Capítulo anterior
Peguei em várias folhas brancas e telas da mesma maneira, seguidas de pincéis e vária tinta.
Atirei a minha 'raiva' em forma de tinta, para os meus objectos de trabalho. Acalmei as minhas dúvidas com a música que se encontrava ligada no mesmo instante em que eu "retratava" tudo o que se passava na minha mente: confusão.
Criar. A noite que teimava em perdurar foi gasta desta maneia, a criar. E naquele tempo, os 'porquês' que me atormentavam começaram, aos poucos, a serem respondidos um a um, mesmo que não conseguisse perceber as respostas. Ou talvez seja eu quem queira isto desta forma.
23º Capítulo
A noite fora bastante longa. Eu não reparara na velocidade a que o tempo passava, pois estava demasiada abstraída de tudo para o fazer.
Durante toda a noite, estive envolta em pensamentos, e fui atormentada pelas tristes memórias e, talvez por isso, não me conseguira mobilizar até ao quarto e oferecer algum descanso ao meu corpo tão necessitado.
Revivi um pouco de todos os sentimentos que já conhecia e experenciei outros completamente novos e diferentes. Respondi, embora que indiretamente e de uma forma demasiada abstrata para eu própria perceber, a todos os porquês embrulhados e infiltrados em cada parte do meu cérebro.
Acredito que o fiz de um modo subconsciente, para mais tarde ter todas as respostas ao meu alcance sem que, no entanto, mais alguém consiga decifrá-las... Talvez por isso mesmo é que a arte é arte, porque o significado da obra para o artista é uma confusão compreensível, para o espectador apenas uma visível 'guerra de tintas'. Mas, tal como o grandioso Oscar Wilde um dia citou, "Nenhum grande artista vê as coisas como realmente são. Caso contrário, deixaria de ser um artista."
(...)
Os raios solares começavam a penetrar a extensa escuridão da noite acordando a maioria das pessoas que, com muito esforço, se levantavam do calor confortável da sua cama e seguiam os seus atarefados rumos.
Bem, em mim os raios causaram-me uma reação totalmente inversa, fazendo com que os meus olhos se fechassem um pouco para se ajustarem à intensa claridade e, por sua vez, fazendo com que as minhas pálpebras comecassem a pesar-me ligeiramente sobre os olhos.
Provavelmente, estaria arrependida de não ter ido descansar durante as horas propícias mas o árduo trabalho que eu encontro à minha frente compensou tudo isso. Orgulho, talvez não seja a palavra mais adequada para este contexto... Talvez satisfação? Um pouco de confiança?
(...)
Dirigi-me até ao meu quarto e rapidamente percorri o percurso até ao chuveiro, ligando a água. Após esta se encontrar a uma temperatura ideal para o meu corpo, coloquei-me debaixo dela para tentar expulsar o sono e o cansaço que aos poucos e poucos se iam apoderando do meu corpo.
Permanci sob aquele agradável nevoeiro instalado na minha casa de banho por algum tempo e após inpirar fundo repetidas vezes e de me ter mentalizado que teria de ser assim, abandonei aquele quente espaço de minha casa.
O choque de temperaturas foi bastante evidente e o meu corpo, como é habitual, reagiu fazendo com que eu me arrepiasse e começasse a tremer ligeiramente. Para tentar acabar com estes desagradáveis sentimentos, vesti algo que me aquecesse o corpo e que me protegesse do tempo gélido que já se começava a sentir nas ruas de Londres.
Segui o meu caminho até à cozinha e preparei a minha refeição, mas no momento em que me estava prestes a sentar, a campanhia soou, o que me fez estremecer um pouco. Andei confusa até à porta principal e dei de caras com um Zayn sorridente e bem-humorado.
"Zayn...?" inquiri confusa, porém lembrei-me do que tínhamos combinado e rapidamente fiz questão de me emendar. "O que... fazes aqui tão cedo?"
"Bom dia, Rachel!" sorriu-me amigavelmente. "Apenas pensei que não quisesses chegar atrasada e assim podias conversar mais calmamente durante o caminho?" disse num tom de dúvida, o que me fez gargalhar ligeiramente ao mesmo tempo que concordava com ele.
Peguei nos meus pertences e tranquei a porta atrás de mim. Segui o meu rumo habitual até à escola, desta vez muito bem acompanhada. O percurso fora rápido e agradável, apesar de eu estar constantemente a bocejar e desconcentrar-me rápida e seguidamente. Zayn parecia não se importar muito, pois penas gargalhava alto quando eu abria a boca, dizendo que me achava fofa quando o fazia... E depois ainda afirmam que as mulheres é que são estranhas?
Ao entrar no recinto escolar, fui vítima de vários olhares curiosos (alguns deles matadores), e instintivamente, as minhas bochechas começaram a ganhar um nova tonalidade de vermelho. Zayn pareceu reparar nisso e após ter gargalhado um pouco, abraçou-me de lado e beijou-me o topo da cabeça, o que não ajudou muito nenhuma das situações.
(...)
Depois de uma breve conversa amigável com o grupo no qual 'me irei integrar', com exceção de um elemento, a campainha fez-se ouvir, bem estridente.
Os alunos começavam a amontoar-se em frente às portas das salas de aula, aguardando a chegada do respetivo docente, e eu, como não sou exceção, também assim o fiz.
A aula que se encontrava no meu horário era Inglês, e eu incomodei-me um pouco sobre o desempenho na mesma devido ao meu estado atual. Não que eu não gostasse da professora, mas talvez alguma aula menos monótona ajudasse a manter os meus olhos abertos.
Após a porta ter sido aberta, dirigi-me ao meu lugar e fui encarada com um olhar furtivo e ameaçador do meu colega de mesa. Sentei-me ao seu lado, um pouco receosa e vagarosamente comecei a retirar o material necessário, com a cabeça baixa.
"Bom dia, turma!" iniciou a professora com uma boa disposição matinal. "Hoje, iremos fazer um trabalho em grupo sobre a criatividade de escrita. E antes que se inicie o reboliço do costume, os grupos serão formados através da planta da sala, ou seja, cada aluno fica com o seu companheiro de mesa." disse e vários murmúrios de descontentamente e indignação foram ouvidos por toda a sala, incluindo o meu. "Quero que se aproximem do vosso par o mais que conseguirem, sem deixar passar o nível de conforto e quero que se conheçam... Pequenos pormenores são o suficiente. Neste trabalho deverão entender que as mentes não são iguais e as opiniões variam, deverão aprender a criar algo belo em conjunto, algo totalmente oposto mas com lïgação. Terão toda a semana para fazer o trabalho. Alguma dúvida?" inquiriu e o silêncio habitual reinou na sala. "Não? Então, podem começar."
Calmamente, eu e Harry chegamo-nos um para o outro até as nossas pernas chocarem levemente uma com a outra. Olhamos um para o outro e eu baixei a cabeça, trincando o meu lábio inferior.
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
"Vamos despachar esta merda, que eu não aguento estar tão perto de ti por muito tempo." disse severamente e eu olhei para ele concordando.
"Eu começo... Que queres saber?" perguntou friamente. Mil e uma perguntas surgiram na minha mente... A sua irmã... A sua bipolaridade... Porém a minha mente foi traiçoeira, e eu apenas dei de ombros, pois o sono e o cansaço já eram muito evidentes. "Tudo bem, eu..." bufou irritado e começou a falar.
Sentia os meus olhos pesados e os meus ouvidos pareciam não captar nenhuma palavra coerente, transformando as suas palavras numa melodia embaladora. Senti a minha cabeça a encostar em algo confortável e adormeci...
_____________________________________________________________________________Olá :)
Que tal? Não sei se está bom, porque eu estou com um bocado de sono e eu confundo-me toda e sou um bocado atravessada e prontos hahahahhaha
Bem, queria dedicar este capítulo à minha princesa, @Luanapgomez, porque hoje faz aninhos
PARABÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉS :D
Espero que gostem e é isso...
Votem e comentem XD
XxXx BeatrizM21 XxXx
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"O Artista" - {h. s.} - Completo
Teen Fiction"Nenhum grande artista vê as coisas como realmente são. Caso contrário, deixaria de ser um artista." - Oscar Wilde #55 in Ficção de Fãs (13-01-2015)