20.

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Termino de escrever as últimas palavras do meu trabalho, e me sinto orgulhosa por ter acabado com antecedência. Meus dedos estão extremamente cansados depois de horas escrevendo e repassando tudo novamente, preciso descansar, penso enquanto me acomodo no sofá e fecho meus olhos por alguns instantes.

Meu corpo é rapidamente despertado com o barulho de um corpo caindo sobre o chão, abro meus olhos e me deparo com Kurt caído a sala de estar. Me assusto com a cena e rapidamente corro até ele, o tocando com calma.

— Kurt? — seguro em seu braço forte e musculoso, e o movo na tentativa de que ele acorde. — Kurt, Kurt, por favor, levanta daí. — digo quase em um sussurro com medo de que Karol ou meu pai possam acordar.

Merda. Eu não posso simplesmente fazer algum barulho pois se eles acordarem, Kurt vai se dar mal, e seja lá o que ele tenha feito, de alguma forma completamente estranha, eu não quero que algo ruim aconteça a ele.

O movo com mais força desejando que isso seja o suficiente para que ele abra os olhos, mas nada acontece.

Aproximo minha boca de seu ouvido.

— Kurt, acorda, é a Lili. — passo a mão sobre seu pescoço, e ele se remexe abrindo lentamente seus olhos.

Ele se mantém em silêncio, parece estar tentando encontrar palavras ou raciocinar o que está acontecendo. Seus olhos estão vermelhos e um cheiro forte de álcool paira sobre ele. Seguro em sua mão e a aperto.

— Você chegou aqui do nada e caiu no chão, por sorte, ninguém te ouviu e até agora tudo está bem. Venha, você precisa deitar. — eu o puxo pelo braço.

— Lili. — ele pronuncia meu nome tão baixo que eu quase não consigo ouvir.

— Kurt, vamos, anda logo.

Tento o puxar, mas ele é muito pesado. Preciso de ajuda, não irei conseguir sozinha. Fico um tempo tentando pensar em uma solução, enquanto Kurt adormece novamente em meus braços, seus cabelos despenteados que o deixam muito sexy, e ele está sem camisa, deixando seu peitoral a mostra, o que quase me faz perder a concentração da situação. A empregada! O deito de forma cuidadosa no chão, e corro até os quartos de visitas e torço para que ela esteja lá e não em sua casa, o que é pouco provável.

Bato na porta três vezes e ela se abre rapidamente. Ela está com uma camisola azul marinho e uma touca de cetim a cabeça, escondendo seus cabelos grisalhos.

— Ahn, me desculpa. Ai meu Deus, sinto muito por te acordar a essa hora, mas o Kurt... Ele precisa de ajuda. — pego em sua mão e a coordeno até Kurt.

Ficamos mais uns minutos tentando acordá-lo novamente, e então nos esforçamos para mantê-lo em pé, com cada uma de um lado o segurando, guiando Kurt até seu quarto.

Deitamos ele cuidadosamente em sua cama, e então ligo o ar condicionado para que ele possa se sentir um pouco melhor, e o cubro com um lençol fino limpo. A empregada o olha com preocupação, e logo retorna ao seu quarto novamente.

Me sento na cama de Kurt e o observo por algum tempo tentando descobrir o que teria acontecido para ele estar nessa situação. Claramente ele bebeu e fez o uso de drogas, e sei lá mais o que ele tenha feito, mas isso me deixa angustiada.

— Você é como um anjo. — seus olhos me encaram, semi abertos, e ele pronuncia essas palavras de forma lenta e pausada.

Resolvo ignorar, logicamente ele não está lúcido e está falando qualquer baboseira. Coloco a mão sobre sua testa checando pela terceira vez a sua temperatura.

— Você é como a merda de um chiclete. Você não sai da minha cabeça, merda, Lili, merda. — ele balança a cabeça e suspira, selando seus olhos.

Como eu pude deduzir, ele realmente não está falando coisa com coisa, e mais uma vez irei ignorar essas palavras que no fundo surtiram algum efeito sobre mim.

𝐑𝐄𝐕𝐄𝐑𝐒𝐄 𝐒𝐂𝐑𝐄𝐀𝐌𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora