Capítulo 4 | Surprise, Miss Amelia!

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A voz de Eliza foi a primeira coisa que Amelia escutou ao pisar em seu quarto

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A voz de Eliza foi a primeira coisa que Amelia escutou ao pisar em seu quarto.

—Não podes esconder tudo de mim, senhorita.

A voz que sempre fora tão severa agora era ainda mais intensa, que não dava espaço para qualquer desculpa. Mesmo com tamanha rispidez em seu tom, era possível ver a preocupação nos olhos pálidos, o vinco formado na testa, os dedos entrelaçados em uma tentativa de manter o controle.

Quantas vezes já não haviam se encontrado na mesma situação?

Haviam sido mais do que ela poderia ser capaz de lembrar.

—Eu sei. —suspirou a jovem mulher enquanto atravessava o cômodoTemos muito a conversar, mas eu preciso de um banho. Será que poderias esperar alguns minutos?a súplica parecia transbordar das orbes castanhas.

Se é o que a senhorita precisa...a sobrancelha da mais velha se arqueava em dúvidasEsperarei o que for necessário.

Dito isso, a mulher curvou-se graciosamente em sinal de respeito e retirou-se do quarto, deixando Amelia à sós com seus pensamentos. Enquanto a Stratford guardava sua pasta no armário, sua mente encontrava-se em mais uma tempestade interna. Elas estavam chegando com mais frequência naquele curto espaço de tempo.

Haveria algum motivo em específico ou era algo maior do que ela imaginava?

Mas ela não queria teorizar. Naquele momento, tudo com o que se ocupava era com o convite de Maximillian. Havia sido algo totalmente inesperado e deveras ousado, de forma que ela não sabia como deveria reagir. Como saberia? Jamais, em toda a sua vida, havia se deparado com algo tão curioso quanto aquela proposta.

Por um lado, Amelia realmente gostaria de aceitar o pedido dele, afinal ela ainda tinha o desejo de conhecê-lo melhor—e vice-versa. Nem mesmo havia conseguido se apresentar propriamente como havia prometido na noite anterior. Entretanto, se fosse pensar melhor...

...Era algo completamente inapropriado para uma moça de sua classe. Onde já se vira, sair com um homem durante à noite, sem a autorização de seu pai, até sabe se lá onde? Além disso, ainda deveria considerar que alguém poderia vê-la e reconhecê-la como herdeira da Companhia Stratford e vender o relato aos jornais. Que tipo de manchete fariam caso soubessem que estava em um casual passeio com o irmão de seu noivo?

Sem falar que aquilo poderia ser uma farsa. Uma carta forjada por alguém que apenas queria fazê-la de boba—ou até mesmo enganá-la por pura diversão. Entretanto, quem faria aquilo? Ninguém além dela ou do próprio Maximillian deveriam ter conhecimento sobre aquela amizade. Ainda que fosse possível, a possibilidade de ser uma brincadeira parecia irrisória.

Mas seu coração, sempre a guiando para onde não deveria, desejava vê-lo.

Não de uma forma romântica, aquele sentimento estava saturado de curiosidade e de adrenalina. Sim, aquilo certamente daria errado. Mas e se valesse à pena? Amelia tinha nas palmas das mãos a oportunidade de conviver com ele sem ninguém para atrapalhar. Aquilo era valioso, mas ela queria ponderar se era tanto assim, a ponto de apostar tudo em Maximillian.

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