Capítulo 18 | A Single Black Rose

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Lentamente, fachos fracos da luz do sol escapavam pelas janelas semiabertas

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Lentamente, fachos fracos da luz do sol escapavam pelas janelas semiabertas.

O céu, que há muito não se via em seu esplendor azul celeste, estampava um monocrômico cinza escuro. As nuvens se moviam vagarosamente, tão escuras que poderiam enganar os olhos de algum distraído, fazendo-o pensar que já estaria anoitecendo. A chuva ameaçava a cair a qualquer momento, para o desalento do londrino que não portasse um guarda-chuva.

Embora dias assim fossem comuns no outono, não havia um clima mais perfeito para aquela terça-feira.

Quando a luminosidade diurna tocou seus olhos, Amelia Stratford viu-se forçada a abrir as pálpebras cerradas e erguer-se de sua cama. Assim que seus olhos foram banhados pela luz, a jovem sentiu sua cabeça latejar. Cerrando os dentes, na tentativa de suportar a dor, ela se perguntava o porquê de tal sensação. Não era comum que ela fosse afligida por tais males.

Então, com uma rapidez avassaladora, ela se lembrou.

A morte de Charles era recente demais para que não a atingisse todas as manhãs.

Durante o sono, ela era transportada para o plano de seu subconsciente, onde não se lembrava de suas experiências no mundo exterior. Lá, ela incondicionalmente feliz e não tinha preocupações ou infelicidades. Mesmo quando não sonhava, ao menos era um momento indolor, que não poderia lhe causar sofrimentos.

Todavia, assim que despertava desse estado de calmaria, aquelas memórias atropelavam a sua mente, marcando em letras garrafais o inevitável: seu pai havia sido assassinado e ela não pudera fazer nada para evitar. Não avançara em sua procura pelo culpado e sequer havia tido acesso à algum documento da investigação sobre o homicídio.

Toda a fúria que havia sentido havia se reduzido a uma pequena chama, a única que iluminava a escuridão de seu luto. Quando finalmente aquele sentimento abrasador se extinguiu, tudo o que Amelia sentiu foi uma enorme sensação de vazio. Ela não conseguia sentir mais nada—fosse alegria, ódio ou até mesmo angústia—além de uma profunda melancolia.

Porém, naquela manhã, o baque foi ainda maior.

Naquela manhã de terça-feira, o corpo de Charles seria enterrado.

Naquela manhã, ela se despediria de seu pai pela última vez.

Uma lágrima solitária correu por sua bochecha.

Amelia sorriu, porém sem nenhum humor. Havia chorado tanto, que talvez, justamente quando deveria se sentir ainda mais infeliz, não havia mais lágrimas.

O quão irônico era isso, afinal? Uma mulher que sempre detestara chorar, agora desejava estar aos prantos novamente.

Sem nenhum sinal de aviso, a porta do quarto se abriu, dando passagem para uma mulher mais velha, que trazia consigo uma larga bandeja. A anciã apoiou-a sobre o colo da jovem, esperando com que aquele pequeno agrado, pudesse melhorar o humor da moça.

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