Capítulo 157

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Maiara*

Chegamos na casa do Sorocaba e eu fui logo pedindo um chinelo emprestado pra Biah, meus pés estavam doendo muito e ao longo dos meses nós nos tornamos muito amigas, então uma já tinha intimidade com a outra.

Biah: Quer uma roupa mais confortável Mah?

Eu: Não precisa, só o chinelo mesmo.

Biah: Tá bom, vem cá.

Acompanhei ela até o quarto e ela me emprestou o chinelo, depois voltamos pra sala e eu fui logo pegando a Sofia do colo da Maraisa, ela estava meio sonolenta então deitei ela no meu colo e tentei fazê-la dormir.

Mara: Essa sua namorada é muito folgada viu Fernando.

Fer: Por que?

Mara: Fica mimando a Sofia, dando doces pra ela e fazendo todas as suas vontades.

Eu: Faço mesmo, você que lute.

Mara: Depois não é você que sofre.

Eu: Claro que é irmã, nós moramos juntas.

Mara: Mesmo assim, quando ela chora ou fica fazendo birra você vem correndo devolver a pra mim. - Nessa hora Eu começo a rir.

Eu: Essa é a parte boa, a criança chora e a gente devolve pra mãe.

Mara: Quero só ver quando tiver o seu.

Eu: Aí eu deixo você mimar.

Olhei pro Fernando e ele me olhava sorrindo, deve ser por que essa é a primeira vez que falo algo que dê a entender que eu quero filhos, afinal já discutimos uma vez por causa disso, mas a verdade é que conviver tanto tempo com a Sofia fez crescer em mim uma vontade de ser mãe que eu não tinha antes.

Continuei ninando a Sosô até perceber que ela havia dormido, Biah disse que eu poderia colocar ela no quarto dela e eu concordei, deitei ela na cama e coloquei alguns travesseiros ao lado pra não ter perigo dela cair.

Biah: Você vai ser uma bela mãe amiga.

Eu: Não sei não.

Biah: Claro que vai, você se dá tão bem com a Sofia, ela ama você.

Eu: Eu também amo muito ela, mas não sei se estou preparada pra ter um filho, é muita responsabilidade.

Biah: É mesmo, mas você não está sozinha.

Eu: Eu sei, e confesso que até gosto da ideia, mas tenho medo.

Biah: Eu te entendo, deixa tudo acontecer no tempo certo.

Eu: pois é, eu e o Fernando só estamos juntos a alguns meses.

Biah: Isso não quer dizer nada, quando é pra ser, as coisas sempre se ajeitam.

Eu: Verdade.

Voltamos pra perto do pessoal e eu já fui logo tratando de pegar uma bebida, Sorocaba estava na churrasqueira com os amigos e o Fernando agora estava na cozinha pois inventou de fazer um carreteiro.
Kamily estava meio perdida no rolê então me sentei ao seu lado e fiquei lhe fazendo companhia.

Eu: E aí, como vai a vida?

Kamy: Bem, só estou de saco cheio da escola. - Dei risada do seu jeito de falar.

Eu: Porque? Não gosta da escola?

Kamy: Até gostava, mas de uns tempos pra cá a convivência lá está cada vez pior.

Eu: Por que?

Kamy: Deixa isso pra lá, não é nada demais.

Eu: Tem certeza, eu posso pedir pro seu pai ligar na escola, ou até mesmo conversar com a sua mãe.

Kamy: Minha mãe não sabe de nada, eu não quis contar a ela.

Eu: Mas o que exatamente acontece lá?

Kamy: São só uns meninos que ficam com algumas brincadeiras idiotas e comentários ridículos.

Eu: Que tipo de comentário. - Percebo ela desviar o olhar. - Pode confiar em mim.

Kamy: Eles ficam falando de você, sobre seu passado, sobre o seu namoro com o meu pai.

Eu: E isso te incomoda?

Kamy: O seu passado não, nem o namoro com o meu pai, e sim as provocações deles.

Eu: Não liga pra isso não, são só crianças, mas caso as provocações piorarem fale com os seus pais, com a direção e até mesmo comigo.

Kamy: Tá bom, obrigada Mai.

Eu: Vamos lá ver o que seu pai tá aprontando na cozinha. - Me levanto e vejo ela fazer o mesmo.

Kamy: Só não conta nada pra ele tá.

Eu: Combinado!

Seguimos pra cozinha e eu fazia de tudo para não demonstrar que o que ela me disse não me afetava, era muito chato saber que mesmo depois da minha entrevista, da verdade ser dita as pessoas ainda me viam como a garota da boate, ou como um motivo de piada, o que aconteceu comigo e com aquelas meninas é muito sério e ninguém deveria rir disso.

Eu: O cheiro está tão bom que a gente teve que vir aqui.

Kamy: O cheiro tá bom mesmo pai.

Fer: Oi meus amores, já está quase pronto, estão com fome?

Kamy: Muita. - Diz indo até o pai e lhe dando um abraço.

Fer: E você meu amor?

Eu: Estou faminta. - Eles ficaram ali conversando até Maraisa entrar na cozinha dizendo que ia fazer a mamadeira pra Sofia.

Eu: Quer ajuda irmã?

Mara: Não, ela acordou mas acho que vai voltar a dormir novamente.

Kamy: Posso dar a mamadeira pra ela?

Mara: Claro!

Fer: Só toma cuidado pra ela não engasgar tá bom filha.

Kamy: Tá bom pai.

Maraisa terminou de preparar o leite da Sofia e foi pro quarto acompanhada da Kamilly.

Fer: O que foi meu bem? - Ele me estende a mão e eu seguro, ele me puxa pra perto e me abraça pela cintura.

Eu: Nada, por que?

Fer: Tô te achando meio pensativa.

Eu: Impressão sua. - Junto nossos lábios num selinho rápido mas ele intensifica o beijo.

Fer: Te amo.

Eu: Eu também te amo.

Continuei ali fazendo companhia pra ele até o carreteiro ficar pronto, depois de todo mundo comer nós nos juntamos na varanda e ficamos bebendo e conversando sobre várias coisas. Maraisa logo quis ir embora pois estava cansada, Kamily também estava com sono então eu pedi pro Fernando levar a gente pra casa. Chegando lá eu fui tomar um banho e quando menos espero vejo ele entrar no banheiro, observo ele tirar sua roupa e se aproximar de mim. Nos amamos sem pressa enquanto a água caia sobre nossos corpos, quando já estávamos exaustos terminamos o banho e fomos nos trocar.

Fer: Kamily disse que queria assistir filme, mas está capotada na cama.

Eu: Ela estava mesmo com sono, amanhã a gente assiste.

Fer: Ok, vem deitar então.

Me deitei ao seu lado e ele me puxou pros seus braços, apoiei minha cabeça sobre o seu peito e fiquei ouvindo as batidas do seu coração, fechei os olhos e aproveitei o carinho que ele me fazia, aos poucos meus olhos foram ficando pesados e eu adormeci.

Me dá o amor que eu mereço ( PAUSADA )Onde histórias criam vida. Descubra agora