernardo, eu tenho que ir...

- Por que? Fica comigo! Eu queria te mostrar uma coisa... fica vai... eu prometo que vai valer a pena... O almoço é por minha conta! - E sorrio para ele.


Ponto de vista do Miguel

O Bernardo não parou de me provocar, mas há algo diferente nele desde o incidente de ontem no bar. As provocações de agora não são belicosas, mas sim sensuais, cheias de promessas de carícias e sexo. E ele sorri para mim, não como ele sorri para todo mundo. É como se eu ganhasse um sorriso exclusivo, só meu, que ninguém mais no mundo vai ter. Quando ele me pede para ficar, eu hesito. Eu não quero ficar confortável demais, caso ele se arrependa e volte a ser como antes. Mas ele me deixa curioso com o que ele quer me mostrar. E eu fico.

Ele me leva para almoçar fora.

- Desculpa, eu ia fazer compras ontem, mas acabei seguindo um cara até um bar e as compras ficaram esquecidas. Mas eu prometo que da próxima vez eu vou cozinhar para você, tá bem? - Eu devo ter feito uma cara de incredulidade porque ele diz logo em seguida.

- Eu sei cozinhar! Juro! Faço pratos bem gostosos! Você gosta de comer o quê? - Eu juro que na hora eu ia dizer: você, mas por sorte me contive.

- Eu gosto de comida em geral, mas comida tailandesa é uma de minhas favoritas.

- Eu sei fazer alguns pratos. Vamos experimentar? Que tal fim de semana que vem? - Honestamente, eu tenho a sensação de que bati minha cabeça e estou tendo delírios. Bernardo está tão... ora ora, não consigo encontrar uma palavra para defini-lo.

- Vamos? - Ele me diz estendendo a mão. E sem esperar resposta, me segura pelo pulso e me leva até alguns quarteirões adiante. Paramos em frente a um prédio antigo, de tijolos vermelhos e janelas grandes.

- Isso é...

- Bem vindo ao estúdio de dança onde eu fiz aulas e agora ajudo meu professor! Queria que você visse como é a rotina de um bailarino. Se bem que agora eu já não participo mais de competições e a dança é apenas um hobby para mim. Mas vamos entrar! - Ele me sorri e me leva para dentro.

Fazemos um tour pelo estúdio inteiro e por último chegamos à sala de dança, onde um grupo está se preparando.

- Oi pessoal! - Diz Bernardo, animado.

- Oi Bernardo! Meu Deus, quem é esse Adônis com você? - Pergunta um dos rapazes.

- O Adônis tem nome: Miguel. E tem também dono: eu! - Eu aceno timidamente pra o grupo. Eu não sou de ficar tímido, mas desta vez Bernardo me deixou sem jeito.

- Que isso Bernardo, precisa ser tão possessivo?

- Com ele? Sempre! - E me olha de forma que eu me sinto corar até a raiz dos cabelos. Ele me leva até uma cadeira, no canto da sala e me dá um beijo nos lábios que me arrepia todo. - Só vai demorar um pouquinho. Depois eu quero te mostrar uma coisa... - Ele me diz, me olhando nos olhos.

- Agora vamos para de gracinha aqui e começar a ensaiar!!!!!

A aula/ensaio dura 45 minutos. Todos são muitos dedicados e Bernardo é um excelente dançarino. Mas isso eu já tinha visto uma vez, numa boate, enquanto ele dançava com uma menina.

Quando todos vão embora, Bernardo me pede um minuto e desaparece. As luzes centrais da sala se apagam e fica apenas um luz suave. Eu ainda consigo ver bem na penumbra. Bernardo entra e coloca uma cadeira no centro da sala, sentando-se nela com o encosto virado para a frente. E a música "Wallflower" de Kimberly August começa a tocar.

Bernardo joga a cabeça para trás e se levanta, rodopiando ao redor da cadeira. Ele move seus braços e pernas de forma graciosa, às vezes usando a cadeira como apoio, às vezes como parceira de dança.

Ele se move pela sala, parando em minha frente. Ele então se senta em meu colo, passando as mãos sensualmente em meu tórax e abdômen. Me dá um beijo de tirar o fôlego para, logo depois, sair do meu colo e voltar a dançar pela sala. Ele dá uma cambalhota graciosa e continua a dançar de forma muito sensual.

Enquanto ele dança, eu, boquiaberto, o observo queimar. Naqueles olhos castanhos estão contidas todas as paixões do mundo. Quase todo o tempo ele mantém o olhar no meu, sondando, exigindo, hipnotizando.

Desde que a música começou, eu sinto um enorme desconforto entre as pernas. Minha calça está apertando minha ereção eu não consigo controlar a vontade de me tocar. Minhas mãos abrem os botões da calça e liberto meu pênis ereto enquanto continuo a olhar para ele, que vai se aproximando de mim conforme os últimos acordes da melodia soam.

Parado diante de mim, ele se despe totalmente e nu, se senta novamente em meu colo. Sua boca encontra meu pescoço e suas mãos descem para minha ereção, trabalhando nela habilmente e me arrancando gemidos cada vez mais altos. Seu polegar brincando com a cabeça do meus pênis me alucina.

- Bernardo... espera... eu... - Ele veste uma camisinha em mim e se posiciona, me enterrando nele com um longo gemido.

- Bernardo... eu te machuquei? Fala comigo... - Ele me cala com seus lábios, me beijando com tanta paixão que me faz perder o fôlego. Com os braços ao redor de meu pescoço, ele move os quadris cada vez mais rápido enquanto me beija a boca. Nossos gemidos se confundem e aceleramos os movimentos até explodirmos de tesão.

Ficamos vários minutos ali, sentados na cadeira, sem fôlego. Até que Bernardo rompe o silêncio.

- Miguel, eu sempre quero me perder em seus olhos porque eles são o meu paraíso... quer ser meu namorado?

- Sim, Bernardo. Há muito tempo eu quero ser seu namorado...

Persuasão (Livro 2 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora