Capítulo 10 | Fixer

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O tempo passava devagar quando sua única tarefa era, unicamente, pensar e refletir sobre um assunto, qualquer que fosse

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O tempo passava devagar quando sua única tarefa era, unicamente, pensar e refletir sobre um assunto, qualquer que fosse. Principalmente, em um lugar calmo e confortável, onde se pudesse imergir no que realmente importava. Ninguém poderia incomodá-lo enquanto estivesse concentrada, deixando que suas ideias se formulassem em processo lento e de muito aprendizado...

Mas Amelia realmente gostaria que o tempo passasse mais rápido.

Após o jantar, ela simplesmente realizou as últimos rituais de higiene necessários, vestiu sua camisola e deitou-se em sua cama. Afundada no enorme colchão, ela se enrolava nas cobertas macias enquanto tentava resolver todos os problemas que vinha acumulando desde as três últimas noites.

Ela não havia dormido bem na noite anterior e se sentia sonolenta ao extremo. Era cansativo forçar o corpo a ficar acordado mesmo quando já havia alcançado seu limite, principalmente em uma atividade que facilmente poderia ser interrompida por seu estado físico e mental. Ainda assim, a jovem sabia muito bem que se não o fizesse naquele momento, postergaria por tanto tempo que jamais resolveria suas pendências.

Mesmo que aquelas fossem as mais importantes que tinha para si.

Tudo bem, tudo bem. Preciso ter foco, ou aí sim acabarei dormindo antes mesmo de começar. Primeiramente, eu deveria rever os assuntos mais recentes. Tenho sorte do jantar de hoje ter sido completamente monótono. Ah! Meu passeio com Eliza, tenho que organizá-lo. Bem, posso telefonar para a confeitaria e reservar uma mesa com vista para os jardins, assim ficaríamos completamente à vontade e não correríamos o risco de sermos ouvidas por algum jornalista imbecil.

E... Terei de explicar para ela, não é? A mentira é dolorosa para mim, especialmente com ela. E não sou criativa o suficiente para inventar algo convincente, portanto terei de enfrentá-la. Quem sabe consiga suavizar a situação... Alguns eufemismos bastariam para que ela não me repreendesse tanto.

Amelia sabia o que viria a seguir. Ela teria que pensar à respeito sobre a proposta de Maximillian, e também sobre o fato de que agora conviveria com a família rival. Embora o primeiro assunto pudesse tomar caminhos diferentes, o segundo era inevitável. Não poderia modificar a decisão de Charles e James, por mais odiosa que fosse.

Era cansativo pensar em algo que já lhe fizera sentir tanta raiva.

Por mais que desejasse ir contra seu pai e questioná-lo até extrair a última gota de paciência que restava no patriarca Stratford, ela sabia que seria perda de tempo e energia. Não era algo que ambos voltariam atrás, então o melhor seria calar-se e aceitar, afinal, um lado da jovem mulher já sabia que, em algum momento, teria de conviver com a família de seu noivo de forma mais ativa.

E há o que Maximillian me disse. Aquele último sussurro... Está relacionado com seus próprios projetos...? Não entendo nada sobre isso. Seria interessante vê-los, saber mais sobre o que se passa naquela mente tão curiosa. Por outro lado, passeios arriscados como o de noite passada não podem ocorrer. Ugh! Quero aceitar, porém as consequências serão desastrosas caso algum de nós cometa algum deslize. Sei que isso deve ser um absurdo, mas não consigo deixar de pensar naquela carta que recebi, há mais ou menos uma semana. Parece ser falsa, uma brincadeira horrível.

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