Capítulo 91

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Maiara*

Acordei com a Maraisa me chamando pois já estava quase na hora do ensaio, me sentei na cama e vi ela me encarando mas não perguntei o motivo, somente me levantei e fui até o banheiro, escovei os dentes e voltei pro quarto pra trocar de roupa.

Mara: Liguei pro Fernando, perguntei se ela estava chateado por não ter sido convidado pro dvd, ou se pensa que somos ingratas, ele disse de isso jamais passou pela cabeça dele e que entende a gente.

Não respondo e continuo trocando de roupa, é claro que ele vai dizer que não ficou chateado, até eu negaria.

Mara: Ele pediu pra você ligar o celular, ele quer falar com você.

Eu: A mãe já me disse isso.

Mara: E por que não ligou?

Eu: Por que eu não quis.

Mara: Grossa. - Ela sai do quarto batendo a porta e eu me sento na cama.

Passo as mãos no rosto tentando me acalmar e respiro fundo várias vezes, eu preciso me acalmar, não posso continuar agindo assim, não posso deixar esse nervosismo me consumir, já sei, vou ligar pro Beto.

Ligação*

Beto: Oi Maiara, tudo bem?

Eu: Mais ou menos, eu preciso de umas dicas pra me acalmar.

Beto: Por que tá nervosa?

Eu: A gravação do meu dvd é daqui a dois dias e eu não estou sabendo controlar a ansiedade, o nervosismo e estou deixando isso tomar conta de mim.

Beto: Entendi, como tá se sentindo?

Eu: Irritada, nervosa, parece que nada vai dar certo, eu tô descontando esse meu nervosismo nas pessoas que não merecem.

Beto: Acho que está tendo uma crise de ansiedade.

Eu: Meu coração tá acelerado, tô com falta de ar e uma sensação como se alguém estivesse esmagando meu peito.

Beto: Vamos tentar controlar a sua respiração, inspira e expira lentamente junto comigo.

Eu: Tá bom.

Beto: Inspira. - Faço o que ele pede. - Expira... - Solto o ar pela boca. - Inspira... expira.

Continuamos assim por mais alguns minutos até eu sentir minha respiração se acalmar, depois ele foi conversando comigo até eu me acalmar totalmente.

Eu: Muito obrigado Beto, eu precisava muito disso.

Beto: Sempre que estiver nervosa ou angustiada, trabalha a sua respiração, se concentra nos movimentos e isso vai te ajudar.

Eu: Tá bom, obrigado.

Beto: De nada Mai.

Encerrei a ligação e sai do quarto, minha mãe estava na sala com o meu pai que se levantou quando me viu.

César: Vamos, vou te levar pro ensaio.

Eu: Cadê a Maraisa e a Marília.

César: Elas foram na frente pois a Lila tinha que passar na casa dela.

Eu: Sei.

Almira: Bom ensaio meu amor, mamãe te ama.

Eu: Também te amo mãe.

Meu pai me deixou no ensaio e foi embora, assim que entrei o pessoal veio me cumprimentar e então começamos o ensaio, Maraisa não conversou comigo em nenhum momento e eu também não puxei assunto.
Quase cinco horas depois eu já estava exausta, encerramos os ensaios e eu me despedi do pessoal enquanto esperava meu pai me atender.

Mara: A Lila chamou a gente pra dar uma volta, quer vir?

Eu: Pra onde vocês vão?

Mara: Ainda não sabemos, mas vem com a gente.

Eu: Tá.

Marília veio nos buscar e disse que iríamos num restaurante japonês, enquanto Marília dirigia e elas conversavam eu fiquei olhando pela janela e pensando em tudo o que vem acontecendo, por que eu fui deixar meu celular em casa.

Lila: Chegamos.

Mara: Tô morrendo de fome.

Eu: Eu também. - Digo saindo do carro.

Lila: A gente pode conversar Mai?

Mara: Eu vou entrar e escolher uma mesa pra gente.

Eu: Tá bom. - Maraisa entra no restaurante e Marília começa a falar.

Lila: Me desculpa pelas coisas que eu disse pra vocês, sei que fui grossa e insensível, não deveria ter falado aquelas coisas.

Eu: Tudo bem. - Na verdade ela tinha razão nas coisas que disse.

Lila: Tira isso da sua cabeça tá, vocês são as melhores pessoas que eu conheço, sempre foram.

Eu: Você também.

Lila: Você me desculpa?

Eu: Sim.

Ela me abraça e nós entramos no restaurante, Maraisa já estava impaciente nos esperando, nos sentamos ao lado dela e fizemos nossos pedidos.

Lila: Tira uma foto nossa aí Mara.

Maraisa tira a foto e faz alguns stories enquanto nosso pedido não chega, depois ela fica vendo os comentários na foto dela e começa a rir do nada.

Mara: Tão chamando a gente de patroas.

Lila: Ai sim em, gostei.

Eu: Uma vez o Toninho disse que queria criar um projeto com nós três, por que não esse o nome.

Lila: Patroas?

Mara: Adorei, vou ligar pra ele.

Eu: Amanhã você liga, deixa ele aproveitar a noite dele. - Ela me mostra a língua.

Enquanto comíamos a Maraisa não largava o celular, ficava rindo igual boba do comentário do pessoal até que seu semblante mudou completamente e ela me olhou.

Eu: Que foi? - Vi seus olhos se encheram de lágrimas. - Que foi Maraisa.

Marília pega o celular da mão dela e também me olha espantada, reviro os olhos e pego o celular da mão dela, quando li o que dizia na matéria meu mundo acabou, não pode ser, isso não pode estar acontecendo. Me levantei e sai correndo do restaurante, meus olhos ardiam devido às lágrimas que insistiam em cair, me encosto no carro da Marília e vejo ela vindo até mim e me abraçar apertado.

Eu: Me leva embora. - Disse com a voz embargada.

Mara: Fica calma tá, a gente vai resolver isso.

Eu: Só.. só me tira daqui.

Marília abriu a porta pra mim e eu entrei, Maraisa foi o caminho todo ao meu lado, me abraçando e tentando dar apoio, pedindo pra eu me acalmar, mas não tinha como eu ficar calma depois de ver aquilo.

Me dá o amor que eu mereço ( PAUSADA )Onde histórias criam vida. Descubra agora