Maiara*
Já faz uma semana desde que eu pedi um tempo pro Fernando e eu confesso que estou morrendo de saudade, sei que ele deve estar arrependido pela forma como me tratou mas eu ainda acho que vai ser melhor assim.
Eu ainda não consigo dormir direito a noite, eu fecho os olhos e imagino o Bruno aparecendo aqui e me levando embora de novo, ou machucando minha família.
Maraisa e Marília foram ao médico buscar o segundo exame da Marília pois o primeiro deu negativo, mas ela ainda acha que está grávida, eu estou torcendo muito pra dar positivo, amo crianças e adoraria ter uma em casa.
O Tiago acompanhou as meninas no médico e eu fiquei em casa sozinha, já que o Alex está afastado e não tem ninguém de confiança para substituí-lo, ao que tudo indica alguém deixou ele entrar na festa aquele dia, estava chão de seguranças, uma pessoa sem o nome na lista não passaria tão despercebido assim.
Estou no quarto lutando contra a vontade de ligar pro Fernando quando ouço um barulho vindo da sala, imagino que seja as meninas voltando então vou até elas pra saber o resultado do exame da Marília, mas quando chego na sala vejo quem eu menos queria ver na minha frente.Bruno: Oi Maiara!
Corro de volta pro meu quarto e tranco a porta, enquanto ligo pro porteiro e peço pra ele chamar a polícia eu ouço o Bruno batendo na porta, ele gritava e me xingava o tempo todo, até que consegue abrir a porta a força.
Bruno: Achou mesmo que eu não conseguiria entrar aqui?
Eu: Por favor vai embora, não faz nada comigo.
Bruno: Eu disse que voltaria e acabaria com vocês.
Eu: Quer acabar comigo por que? Por ter me sequestrado e me tornado uma prostituta por anos? - Sinto meu rosto arder devido o tapa que ele me deu.
Bruno: Vejo que continua a mesma teimosa de sempre, sempre se achando né Maiara.
Eu: Você é um covarde, deveria estar preso ou morto. - Dessa vez o soco foi no meu estômago.
Bruno: Cansei de conversa.
Eu me ajoelhei chorando de dor por causa do soco que havia levado e ele me pegou pelos cabelos, me arrastando pra fora do quarto.
Bruno: O que não deixavam eu fazer com você lá na boate eu farei aqui, você sempre mereceu uma surra Maiara, sempre achou que podia fazer o que quisesse, mas agora eu vou acertar as nossas contas.
Senti ele dando chutes nas minhas costas e só fechei os olhos e esperei ele se cansar de fazer o que queria, eu torcia mentalmente pra polícia chegar logo ou então eu iria desmaiar de tanta dor. Meu corpo todo doia, eu sentia gosto de sangue na minha boca e estava quase inconsciente quando ouvi o barulho da polícia, comecei a chorar aliviada e ele me puxou pelo braço me fazendo ficar em pé. Eu não conseguia me manter em pé, meu corpo estava fraco e dolorido, não conseguia manter meus olhos abertos nem respirar direito.
Bruno passou seu braço pelo meu pescoço e me arrastou até a porta da casa, com dificuldade vi as pessoas parando em frente a minha casa e vi também minha irmã e a Marília.Xx: Bruno, você está cercado, solte a moça agora.
Bruno: Ou o que? Vão atirar em mim? Vão em frente, eu não tenho nada a perder, se atirarem em mim vão acertar ela também. - Só fechei os olhos e torci pra algum dos tiros acertar em mim, eu estava cansada, sem vontade alguma de continuar viva.
Xx: Eu vou contar até três, você não tem chance alguma, olha em volta. - Com dificuldade eu abri os olhos e vi os policiais cercando a gente, o policial que estava negociando com ele começou a contar e eu senti o Bruno me jogar no chão, depois disso não vi e nem senti mais nada.
Acordei algum tempo depois e estava no hospital, meu corpo todo doia e tudo o que eu queria era sumir, as vezes acho que eu mereço passar por tudo isso, eu devo ser uma pessoa muito ruim e estou pagando por isso. Olhei em volta e vi que tinha um médico no quarto que sorriu quando me viu acordada.
Dr: Oi Maiara, que bom que acordou, como se sente?
Eu: Péssima.
Dr: Esta sentindo muita dor? Posso prescrever um remédio pra você.
Eu: Sim, meu corpo todo doi, mas eu não quero remédio, acho que eu mereço sentir toda essa dor.
Dr: Não fale isso, nenhuma mukher merece passar pelo que você passou.
Eu: Não é o que parece.
Dr: Sua irmã e sua amiga estão aí, posso liberar a entrada delas?
Eu: Sim.
Dr: Tudo bem, com licença.
O médico saiu do quarto e eu comecei a chorar, será que vou viver esse inferno pelo resto da minha vida? Será que nunca vão pegar o Bruno.
Mara: Oi irmã, que bom que você tá bem. - Ela entra no quarto chorando e me abraça.
Lila: Oh amiga, que susto que você nos deu.
Eu: Eu tô bem.
Mara: Não tá bem não, o médico disse que você quebrou algumas costelas e lesionou outras partes do corpo.
Eu: Talvez eu mereça estar passando por isso né.
Lila: Não fala isso, você não merecia o que aquele louco fez com você.
Eu: O que aconteceu com ele?
Mara: O desgraçado foi preso.
Lila: O Fer Tá aí fora, ele quer te ver.
Eu: Não sei se tô pronta, não quero que ele me veja assim.
Mara: Ele tá muito arrasado, deixa ele entrar.
Eu: Tá do lado dele agora? Até ontem nem atendia as ligações dele.
Mara: A situação é diferente, ele te ama e está preocupado com você.
Eu: Tá bom.
Lila: Eu vou lá chamar ele.
A Marília saiu do quarto e a Maraisa ficou sentada comigo, alguns minutos depois eu vi o Fernando aparecer e parar na porta do quarto, ele estava com os olhos marejados e veio andando lentamente até mim.
Fer: Você tem que me ligar... - Sua voz tava embargada.
Eu: Eu sei.
Fer: Quando alguma coisa acontece, você tem que me ligar e eu vou te ajudar. - Ele se aproxima da cama e segura a minha mão. - Eu não posso te perder.
Eu: Você não vai.
Mara: Eu vou sair e deixar vocês conversarem.
Maraisa e Marília saíram do quarto e somente quando elas fecharam a porta ele se permitiu chorar, Fernando se sentou na cama, me abraçou com cuidado e ali, em seus braços eu desabei, eu precisava por pra fora toda a dor, toda a angústia que eu estava sentindo.
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Me dá o amor que eu mereço ( PAUSADA )
FanfictionMaiara é uma jovem de 17 anos, sempre teve o sonho de formar uma dupla sertaneja com a irmã gêmea Maraisa, ambas são apaixonadas pela música. Maiara é uma menina alegre, apaixonada pela vida e sonha um dia encontrar o amor da sua vida, sempre foi ro...