Sábado à noite
Narrado em terceira pessoa
Eu não sei de quem foi a idéia, mas lá estavam Bernardo e Miguel, no bar onde tudo começou. Conversando animados, brincando um com o outro, se olhando apaixonados. Depois da noite de sexta e da frustrada enésima tentativa de Bernardo de cozinhar para Miguel, eles decidiram não se separar mais. E parece que estavam levando a decisão bem à sério, pela forma como não paravam de se tocar. Certeza de que a temperatura no bar subiu drasticamente...
Ponto de vista do Bernardo
Ele é tão lindo! Eu ainda não acredito no que ele fez comigo ontem. Gastou meu molho agridoce inteiro e não me deixou cozinhar. Nós fomos comer sanduíches às quatro da manhã. Hoje, ao acordarmos eu tentei voltar para a cozinha e preparar o desjejum, mas ele me levou de volta para o quarto. Ele me disse que eu tenho muita energia, mas a dele é incomparável. E ele ainda teve a audácia de me perguntar se eu tinha mais molho agridoce em casa!!! Ainda bem que eu não tinha.
É impressão minha, ou ele fica cada dia mais lindo? Eu estava perdido naqueles olhos verdes, minhas mãos entrelaçadas nas dele, quando ouço vozes familiares até demais atrás de mim.
- Aê Bernardo!!!! Saindo com o môzão hein???? Que romântico!!!!- Puta que o pariu!!!! De novo não!!!! Coloco minha melhor cara de paisagem e me viro para as duas pessoas atrás de mim.
- Alessio! Afonso! Que surpresa desagradável!!!! Até parece que a cidade não tem bares suficientes... Se vocês não somem daqui por falta de adeus, então, bem, adeus!!!
- A culpa é toda sua. Ou você não lembra que nos trouxe aqui uma vez, dizendo que era o melhor bar da cidade? Palhação!!! - Diz Alessio.
- Oi Miguel!!!! A gente pode sentar com vocês? - Pergunta Afonso.
- Não!!!! - Eu digo imediatamente enquanto Miguel, sempre a perfeição, responde:
- Oi Afonso, Alessio! Sim, claro!!! Fico feliz por ver vocês de novo! - Misericórdia, Miguel!!! Você não precisa ser simpático com eles!!!! Aliás, manda os dois embora, vai? Por que você sempre tem que convidar gente para sentar junto conosco quando o que eu mais quero é ficar sozinho com você?! Meus irmãos que encontrem outro lugar para sentar! Aliás, que encontrem outro bar, outra cidade, outro país!!!!
- Que maravilha!!! - E eles se sentam conosco, estragando o momento. Não me levem à mal, eu amo meus irmãos incondicionalmente, mas digamos que eles sejam... bem, eles são realmente... alguém aí me ajuda a encontrar uma palavra que descreva todos os desastres naturais juntos? Catástrofe, calamidade, talvez?
- Então, Miguel, tudo legal com você? Ontem falamos com a mãe e ela perguntou de você. Ela ficou tão feliz por você ter ido em casa! De verdade! Você precisa voltar mais vezes!!! Você é o filho caçula que a d. Sílvia nunca teve!!!!- Diz Alessio, me fazendo uma careta. Eu nem deixo Miguel responder.
- E de mim, a mãe perguntou? - Eu digo.
- Claro que não né, ô cabeção!!!! E deixa de ser ciumento!!! Para que ela vai se preocupar com uma anta como você???!!! - Diz Afonso, provocando.
- Vocês são dois desgraçados! Pelo menos são bonzinhos com o Miguel!!!! Mas deixa estar que eu ainda mato vocês... - Eles dão risada e se viram para o Miguel, me ignorando.
- Miguel, conta para gente: como você, uma pessoa tão perfeita, aguenta um cara como o Bernardo? - Inconscientemente eu prendo a respiração. Será possível que eu estou com medo de ouvir a resposta do Miguel? Será que ele vai entrar na provocação dos meus irmãos e começar a me provocar também? Ontem ele fez isso comigo, mas estávamos sozinhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Persuasão (Livro 2 da Série Akai ito)
RomansaPLÁGIO É CRIME! Estória original, escrita por mim, com personagens de minha autoria. Proibida a reprodução total ou parcial!!!!! Quando você se vê desesperado e sem saída, e alguém te oferece uma solução cujo preço pode ser alto demais, o que você f...