𝐑𝐄𝐕𝐄𝐑𝐒𝐄 𝐒𝐂𝐑𝐄𝐀𝐌𝐒

4.

A luz do sol da manhã invade todo o quarto, me fazendo despertar com a irritação da luz sobre meus olhos. Ergo a cabeça para pegar meu celular na cômoda ao lado, e noto que tem sete chamadas perdidas da minha mãe. Quem é que liga 8h da manhã? Sim, a minha mãe.
Bufo e levanto em direção ao banheiro onde faço todas minhas necessidades.

Lavo meu rosto com água gelada pra poder estar mais ativa ao decorrer do dia, seja lá o que esse dia tenha preparado pra mim. Fico alguns segundos observando meu rosto no espelho e aproveito para pegar a minha bolsinha de maquiagens. Não irei passar nada muito pesado pois ainda é muito cedo, e eu nem sou tão chegada a maquiagem pesada.
Passo o corretivo sobre as minhas olheras marcadas devido as minhas noites mal dormidas nos últimos dias. Meu rosto já é naturalmente limpo de cravos e espinhas, o que já facilita muito a minha vida. Penteio as sobrancelhas e as preencho levemente, para que não fique tão marcada. Por fim, um pouco de rímel e meu brilho labial sabor cereja que eu secretamente amo por demais.

Visto uma roupa confortável, uma saia que é acima dos joelhos e uma blusa preta básica. Meu cabelo está solto, é liso por natural e está bem penteado, sem nenhuma onda ou frizz. Coloco alguns colares e pulseiras, apenas para acrescentar.

Pronta para o meu primeiro dia convivendo com essas pessoas estranhas. Penso comigo mesma e solto uma risadinha fraca.

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Todos estão sentados a mesa, todos menos o Kurt, noto. Me sento com eles ao lado contrário de Karol e meu pai. Na mesa há de tudo que se pode sonhar. Preencho meu prato vazio com alguns waffles e frutinhas como complemento.
Karol está comendo apenas uns morangos com uma fruta verde estranha que eu nem sabia da existência, e meu pai está tomando apenas um suco natural de laranja. Eu poderia comer tudo que tem nessa mesa, se me fosse permitido, penso comigo, e é verdade, eu não sei como pessoas ricas conseguem sobreviver comendo tão pouco assim, ou talvez eu que seja esfomeada mesmo.

A voz de meu pai me tira de meus pensamentos de forma avassaladora.

- Lili, e quando você irá iniciar a sua faculdade? - pergunta, curioso enquanto leva o copo de suco a boca.

- Semana que vem. Já deixei tudo pronto e organizado para o meu primeiro dia. - Digo de forma indiferente enquanto mordo um pedaço de waffle.

- Quem diria... a minha filhinha, pequena.. - ele logo para por um instante - a minha filha adulta, digo, já está na faculdade! - ele balança a cabeça e um esboça um sorriso onde parece estar perdido entre lembranças.

Sua esposa leva sua mão até a dele e a aperta. Engraçado, é a segunda vez que a vejo fazer isso, e é sempre quando ele está conversando diretamente comigo, o que me faz pensar que talvez ele fique um pouco nervoso sobre minha presença, o que é recíproco, mas não deixo esparecer.

- Está animada, Lili? - Karol pergunta me olhando nos olhos, de forma gentil.

- Animada, um pouco nervosa, mas bastante preparada. - me preparei a vida inteira e esperei por isso, então é evidente a minha ansiedade.

- Você vai se sair muito bem, querida, fique tranquila - ela observa minhas unhas batendo incessavelmente sobre a mesa, notando o meu nervosismo.

Dou um sorriso a ela, e após terminar o meu café da manhã, vou até a lava louças, e uma empregada faz um movimento com a mão para que eu deixe ali em cima e diz que cuidará disso. Eu sorrio de forma gentil e vejo que a mesma fica um pouco sem graça, não deve estar acostumada com agradecimentos ou qualquer coisa do tipo.

Por fim, saio dali e subo as escadas novamente, me jogando naquela cama enorme e deixando que meus pensamentos tomem o resto do dia.

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