17.

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Pov Kurt

Subi as escadas com pressa e adentrei meu quarto, batendo a porta com força e me jogando diante da cama desarrumada.

Se eu ao menos pudesse entender o que eram esses nós dentro de mim e esse frio que insiste em surgir toda vez que eu a vejo. Se eu pudesse acabar com isso, eu acabaria sem pensar duas vezes.

— Toc toc, posso entrar? — Lili me observa com a porta entreaberta aguardando uma resposta.

— Você já não entrou?

— Ah, me desculpe. — ela ri meio sem graça e suas bochechas ganham uma tom de rosa lindo.

Ela me encara com um olhar curioso e da curtos passos, parando até minha frente.

— Kurt, eu quero que você saiba que eu te entendo. — diz calmamente enquanto se senta a cadeira a minha frente.

Me entende? Até parece. Dou risada.

— Bom, eu também não sei o que acontece comigo quando estou perto de você, me sinto estranha e fora de mim... — ela sinaliza com as mãos enquanto mantém seus olhar baixo.

— Eu menti. — ela levanta seu olhar, confusa — Sim, eu menti para você. Tinha que ver só a sua cara, achou mesmo que eu estava falando sério? — dou risada, debochando.

— Ah. — é tudo que ela diz, e posso sentir uma pontada no coração.

Ela me encara novamente e posso sentir a profundidade de seus olhos castanhos, o brilho que havia segundos atrás está totalmente destruído, eu o destruí.

— Não vai dizer mais nada? Era só isso? — pergunto.

Ela assente e da um meio sorriso, se levanta rapidamente e me deixa completamente só do jeito que eu queria. Eu queria isso, não queria?

— Idiota do caralho! — exclamo comigo mesmo.

Eu destruo tudo. Foi sempre assim, desde quando eu tinha 6 anos e eu destruí a única pessoa que se importava comigo, a minha mãe. E desde então, decidi correr de qualquer sentimento que pudesse me prender e evitei qualquer envolvimento sentimental. É o certo, sempre foi o certo, ou era o que eu pensava até meu caminho cruzar com o dela.

Se eu nunca me importei com nada, então por que estou me sentindo mal por ela?

Meu celular vibra e eu o desbloqueio. 1 mensagem nova de Kassie.

"Oi, topa beber hoje? Preciso de uma distração"

Ótimo, era tudo que eu precisava, preciso enterrar essas merdas de mim, se não vai de forma natural, vai a base do álcool.

Pego minha jaqueta jogada na cama e a visto, passo a mão pelos cabelos na frente do espelho e coloco meu celular dentro do bolso da minha calça jeans preta.

••••

— Porra, Kurt! Eu tava com tanta saudade de você. — Kassie rebola em cima do meu colo e posso sentir sua respiração acelerada.

Ela beija meu pescoço com rapidez e eu arqueio meu quadril para sentí-la. Minha mão corre por baixo de seu vestido e como pensei, ela está sem calcinha. Meus dedos gelados percorrem toda a extensão de sua buceta que está completamente molhada, enquanto ela envolve seus lábios aos meus, e posso até sentir o gosto de uísque em sua boca.

Ela tira minha mão do meio de suas pernas, e afasta nossos rostos, me encarando com um olhar malicioso enquanto sai do meu colo e se abaixa lentamente sobre a minha frente.

— Kassie. — passo a mão pelos seus cabelos loiros. — É melhor pararmos por aqui. — a afasto, e me levanto.

— Você só pode estar de brincadeira com a merda da minha cara, né?

— Não tô na porra do clima, não me enche caralho. — pego o cigarro dentro do meu bolso e o acendo.

— Mas o seu pau diz outra coisa. — ela aponta — Gatinho, vem cá, o que aconteceu? — Kassie se levanta e se posiciona a minha frente, levando suas mãos até meus ombros, e eu as tiro rapidamente.

— Não aceita que te recusem, Kassie? Seu ego fica ferido, gatinha? — arqueio uma sobrancelha e saio andando, a deixando sozinha no banheiro do bar.

Deixo as notas de dinheiro em cima da bancada do bar e saio fora daquela merda de lugar, nem sei mesmo porque eu inventei de vir para cá e custei a achar que era uma boa ideia. Meu celular não para de vibrar nem um segundo sobre o bolso da minha calça e presumo que seja Kassie irada.

Lili. Foi ela, é tudo culpa dela. Não consegui aproveitar nem um segundo sequer sem desejar que aquela loira de farmácia fosse aquela linda ruiva com aquele olhar intenso.

Confiro o horário no celular e resolvo ir a casa de Paul. Álcool não funcionou, talvez outra coisa funcione.

𝐑𝐄𝐕𝐄𝐑𝐒𝐄 𝐒𝐂𝐑𝐄𝐀𝐌𝐒Onde histórias criam vida. Descubra agora