Um casamento.
Uma garota independente.
Segredos à perder de vista.
Amelia Stratford é mais uma jovem abastada da alta sociedade londrina. Determinada a acabar com seu iminente casamento, ela não mede esforços para se livrar do frio, arrogante e be...
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A brisa ainda soprava quando Amelia lembrou de algo importante.
—Maximillian, tu sabes se alguém além de ti estava atrás de mim? —indagou, disfarçando ao máximo sua preocupação.
—Hum, bem... Meu irmão disse que iria procurá-la, se não me engano. —respondeu ele, com um tom indiferente—Por que o interesse? Temes que ele vá nos encontrar? —completou, arqueando a sobrancelha com certa desconfiança.
Ela franziu a testa, intrigada com o jeito tão... Brusco com que ele lhe respondera. Amelia não se lembrava de ter expressado seu desgosto pelo noivo na frente do garoto. Maximillian não deveria, de forma alguma, ter conhecimento disso, principalmente quando o odiado em questão era o seu querido irmão.
Crianças poderiam ser observadoras quando queriam. E ele parecia ser bem o tipo que não media esforços para conseguir o que desejava, curioso e inconsequente. Era melhor se precaver quando falasse com ele.
Se deixasse escapar uma frase sequer sobre aquilo, o magoaria antes mesmo que pudesse remendar a situação.
—Falando desse jeito, tenho a impressão de que tu se esqueceste de que sou a noiva dele. —observou Amelia, ocultando seu receio.
—Bem, ele está aqui, de toda forma. —murmurou Maximillian, baixando o tom de voz, intimidado pelas palavras da jovem mulher.
—Não fiques assim. —disse ela, abrindo um sorriso gentil—Eu apenas preciso cumprir o meu papel. Com licença.
Curvando a cabeça em uma suave mesura, ela se levantou e passou a caminhar pelos jardins, em busca do Irving mais velho. Ela tinha plena de consciência de que lhe devia satisfações, querendo ou não. A ideia de desculpar-se, fosse a ele, ou a Eva ou a qualquer um já era o suficiente para fazer seu estômago revirar. Naquele momento, se perguntava o porquê de se ter permitido enfurecer-se por algo tão pequeno.
Mas se aquela discussão não houvesse ocorrido, ela não teria se tornado amiga de Maximillian...
É, acho que tem um ponto bom nisso tudo, concluiu ela, enquanto lançava olhares ao redor.
A verdade era que Amelia estava curiosa. Ela queria conhecer mais aquele jovem garoto, repleto de ideias e sonhos. Em certos pontos, Maximillian era um completo oposto de Robert, sendo mais energético e alegre, sem nenhum sinal de seriedade na face.
De fato, a diferença entre os irmãos Irving era abismal.
E justamente quando pensava nele, ela finalmente o encontrou. Encostado contra uma das paredes da casa, segurando um copo de cristal, ali estava o primogênito Irving. Ela não hesitou e logo rumou até ele, sentindo os saltos das botas afundando na grama úmida. O que ele faria ali, sendo que deveria estar procurando-a?
Não foi necessário avançar muito para descobrir a resposta. O líquido em seu copo brilhava em bronze profundo, revelando seu conteúdo entorpecente. Uísque, sem dúvidas. Como e porque ele havia arranjado a bebida não eram questões importantes agora, quando ela teria de lidar com ele naquele estado.
