No toque de um Anjo | Overhaul Imagine

15. Foge daqui...

- (S/N)! - Você escutou a voz de Kai através das paredes reforçadas, um buraco surgiu em sua esquerda e a luz do dia invadiu o lugar. - Saia daí! Precisamos ir!

Você se levantou rápido, subindo pelo túnel vendo Chisaki em uma cúpula feita de pedras, as balas não iriam acertar nenhum dos dois, bem protegidos, ele te envolveu em seus braços ao observar você tremer com medo, desamarrou o casaco da cintura e o revisou, o limpando e colocando em você, tudo rápido.

- Tudo bem, tudo bem. - Não estava exaltado, mas sim preocupado, segurando seu rosto, a máscara atrapalhando a visão sobre Kai. - está ferida?!

- N-Não, eu to bem Kai. - Você fechou os olhos e abaixou o rosto, segurando as mãos dele com sangue em seu corpo. Sujo de terra mas por preocupação nem se tocou na misofobia - Acabou...?

- Não, ainda não, ainda tem gente dentro da casa. Precisamos sair daqui, preciso te deixar em segurança. - Ele abriu um pouco a cúpula de terra e observou os homens, recarregando as armas. - Preciso que fuja, fuja para a cidade, o carro está do outro lado da rua, e preciso que v- ?!

A cúpula se quebrou, alguém tinha esmagado aquela grossa camada de terra e a desfeito sobre vocês dois. Duas mãos gigantes bateram você e Kai contra o chão, te segurando ao lado de Kai agora no ar, ele não conseguia tocar a pele da pessoa, o que deixava ele parecendo um peixe fora d'água.

- O que temos aqui... - O homem de enormes mãos sorriu de canto, apertando Kai com força o fazendo gemer doloroso. - Overhaul, podemos conversar agora ou vai me deixar esperando por uma semana?

- Eu disse... que estava pensando na propost- Ah...

- Cala a boca. - Rosnou grosso e te olhou, rindo alto e de canto te balançando rápido mas fraco. - O que temos aqui também! Que coisa Linda, não pensei que o Overhaul usava put- AH!! - Com um dos braços explodindo, Kai e você foram banhados em sangue e restos do membro. O rival soltou ambos em reflexo e desativou sua individualidade, largando vocês dois no chão. - FILHO DA PUTA

- Você não tem direito de dirigir a palavra a mim... - Ele devagar ficou em sua frente, uma mão para trás como se estivesse te escondendo atrás dele. Por debaixo da máscara estava com uma expressão dolorosa, sentindo os pontos se abrirem totalmente e manchar mais ainda sua blusa. - Muito menos a ela, ainda mais dessa maneira tão desrespeitosa...

- ... K-Kai. - Você sussurrou, olhando os atiradores apontando suas armas em suas cabeças. Te deixando em pânico tendo memórias nada boas sobre armas. - ... Vamos fugir...

- Não podem-

Kai virou o rosto de canto para te responder, mesmo que fosse tão sutil, ele acabou caindo depois de um estalo alto, um tiro, um único tiro, diretamente no antigo ferimento.

Você o viu perder o brilho nos olhos enquanto caía, o sangue em seu peito se espalhando enquanto batia o corpo contra o chão, você soltou um grito alto e o segurou rápido, tirando a máscara de seu rosto e tentando estancar seu sangue vermelho. Ele trincou os dentes e se encolheu, meio sem ar, segurando firme em seu Kimono agora vermelho de sangue, te puxando para perto, vendo pavor nos olhos de Kai, enquanto te via gritar.

- ... Corr...re.. - Ele resmungou ofegante, puxando seu Kimono com fraqueza. - S-Some daqui...

- N-Não. Não vou! - Você segurou ele pelo braço, e o puxou tentando o levar para os fundos da casa para o proteger, os rivais não fizeram nada, apenas se arrumaram e ajudaram o aliado. Você os observou, pegando Kai com dificuldade em seu ombro e foi o levando ate os fundos, eles te deixaram fazer isso, já que eram os últimos minutos de Kai Vivo. O deitou no chão abrindo sua roupa e vendo a poça de sangue surgir no gramado, tentando estancar de todas as maneiras - A-Ah droga... o que eu faço?!

- Anjo... foge... eles vão... - Ele ofegou, passando a mão em seu rosto, preocupado. - Eles vão te matar...

Ele abaixou a mão de seu rosto e fechou os olhos, aos poucos perdendo a consciência, a palidez tomando seu rosto. Você ficou mais desesperada, pegou ele perto e tremeu deixando o rosto dele contra seu peito, pensando no que fazer, ele soltou um suspiro pesado, afundando o rosto em você.

Observou suas próprias mãos, e mordeu os lábios, ele já desmaiado, não tinha reação, mesmo que ainda respirasse. Você tremeu e colocou a mão sobre seu ferimento, a palma aberta enquanto se sujava mais e mais, sentindo as lágrimas correrem por seus olhos.

- Me perdoa Kai... - Suas mãos brilharam aos poucos, assim como as linhas em suas bochechas surgindo. - ... Eu... e-eu não tenho outra escolha.

- ... o que...?

Você ativou sua individualidade, um brilho branco surgindo entre suas veias o curando agora rápido, por usar todo o poder de sua individualidade. Você perdeu a consciência, caindo sobre Kai, que acordou assustado, te segurando perto.

- ... não... NÃO!NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!!!

Seu grito foi tão alto, que foi escutado pelo quarteirão, e mesmo apagada sentiu o poder que ele tinha na voz fez seu tronco vibrar enquanto ele te abraçava perto, depois disso, foi apenas uma vasta memória de Kai praticamente destruindo tudo, alguns flashes apenas, não dava para ter certeza do que acontecia, mas ele não errou, não errou nada.

- Os heróis logo vão chegar... precisamos ir... - ele te segurou os braços com cautela, você sentia dor no tronco inteiro, ardente e latejante, você tentou falar qualquer coisa mas ele não te deixava, muito menos queria usar o overhaul em você, ele não queria te matar e te reviver, isso o quebraria. Mas podia ficar mais tranquilo, seu corpo se regenerava de uma maneira mais rápida que o normal, mas ainda sim, você tinha um buraco no meio do peito. - Por que fez isso... garota estúpida.

Ele arrumou o banco de trás do carro arrumando para ficarem abertos, sem chance de você cair nos vãos, e te deitou ali, entre os travesseiros e cobertas para não ter chance de você virar, saiu voando da Cidade, ligando para Kurono e esperarem na frente da base, levaria mais de duas horas para chegar, ele então desistiu dessa ideia e foi direto para o laboratório de Takaoka onde poderia te tratar sem precisar da autoridade de um hospital ou ficar 2 horas na estrada.

Passou
uma hora,
duas horas,
três horas.

E ele finalmente te largou, com luvas cirúrgicas brancas em mãos e ensanguentado, largando a linha e a agulha de cirurgia e encostando as mãos sobre a testa, exausto, tinha acabado de te costurar, e parecia estável, mas mesmo assim, sua estamina estava quase zerada, poderia não acordar em dois ou três dias, levaria até mais.

- Idiota... garota estúpida. Por que fez isso... você podia morrer. - Ele passou a mão em seu rosto, lacrimejando, soltou um suspiro pesado e trêmulo. - Idiota... idiota...

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Yep, Cap duplo no dia
SURPRESAAAAAAAA