Capítulo 27

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Maiara*

Já faz dois dias que estamos trancadas nessa sala e a Jeniffer vem passando mal com certa frequência, ela me fez prometer que não falaria nada pra Diana e nem pra nenhuma das outras meninas.

Eu: Você tem certeza que não quer que eu fale nada, você precisa de um médico. - Digo assim que vejo ela saindo do banheiro.

Jeniffer: Já disse que não, não posso ir a um médico.

Eu: E se for algo grave, já esqueceu o que aconteceu com a Bruna?

Jeniffer: Eu já sei o que é. - Ela começa a chorar.

Eu: Não me diga que..

Jeniffer: Sim, eu acho que tô grávida. - Fico boquiaberta, não sei o que falar.

Eu: A Alana sabe? Você contou pra alguém?

Jeniffer: Não, ninguém pode saber, eles não vão deixar eu ficar com o meu filho.

Eu: Mas como você vai ficar com essa criança? Você quer esse filho?

Jeniffer: Claro que eu quero, ele é a única coisa que eu tenho na vida.

Eu: Então eu vou te ajudar.

Jeniffer: Como? Não vai dar pra esconder a barriga.

Eu: A quanto tempo tá atrasada?

Jeniffer: Dois meses, não sei o que vou fazer. - Ela cobre o rosto e continua chorando.

Eu: A gente da um jeito, você é bem magrinha, a barriga vai demorar pra aparecer.

Jeniffer: E depois?

Eu: A gente finge que você não tá se sentindo bem e aí eles não vão deixar você trabalhar, qualquer coisa você finge um desmaio, talvez ajude.

Jeniffer: Isso não vai dar certo, e se alguma menina descobrir e contar.

Eu: Elas não vão, eu não vou deixar.

Jeniffer: Quando ele nascer vão querer tirar ele de mim.

Sem conseguir conter a emoção eu choro junto com ela, eu jamais ia querer engravidar de um desconhecido mas se isso acontecesse não ia querer que tirassem meu filho de mim.
Diana veio trazer nosso almoço e disse que hoje nós iríamos sair daqui mas que não voltariamos pro quarto antigo pois chegou meninas novas e elas ficariam no nosso quarto.

Eu: Tá vendo, vamos ficar em outro quarto, assim ninguém descobre.

Jeniffer: Mas com certeza vai ter mais gente no quarto.

Eu: Fica calma, vai dar certo.

Jeniffer: Me desculpa pelas vezes que eu impliquei com você, a Alana ficava fazendo sua caveira pra gente.

Eu: Nunca entendi o problema dela comigo.

Jeniffer: É inveja, ela sempre foi a mais desejada aqui dentro, mas aí você chegou e praticamente tomou o lugar dela.

Eu: Eu não tomei o lugar de ninguém, não estou aqui por que eu quero.

Jeniffer: Você acha que um dia vai sair daqui?

Eu: Já não sei mais.

Passamos a tarde ali e logo Diana veio nos buscar, ela nos deu um sermão e disse que se brigassemos de novo voltariamos pra cá, parece até que estamos na escolinha.
Ela nos levou pra um outro quarto e tinha somente três camas mas não tinha mais ninguém no quarto, dei Graças a Deus por isso e me deitei em uma delas, eu estava toda dolorida por dormir no chão.

Diana: Vou mandar alguém trazer as coisas de vocês, se comportem.

Eu: Tá bom.

Ela sai do quarto e eu olho pra Jeniffer, ela estava deitada na cama toda encolhida, estou com dó dela, nem imagino o que ela esteja sentindo.

Eu: Tá tudo bem?

Jeniffer: Sim, só preciso dormir um pouco. - Vejo a Diana voltar com as nossas coisas.

Eu: A gente vai trabalhar hoje?

Diana: Hoje não, tá tudo bem Jeniffer?

Jeniffer: Sim.

Diana: Tem certeza? Você fez alguma coisa Maiara?

Eu: Eu não.

Diana: Certo.

Ela sai do quarto e eu me deito na cama novamente, não demorou muito e eu adormeci, eu estava bem cansada, não dormi quase nada nesses dias que ficamos trancadas no outro quarto.

Me dá o amor que eu mereço ( PAUSADA )Onde histórias criam vida. Descubra agora