Capítulo 13 | Harmonica

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Ninguém aparentou desconfiar quando Amelia e Maximillian chegaram à Mansão Stratford juntos

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Ninguém aparentou desconfiar quando Amelia e Maximillian chegaram à Mansão Stratford juntos.

Charles ainda não havia chegado e os demais provavelmente deveriam estar ocupados com algo muito mais interessante do que observar o portão que se encontrava na frente da casa. Dessa forma, os dois adentraram a residência de modo tranquilo e reservado.

Entretanto, o Irving quis acompanhá-la até seu quarto. O motivo, ela não fazia ideia. Mas dado o brilho em seu olhar, ela soube que era mais importante do que imaginava.

Seguiram a lado pelos corredores vazios, até que se encontrassem bem em frente à alta porta de carvalho. Os dois pararam diante dela, permanecendo em silêncio por mais alguns momentos. Amelia fitava-o, com dúvida e curiosidade, perguntando-se sobre o que ele queria com tudo aquilo.

—Eu gostaria de agradecê-la, senhorita Amelia. Por tudo. —sua voz tinha um tom firme de sinceridade, os olhos fixos nos dela—Sabes, eu não pensava que um dia eu poderia ter feito isso. Mostrar os meus projetos para alguém que não fosse um professor do internato, quero dizer.

—Tu não precisas agradecer. Apesar de tudo, eu aproveitei muito o nosso passeio. —disse, a voz com um toque de gratidão—Eu ainda quero conhecê-lo mais, Maximillian. Mesmo que... Eu não tenha muito tempo.

À menção da palavra tempo, Maximillian encarou-a, com uma expressão enigmática na face. Como se ela houvesse chegado ao ponto que ele queria que ela chegasse, sem nem ao menos precisar dizer nada.

—Ah, sim, tempo. Eu sei que o teu casamento com o meu irmão está se aproximando. —começou, sério demais para uma conversa tão casual quanto aquela—Nós não teremos mais como nos encontrar tantas vezes, não quando a derradeira data se aproxima. Não lhe parece triste? Mal nos conhecemos e permaneceremos assim, amigos distantes.

Na voz dele havia um quê de melancolia, como se ele já antecipasse aquela despedida hipotética. Amelia quis interrompê-lo, dizer que ainda poderiam ser amigos mesmo quando ela já estivesse casada. Robert não ficaria tão furioso assim caso os dois tivessem uma boa relação, certo?

Entretanto, ele continuou a falar, preso naquele estranho discurso.

—Eu não queria que as coisas continuassem assim. Mas é inevitável. —sussurrou, a voz um fio amargo—Não podemos interromper o que já nos é predestinado. As escolhas já foram feitas, antes mesmo que pudéssemos de fato escolher. É tão injusto, mas não há nada que se possa fazer. Os seres humanos estão presos à mudanças, sempre e sempre... —murmurou, o olhar frio e indistinto, um brilho deleitado em seus olhos cor de mel.

E sorriu, um sorriso frágil, mas repleto de expectativa.

Tudo irá mudar entre nós, senhorita Amelia.

Fitou-a, com seu olhar firme e afiado, como uma faca contra os olhos dela. Cada palavra fora frisada com severidade, significados escapando sílaba por sílaba. Ele havia planejado aquilo, suas falas eram intensas demais para que fosse algo de última hora.

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