Capítulo 25 | You're Mine

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O trotar dos cavalos se tornava mais suave contra a estrada de terra

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O trotar dos cavalos se tornava mais suave contra a estrada de terra.

Amelia espiou pelas janelas, procurando algum ponto familiar em meio à vegetação obscurecida pela noite. Não conseguiu enxergar sequer um palmo a frente, em meio à sombras de árvores e borrões de flores e arbustos. Casinhas de madeira pontilhavam a paisagem aqui e ali,  a luz alaranjada de suas lamparinas e as pitorescas cercas tortas ao redor.

A jovem mulher suspirou, perguntando-se: o que raios havia feito? Uma escolha impulsiva, mal pensada, assim como na noite anterior, quando decidira por se aventurar na Dudley Street. Quem sabe estivesse se tornado uma idiota sentimental, incapaz de raciocinar corretamente quando alguém importante lhe pedia ajuda.

Seus lábios se crisparam em uma careta amarga. A antiga Amelia riria dela com todas as forças, maldizendo-a com todos os insultos elegantes que conhecia. O seu eu passado, alguém que sempre se mostrava insensível e poderoso, exigindo que suas vontades fossem respeitadas. Essa pessoa, já perdida no tempo, jamais se curvaria a um garotinho problemático como ele.

Entretanto, aquela não seria uma boa história caso não houvesse algum tipo de reviravolta, não é mesmo?

O frio cavalheiro havia se tornado um moço gentil e caloroso, enquanto a mocinha curiosa e mordaz tornara-se uma mulher confusa. E o pequeno menino, engraçado e criativo, afundara-se em algo frio e obscuro, alguém amargo e misterioso.

Não que sua vida pudesse ser considerada uma boa história. Seria um livro medíocre assim como As Aventuras de Lady Annelise, algo insosso e clichê até que alcançasse seus momentos finais. Certamente iria acumular poeira nas livrarias, até ser vendido em alguma promoção, por algumas poucas libras...

A Stratford sacudiu a cabeça, livrando-se de todas aquelas divagações inúteis. Pensar sobre a própria vida não lhe ajudaria em nada. O mais inteligente a se fazer seria se acalmar e então, repassar o que havia planejado, ordenando cada momento da situação hipotética que imaginava ser realidade.

Maximillian clamara por ajuda e ele iria recebê-la.

Em letras oscilantes e tremidas, com monstruosos erros gramaticais pontilhando o papel, ele havia pedido por um pouco de luz à ela, como se fosse a única que pudesse socorrê-lo. Em frases temerosas, escolhera um local distante para tal encontro, onde ninguém poderia encontrá-los. Ali, poderiam ter paz para conversarem, sem que pudessem ser interceptados ou manipulados, esperando que alguém estivesse a espreita, pronto para pegá-los no flagra.

A propriedade abandonada que James comprara há muitos anos, uma fazenda que se descobrira infértil, era para onde Amelia se destinava. Ficava a poucos quilômetros da saída de Londres, onde pequenas propriedades rurais marcavam as estradas que levavam às outras cidades ao redor. Se alguém pretendesse segui-los, teria de ser cauteloso, já que a estrada estreita e acidentada era o único caminho possível.

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