Capítulo 21

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Maraisa*

Uma semana se passou desde que o Rafael levou a Maiara e até agora não encontraram ela, eu estou destruída, estou me sentindo culpada por tudo isso. O pior de tudo é não saber o que ela está passando, o que estou fazendo com ela e se ela está sendo bem cuidada.
Minha mãe está sendo bem forte, meu pai também mas eu sei que ele sofre muito afinal a Maiara é o bebê dele, já eu não saio do meu quarto, não tenho ânimo pra fazer nada, nem com a Marília eu falo direito, ela também sempre me alertou sobre o Rafael mas eu não dei ouvidos.
Hoje a Marília vem dormir aqui, meus pais vão na delegacia e eles não querem que eu fique sozinha, enquanto isso estou aqui arrumando meu quarto, já arrumei todo o meu guarda roupa e agora só falta algumas coisas.

Almira: Filha, a Marília chegou. - Minha mãe diz batendo na porta do meu quarto. - Maraisa!!

Eu: Pede pra ela subir.

Continuo o que estava fazendo e vejo ela entrar no quarto, ela me abraça e eu choro, que saudade do abraço da minha irmã.

Marilia: Como você tá?

Eu: Péssima, ainda não encontraram ela.

Marilia: Mas vai encontrar, temos que ter fé.

Eu: Já se passou uma semana Marília, ela já deve estar bem longe.

Marilia: Fica calma, os policiais já foram na casa dele?

Eu: Sim mas não tinha nada lá, eles desconfiam que aquela cara era alugada só pra ele me levar lá e que ele tinha uma outra.

Marília: Será? Mas a casa tava no nome de quem?

Eu: De uma tal de Elisa.

Marilia: E quem é essa Elisa?

Eu: Eu não sei.

Ela se deitou na minha cama enquanto eu terminava de arrumar as minhas coisas, quando terminei me deitei na cama ao seu lado.

Marilia: Vamos dar uma volta?

Eu: Não quero.

Marilia: Maraisa você não pode ficar assim, a Maiara não ia querer.

Eu: A Maiara não queria ser sequestrada, a Maiara não queria estar longe de casa agora e passando por tudo o que ela tá passando, isso se ela estiver viva né.

Marilia: Claro que ela está viva, Maiara é forte, sabe se defender.

Eu: Como alguém se defende de homens que sequestram meninas?

Marília: Não vamos pensar o pior.

Eu: O que você quer que eu pense, eu não sei nem se ela tá viva. - Começo a chorar.

Marilia: Para Maraisa, é claro que ela está viva. - Ela começa a chorar também.

Eu: Quando você começa a faculdade?

Marilia: No mês que vem, minha mãe deixou eu ir pra São Paulo.

Eu: Que bom, fico feliz.

Marilia: Você começa quando?

Eu: Eu não vou mais.

Marilia: Por que Maraisa?

Eu: Esse sonho não era só meu, não tem sentido eu fazer isso sem ela.

Marilia: Tem certeza? Você precisa se ocupar, não pode ficar assim, vai acabar ficando doente.

Eu: Já está decidido, eu não vou.

Marilia: Sabe que pode contar comigo pra sempre né.

Eu: Sei sim.

Marilia: Por que você não vem comigo, pelo menos pra me fazer companhia, vai ser bom.

Eu: Não sei, é melhor eu ficar aqui com os meus pais.

Marilia: Por favor.

Eu: Não sei, vou pensar.

Meus pais chegaram da delegacia e estavam muito abatidos, a notícia do desaparecimento sairia hoje no jornal e as emissoras estavam dispostos a ajudar na busca pela Maiara.
Marilia perguntou pra minha mãe o que ela achava sobre eu ir com ela pra São Paulo, no começo ela ficou com medo de algo me acontecer também mas depois disse que seria melhor.

Marilia: Tô pensando em me mudar daqui a duas semanas.

César: Promete que cuida dela pra mim Lila?

Marilia: Claro que sim.

Almira: As duas tem que se cuidar.

Como eu não tinha almoçado minha mãe fez um lanche pra gente, depois eu voltei pro quarto e dormi quase a tarde toda, geralmente os meus dias vem sendo assim, não tenho ânimo pra nada.

Me dá o amor que eu mereço ( PAUSADA )Onde histórias criam vida. Descubra agora