Capítulo 13

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Maiara*

Eu não faço ideia de quanto tempo estou aqui, Rafael não me deixa sair pra ir ao banheiro e quase nunca me dá comida, se for pra viver assim eu prefiro morrer, ninguém merece passar por isso.

Rafael: Levanta, vamos sair daqui.

Eu: Rafael eu preciso tomar um banho.

Rafael: Já disse pra levantar.

Ele vem até mim e me pega pego braço, me levanto mas eu estava muito fraca e acabo caindo novamente, ele me põe de pé e me arrasta pra fora do quarto, a claridade dói o meu olho e eu não consigo ver nada.

Rafael: Toma um banho rápido e se troca.

Ele me joga dentro de um cômodo e percebi que é um banheiro, agradeço mentalmente por isso e faço minhas higienes as pressas, eu estava muito apertada. Vou correndo pro chuveiro, lavo meu cabelo só com a água mesmo pois não tinha nada ali, apenas um sabonete velho.

Rafael: Anda logo, não temos o dia todo.

Desligo o chuveiro e pego a toalha que ele tinha me dado e me enxugo, abro a porta do banheiro e ele não estava mais ali, vejo umas roupas no chão e pego, volto pro banheiro e me troco, tinha uma lingerie, uma calça jeans e uma blusa.
Saio do banheiro e coloco os sapatos que estava, Rafael volta e me pega pelo braço novamente, ele me leva pra fora do quarto e percebo que estamos em uma casa velha, entro em uma cozinha e tinha algumas coisas em cima da mesa.

Rafael: Pega o que quiser e vai comendo no caminho, não temos muito tempo.

Eu: Onde nós vamos?

Rafael: Embora.

Eu: Isso é loucura Rafael, por favor me deixa ir embora.

Rafael: Não, pega logo o que vai comer e vamos.

Tinha pães e bolachas ali peguei algumas e saímos da casa, não reconheci o lugar, com certeza não estamos mais em Goiânia.

Eu: Em que cidade estamos?

Rafael: São Paulo.

Eu: Como eu dormi por tanto tempo? - Ele não responde.

Ele vai o caminho todo em silêncio e eu começo a chorar ao lembrar que nunca mais vou ver a minha família, a minha irmã, e me desespero quando vejo que paramos no aeroporto.

Eu: Como vamos viajar se estou sem meus documentos.

Rafael: Seus documentos estavam na sua bolsa.

Eu: E cadê a minha bolsa, meu celular?

Rafael: Você não precisará mais deles.

Antes de sair do carro ele tira uma arma do porta luvas e aponta pra mim, me assusto com sua atitude e me encolho no banco do carro.

Rafael: Nós vamos embarcar, se você fizer alguma gracinha eu mato você, temos outras pessoas do grupo pelo aeroporto caso você tente fugir, portanto não faça nada.

Eu: Rafael por favor. - Digo chorando em desespero.

Rafael: Agora não tem mais volta.

Ele desce do carro e abre a porta pra mim, penso em correr e pedir ajuda mas como ele disse, tem outras pessoas do grupo dele espalhadas pelo aeroporto.
Ele pega uma mala no porta malas e vem até mim, segura a minha mão e caminha comigo pra dentro do aeroporto.

Rafael: Engole esse choro, as pessoas vão perceber.

Ele já estava com as passagens em mãos e com os meus documentos também, nos sentamos perto do portão de embarque e logo o vôo é anunciado, sinto meu corpo todo gelar e um desespero toma conta de mim.
Ele se levanta e manda eu me levantar, fomos até a moça e ele estraga as nossas passagens, agora não tinha mais volta, eu estava prestes a ir pra outro país, não tinha noção alguma do que faria lá, mas com certeza coisa boa não era, só nao entendo como o Rafael passou com essa arma.

Eu: Como conseguiu entre com a sua arma?

Rafael: Deixei ela no carro, e não tinha mais ninguém no aeroporto além de mim, você poderia ter fugido.

Eu: Eu odeio você. - Começo a chorar novamente.

O avião decola e eu encosto a cabeça na janela do avião, fecho os olhos e peço proteção pra Deus, fico pensando que agora era pra eu estar aproveitando o dia com a minha família, e logo estaria me mudando pra São Paulo pra fazer a minha faculdade, agora nada mais faz sentido, meus sonhos se foram junto com o amor que eu tinha pela minha vida.

Me dá o amor que eu mereço ( PAUSADA )Onde histórias criam vida. Descubra agora