Capítulo 12 | Wonderful Machine World

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Quando se espera por um grande evento, os dias que antecedem o famigerado dia especial sempre demoravam eternidades para se passarem

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Quando se espera por um grande evento, os dias que antecedem o famigerado dia especial sempre demoravam eternidades para se passarem.

Era assim que Amelia se sentia após receber o bilhete de Maximillian. Mesmo que fossem menos de dois dias, o tempo que ainda precisava se passar para que a quarta-feira chegasse ainda era muito. Porém não existiam poderes mágicos como os dos contos de fadas, nem algum aparelho tecnológico que pudesse atravessar o tempo.

Por ora, ela deveria esperar.

Como sempre.

Ela sempre estava esperando, esperando que seus planos se concretizassem, esperando por uma oportunidade, esperando para que todo aquele maldito jogo acabasse. Nunca livre de uma data, nunca livre das vontades dos outros. Era terrivelmente frustrante, porém ninguém poderia lutar contra o tempo.

Nem mesmo ela.

Desse modo, tudo o que lhe restara foram meras migalhas, momentos curtos entre um canto de um corredor e uma viga, atrás de uma fonte do jardim ou até mesmo em uma oportuna sala vazia. Nos pormenores, ele lhe disse o que deveria fazer, sem deixar escapar nenhum detalhe.

Um plano de fuga perfeito.

Ao contrário do passeio anterior, aquele seria planejado, para que não tivessem de enganar a ninguém sobre seus paradeiros. Ninguém saberia que haviam saído juntos, a não ser que eles próprios contassem. Amelia contaria à Eliza, com certeza, porém certamente seria uma versão um pouco mais resumida e correta da história.

Amelia sentia um profundo desgosto ao perceber que não se importava de ocultar tais informações à anciã. Pelo contrário, os segredos tinham um quê de prazeroso, algo que apenas ela e Maximillian poderiam se lembrar, por todo o tempo que lhes restasse. Ela não estava mentindo, então não deveria se preocupar, certo? Ainda assim, ela sentia um amargor em sua língua sempre que pensava no assunto.

Seu eu passado reprovaria profundamente tais atitudes.

Focar-se no presente amenizaria tais sentimentos, e logo eles seriam pequenas memórias esquecidas, algo para se lembrar após décadas, rindo: "Lembra-te daquela vez em que passeei com o filho mais novo dos Irving? Tantas coisas aconteceram que nem lhe contei..."

A terça-feira que antecedera a tão esperada quarta-feira fora tão tediosa quanto o dia anterior. Trabalho de escritório pela manhã, visita à fábrica à tarde, jantar enfadonho à noite. A presença do jovem Irving tornava as refeições um pouco melhores, mas eles não faziam nenhum contato, não diretamente. Era frustrante, porém não seria adequado demonstrar muito mais que algo cordial.

Entretanto, naquele dia ocorreu algo diferente. Assim que voltara da visita que haviam feito em uma das instalações da Companhia Stratford, Amelia deparou-se com um grupo de pessoas, todas procurando especificamente por ela. Ao perguntar o que queriam, responderam que gostariam de discutir os detalhes do casamento.

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