Capítulo 2 | Nocturnal Friends

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O som dos saltos de Amelia contra o piso de mármore ecoou por todo o salão de jantar

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O som dos saltos de Amelia contra o piso de mármore ecoou por todo o salão de jantar. A sala se encontrava em um silêncio mórbido—se antes houvera ali alguma conversa, já havia sido interrompida. Todos os quatro sentados à mesa os encaravam profundamente, com olhares expectantes e afiados, esperando por seus próximos movimentos.

Aparentemente, já estavam atrasados.

Os dois estiveram tão envolvidos com Maximillian que nem perceberam que os demais haviam deixado o hall—muito menos escutaram algum chamado, completamente alheios à realidade. Amelia sentiu-se envergonhada, afinal jamais demorara-se para comparecer a qualquer evento. Além do mais, quem saberia o que estariam insinuando com aqueles minutos a sós...?

—Amelia, Robert! Que bom vê-los! —começou James, juntando as mãos em um gesto amistoso—Estávamos nos perguntando sobre quando iriam juntar-se a nós!

O herdeiro Irving abriu a boca para responder, mas antes que conseguisse, foi interrompido por um grito juvenil:

Eeeei! Por que vocês me deixaram lá sozinho?

Maximillian corria em direção à sala, parando por alguns segundos no batente, um tanto ofegante, antes de aproximar-se do casal. Postando-se a frente dos dois, virou-se para Robert, colocou as mãos na cintura e fez um beicinho infantil, como se aquilo fosse o mais absurdo que o jovem houvesse visto em toda a sua vida.

Max... —o tom de Robert indicava que ele começava a perder a paciência—Que tipo de atitude é essa, hein? Pensei que soubesses a importância desse jantar para a nossa família.

O mais novo calou-se, desfazendo a expressão revoltosa, fechando a cara em uma expressão pensativa, acuada. Seus grandes olhos refletiam culpa, como se realmente ele não houvesse se questionado sobre suas ações. Seus dedos se uniam e se entrelaçavam freneticamente, descontando o crescente nervosismo em seus movimentos.

Ele parecia tão ingênuo. Amelia quis dizer que não era culpa dele, mas sabia que as atitudes do jovem Irving não haviam sido adequadas. Ainda ao lado de seu noivo, ela pensava se ele realmente poderia repreender o irmão ali mesmo, bem à frente dos próprios pais.

—Desculpe-me, Robert... Eu só queria passar mais um tempo contigo. —murmurou, com o olhar baixo, um tom de súplica na voz frágil.

—Ei, não fiques triste. Prometo que teremos um tempo só nosso. —consolou, a voz suave—Mas agora não é o momento certo. Peço que esperes mais um pouco, sim?

Maximillian, apesar de ainda parecer um tanto abalado, assentiu, abrindo um sorriso tímido. Robert soou satisfeito, retribuindo a expressão com certo alívio, acompanhando-o com o olhar enquanto se dirigia ao seu assento. Então, lançou um olhar para Amelia, uma indagação refletida em suas irises castanhas. Eles deveriam continuar?

Discretamente, ela assentiu. Não queria criar mais problemas.

Ele então a conduziu pelo salão, até que chegassem ao assento que ela sempre ocupava naqueles eventos. Soltando seu braço com delicadeza, ele fitou-a, com aquele olhar sempre tão distante e inexpressivo. Agora que não estava perto do irmão, sua verdadeira face já começava a ressurgir.

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