Amor e aceitação

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Sábado
Ponto de vista de SuYi

Estávamos a caminho de casa para ver as crianças. Tatsuo ainda parece muito preocupado. E não sei exatamente se é por causa do estado de saúde de Tomoyo, por causa de Lincheng, ou pelos dois. Mas ele mesmo rompe o silêncio e me pergunta:

- Você acha que ela vai ficar bem? Lincheng parece sincero, mas e se ele estiver enganado? Como será para Tomoyo? Outro dia ela estava triste por nunca ter vivido um grande amor. Se ela criar muitas esperanças e ele sumir...

- Lincheng é adulto, Tatsuo. E não me parece o tipo de cara que sai por aí brincando com os sentimentos dos outros. Ainda mais de uma mulher que está convalescendo. O que eu vi, quando ele olhou para ela, foi amor.

- Eu também! Mas confesso que ainda tenho medo dela se machucar.

- Vamos dar tempo ao tempo? Ele está lá, sem dormir há mais de um dia. Isso deve valer de alguma coisa. E digo mais: ele não vai sair dali até amanhã. Pode acreditar em mim.

- Como você sabe?

- Porque se fosse você, ali no lugar de Tomoyo, eu faria a mesma coisa.

Chegando em casa, eu estaciono o carro e entramos. Está tudo tão quieto! Quieto até demais!!! Nos olhamos meio preocupados. Nem sinal das crianças. Tampouco na piscina. Se bem que Meifen não tem permissão para ficar sozinha na piscina com três crianças, por causa da segurança. Tai e JunLi ainda não sabem nadar muito bem e Ayumi nem começou a aprender.

Seguimos então para o segundo andar e ouvimos vozes no quarto dos meninos.

- Zumu,  conta de novo aquela estória?

- Qual delas JunLi?

- A da música!

- É zumu! - a voz de Tai se faz ouvir - Por favor! Ayumi, você vai gostar!

- Está bem! Então vejamos... Havia um menino chamado Fuxi (伏羲 fú xī) que nasceu com a cabeça de um humano e o corpo de um dragão. Ele vivia com sua mãe e jamais havia conhecido seu pai. Ele cresceu e ficou tão alto quanto um gigante. Um dia, ele saiu do lugar onde vivia para encontrar seu pai. 

Ele então chegou ao Portão dos Céus, onde seu pai que era ninguém menos que o grande deus do trovão. Fuxi resolveu morar no céu e foi nomeado Governante Celestial do Oriente. Sua tarefa era vigiar os povos e acontecimentos no mundo. Fuxi era um protetor responsável e compassivo. Ele inventou redes de pesca e armas para que as pessoas não morressem de fome. Ele ensinou as pessoas a fazerem fogo, para que não ficassem doentes por comer carne crua. Mas ele queria trazer às pessoas ainda mais felicidade: ele queria lhes dar a música.

Uma noite, passeando pelo mundo, encontrou uma árvore Guarda-sol Chinês. Naquele momento, uma única nuvem, carregando um par de aves fênix, flutuou até a árvore. Dezenas de pássaros vieram atrás dela. Um por um, eles abriram os bicos e cantaram em homenagem ao seu rei e rainha. Ao ver isso, Fuxi pensou que a árvore era abençoada e resolveu criar um instrumento com sua madeira.

Fuxi criou um instrumento semelhante à cítara. Agora, nas festas e nas colheitas, as pessoas podiam comemorar como nunca antes. Eles pescavam com redes, cozinhavam com fogo e comiam suntuosos banquetes. Mas o destaque de suas festividades sempre era o novo instrumento de Fuxi. Eles nunca foram tão felizes quanto quando cantavam com a cítara. Até mesmo os deuses ficaram curiosos.

Um dia, a deusa suprema dos céus fez um banquete em seu palácio e chamou Fuxi para se juntar a eles em sua reunião para tocar. Ao tocar, a melodia mais sonhadora fluía do movimento dos dedos de Fuxi. Quando os deuses perceberam que a cítara ainda não tinha nome, decidiram chamá-la de qin, e deram ao nome o prefixo yao (que significa "jaspe" ou "jade precioso"), para homenagear sua estreia nos céus. Assim é a história de Fuxi e o yaoqin (瑤琴 yáo qín), um dos instrumentos mais venerados da China antiga."

Persuasão (Livro 2 da Série Akai ito)Onde histórias criam vida. Descubra agora