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- E aqui estamos em sua mais nova moradia. Espero que se sinta a vontade, sei que levará um tempo até que realmente se acostume, mas Lili, lembre-se que essa também é a sua casa! - meu pai garante e pisca o olho pra mim.

- É realmente muito linda, tanto por fora e por dentro. - aponto enquanto observo cada canto da casa, tentando me convencer de que agora irei morar aqui.

A casa é incrivelmente linda, bem arrumada e organizada. Totalmente limpa, e ao passar o dedo indicador pelos móveis posso notar a ausência de poeira. Limpíssima! Ela tem uns dois andares, ao que me parece, e é toda da cor creme, com detalhes dourados. Os quadros que provavelmente custam mais do que um semestre na minha faculdade, e as decorações muito bem arranjadas.
Se acostume, Lili. Tento me convencer através de meus pensamentos.

- Bom, Lili, sei que nunca nos vimos pessoalmente, mas.. - a loira troféu começa, e sim, realmente, só a vi pelas revistas e entrevistas na tv. - eu me chamo Karol. Espero fazer o possível para que você se sinta bem aqui. - ela me olha com um olhar cauteloso, e se eu fosse uma tonta eu até cairia nesse teatrinho mal feito.

- Tudo bem, obrigada, Karol, pelo acolhimento. - retribuo o olhar a ela, pois se é pra fingir, vamos fingir!

Não que eu seja falsa, mas eu tenho que sobreviver aqui de alguma forma, e eu não vou ceder a ninguém nesta casa. Não confio em ninguém, só em mim mesma e na minha capacidade que irá me tirar daqui tão rapidamente que mal notarão. Um dia, um dia..

- Mostre a ela a casa, a apresente e não se esqueça do quarto dela, Kurt. - Karol ordena ao garoto dos olhos verdes que agora eu sei o nome.

Ele me olha com um olhar sarcástico e abre um lindo sorriso, mostrando seus dentes brancos e simetricamente perfeitos, enquanto continua a me analisar de cima a baixo, o que acaba me deixando um pouco sem graça.

- E eu tenho cara de empregado agora? Peça a uma das suas milhares de marias fazem tudo, aqui é o que não falta. - ele sobe as escadas deixando Karol furiosa e meu pai incrédulo.

- Eu.. sinto muito pelo comportamento atordoado de Kurt, peço que nos desculpe por isso.. ele não é sempre assim. - sua voz sai meio embargada demonstrando que acabou de mentir.

- Tudo bem, não foi nada, mesmo. - afirmo.

Ela pede para que uma de suas empregadas pare o seu serviço e possa me apresentar a casa.

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Sento na ponta da cama e posiciono a minha mala que está terrivelmente pesada em cima da cama. Abro-a e tiro cuidadosamente as roupas dobradas ali de dentro, tomando bastante cuidado para não desdobrar nenhuma.
Após arrumar todas as minhas roupas e objetos, deito na cama encarando o teto branco. Suspiro e começo a assimilar tudo que está acontecendo.
Todos aqui são como uns manequins, amam parecer que suas vidas são perfeitas, deixando até de serem eles mesmos. Menos o Kurt, minha mente faz questão de apontar. Ele é realmente bem diferente do que eu imaginava que seria.
É muito lindo, com seus olhos verdes marcantes, seus lábios desenhados e seu maxilar definido. Seus cabelos pretos e sua pele branca, o que dá um contraste muito incrível. E aquele corpo, mesmo com as roupas folgadas não pude deixar de notar seus músculos, provavelmente ele malhava, não recebeu aquele corpinho dos céus.
Lindo e irritávelmente mal educado. Mas o que eu poderia esperar de um garoto rico mimadinho? Reviro os olhos diante de meus pensamentos.
Não deveria estar pensando no provável filho de Karol, minha madrasta, mas sim na minha faculdade!
Dou um pulo e pego meu notebook que deixei em cima da cômoda, e começo a pesquisar mais sobre a minha tão sonhada Harvard.

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𝐑𝐄𝐕𝐄𝐑𝐒𝐄 𝐒𝐂𝐑𝐄𝐀𝐌𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora