*51º Capítulo*

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As suas mãos atravessaram o tecido da minha camisola, tocando em todas as partes do meu abdómen. Se eu antes estava 'feliz', agora sentia-me como se tivesse ido á Lua, literalmente, porque eu já estava a ver estrelas.

Porra, eu tentei controlar-me, juro, mas ela estava a dar cabo de mim!

No momento em que eu ia agarrar o seu corpo novamente, um enorme clarão penetrou os nossos olhos, criando um enorme reboliço entre nós.

Será fútil referir que eu e Rachel estávamos estatelados no chão, devido ao gigante susto que o ser (agora em cima de mim), apanhou pelo retorno da luz elétrica e que as suas gargalhadas altivas eram possíveis de se ouvirem em qualquer cómodo da casa. Estúpido também será dizer que o clima entre nós tinha acabado e que eu estava totalmente passado por isso.

Fodasse, a luz elétrica voltou, mas a minha 'vela' continua acesa.

51º Capítulo

Um ruído forte penetrou os meus tímpanos, fazendo-me estremecer. A minha respiração estava irregular e descompassada e uma forte dor incidiu sobre as minhas costas. Nunca fui grande adepta de passar uma noite inteira deitada num sofá, e agora percebo porquê.

Desajeitadamente, tento obter algum equilíbrio através da pequena mesa que se encontra no meio da divisão, mas tudo o que eu consegui foi uma enorme queda sobre alguém que se encontrava aparentemente a dormir no meio do chão frio da minha casa. Harry.

Este ao sentir o meu peso sobre o seu corpo começou a praguejar palavras insultuosas, aparentando um esperado típico mau-humor matinal.

Uma gargalhada matreira escapou-se da minha boca ao ver a imagem descuidada do ser vivo idiota que dormira durante toda a noite, suponho eu, no chão gélido perante um dia tão álgido de outono.

Observo atentamente todo o espaço onde estou inserida, visualizando as várias velas apagadas com a cera que outrora derretera. Vejo o quadro quase acabado e reparo que existem vestígios de tinta sobre a carpete branca devido a um trovão inesperado que me fez derramá-la. E depois, vejo roupa. Roupa espalhada pelo chão da sala que outrora adornava os nossos corpos. Flashbacks avivaram a minha memória sobre a noite anterior e, de súbito, senti que o sangue quente do meu corpo começava a bombardear intensamente a zona das minha bochechas. Oh Deus, eu estava tão envergonhada.

Num gesto ágil, desenvencilhei-me do corpo de Harry, e, ainda que de forma desengonçada trespassei o mesmo e dirigi-me até à cozinha, tentando ao máximo esconder o rubor presente na minha face.

"Onde vais?" uma voz sonolenta pergunta atrás de mim.

"Vou até à cozinha." respondi nervosamente, tentando ocultar a cor ainda mais visível das minhas bochechas.

"A que espécie de cozinha?" indagou trocista, e eu emiti um suspiro confuso. "Se o teu desejo é ir à cozinha de algum café, aconselho-te a vestir algum roupa, porque ainda está muito frio e aposto que ainda existe muita chuva desejosa de cair sobre a cabeça de algum ser tão idiota como tu." gargalhou vivamente, fazendo-me perceber, que devido à excessiva vergonha, tomara o percurso que me levaria até ao gélido exterior da casa.

"Pffff. Eu conheço a minha casa! Eu só ia averiguar como estava o tempo lá fora!" menti descaradamente, passando pelo seu corpo com a cabeça cabisbaixa para que este não repare naquilo que eu tento fortemente esconder.

"Tens janela na tua cozinha, consegues saber como é que está o tempo se olhares através dela!" gozou Harry, seguindo os meus passos até a divisão desejada.

"O Artista" - {h. s.} - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora