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Fones em meus ouvidos, olhos fechados, e uma música que me leva para outra dimensão. É tão bom fugir da realidade, mas ao mesmo tempo é triste, porque você percebe que tem que mudar tudo pra ser feliz.

4 horas da manhã, madrugada, seja lá o que for.

Perco a concentração ao ouvir barulhos. Normalmente eu fico com medo, era só o que faltava, um assaltante vindo tirar de mim o que eu nem tenho.

Tiro os fones e ouço os barulhos ficarem mais fortes. Vinham da minha janela.

Levanto calmamente de minha cama e abro a mesma.

- Demorou demais.- sorri lá de baixo.

- Vinnie?! O que está fazendo aqui?!

- Desce logo, nosso tempo está acabando.

- Está me perseguindo?

Isso é estranho, muito estranho. Que tipo de louco Hacker é?! Sorte a dele que tem algo que eu preciso.

Desço as escadas com cuidado e saio lá fora.

- E então?- pergunto.

- Belo pijama- me encara de cima a baixo- Vai congelar com essa roupa.

- Tem alguém aí?- a voz de Daniel toma o lugar.

- Essa não, vamos rápido!- dou-lhe um empurrãozinho.

- Sobe na moto.- me acompanha correndo sem entender.

Faço o que ele manda e Vinnie acelera nos levando pra longe. O garoto estava certo, meu corpo gelava todo.

Não sei ao certo o que tava acontecendo, mas a adrenalina era incrível. O sol ainda estava saindo. Parecia uma fuga da polícia, e com os gritos de emoção do Vinnie ficavam ainda melhor.

Ele começa a acelerar cada vez mais e então sou obrigada a entrelaçar meus braços pelo mesmo.

Andamos por mais um tempo até Hacker parar em uma praça distante.

- Problemas com a família?- me ajuda descer da moto.

- Difícil de explicar, meu querido sequestrador.

- Fica com isso.- tira sua jaqueta preta colocando sobre mim.

- Isso não muda nada.- me aqueço nela.

- De nada, foi um prazer tirar seu frio e ser retribuído assim.

- Disponha.- resmungo.

Fomos até uma espécie de café ali perto.

- Posso ajudar?- um atendente vem até nós- O que deseja?

- Nada, obrigada.

- 20 rosquinhas pra viagem, gosta de que sabor?- Vinnie me encara.

- Eu não tenho dinheiro, deixei tudo em casa, não estava planejando fugir.- respondo baixo.

- Posso fazer 5 rosquinhas de morango por conta da casa, se quiser é claro.- o atendente sorri pra mim.

- Flerte tosco- Hacker me interrompe- Ela odeia morangos, aliás.

- Ah, eh, eu...

- Aqui está 40 dólares, me traga o melhor da casa.- completa frio.

- Tudo bem, me...me desculpe.- o atendente sai sem jeito.

- O que foi isso?! Ele só estava sendo educado.- esperamos em umas das mesas.

- Nada pode atrapalhar nossa missão.

- Missão? Você está com ciúmes.- rio.

- Ciúmes de você? Me poupe Beatrice.

Dear diary, Vinnie Hacker.Onde histórias criam vida. Descubra agora