*58º Capítulo*

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Harry virou-se de costas e pegou em algo que se encontrava no chão, algo demasiado escondido para que eu consiga ver do que se trata.

Num gesto rápido, Harry pega na minha mão e com cuidado, agarra o meu dedo anelar. Sinto tinta em torno do dedo e ao visualizar o desenho que o mesmo executara, fico surpresa ao verificar que possuía um pequeno circulo em volta do mesmo. Lembrava-me um anel.

"O que é isto?" interroguei emaranhada.

"Aceitas ser a minha Artista exclusiva?" pediu envergonhado. "Ou namorada, se quiseres!"

Estarei eu a dormir?

58º Capítulo

"Harry. Tu és um idiota!" gargalhei ironicamente, recebendo a sua atenção. "Estás bêbado ou assim?" gargalhei mais ainda ao ver a sua cara pálida.

Por momentos, o seu olhar caiu, tão rápida e velozmente como um meteorito ao penetrar a atmosfera terrestre.

Ele estava a brincar, não estava?

"Har-ry, eu... Eu pensei que..." tentei desculpar-me ao ver a sua face sem cor, sem vida. "Desculpa Harry..."

"Sai." ordenou, olhando para mim com um olhar fugaz e sem emoção.

"Harry, eu nã..."

"Rachel, por favor, sai!" pediu com uma voz forte, perfurando a minha alma com a amargura de tais palavras.

"Como?" indaguei, sentindo o arrependimento domar cada parte singela do meu corpo, tão lentamente, tão torturante.

"Eu não sei!" gritou, fazendo-me encolher. Suspirou, virando-se de costas para mim. "Apenas vai." Sussurrou com uma voz partida, enquanto se aproximava do parapeito da enorme janela do seu quarto, sem nunca olhar para trás.

"Adeus, Harry!" sussurrei, olhando-o uma última vez, com uma pequena réstia de esperança. "Adeus." repeti, com a voz partida e a visão embaçada, tentando percorrer o enorme corredor à minha frente com as últimas forças que me restavam.

"Foi um prazer conhecê-la, Senhora Styles." sorri o mais amigável que pude. Os seus olhos verdes e brilhantes, olharam as minhas lágrimas com pena. Não gostei. Na verdade, odiava o facto de sentimentos do passado começarem a dominar o meu corpo vulnerável.

"Adeus Sky!" sorri na direção dos olhos curiosos que se encontravam no cimo das escadas, bem escondidos.

"Já vais querida?" indagou a bela mulher à minha frente, mesmo já sabendo a minha resposta.

"Sim, eu vou!" respondi.

"Espero que voltes em breve." desejou, envolvendo-me num abraço apertado. Ela ignorava as lágrimas constantes que brotavam dos meus olhos, e isso confortou-me. "E que esse breve seja o mais rápido possível." sussurrou fazendo-me sorrir em contentamento.

O vento que corria lá fora, tornava as minhas bochechas gélidas, devido às lágrimas secas que habitavam sobre as mesmas.

O meu coração estava acelerado e parecia que a qualquer instante as lágrimas apareceriam novamente. O sentimento de raiva e arrependimento estavam a dar comigo em doida! Eu sou tão estúpida.

[ 24 de Dezembro - Noite da Véspera de Natal ]

Hoje é o Dia de Ação de Graça, e apesar de toda a felicidade e vozes felizes que me rodeiam, não me sinto preenchida, completa.

Desde aquele dia na sua casa, que tudo o que eu pensava que se estava a compor, desmoronou-se, em questão de segundos.

Os dias de escola que se seguiram foram os piores desde o início da mesma. A sua arrogância com que se dirigia para todos, os seus olhares indiferentes quando se concentravam em mim. Ele não era o mesmo, e eu sinto-me ainda pior, porque, em parte, a maioria da culpa se deve a mim.

Zayn e Jean Pierre foram o meu grande apoio e mesmo não sabendo a verdadeira história, suponho que entendiam que algo mau acontecera entre nós. Mas não comentavam nada, e isso ajudou. Muito.

As férias chegaram, o que impossibilitou ainda mais a proximidade que eu tentava criar entre nós.

Lembro-me que o vira uma vez, num dia extremamente chuvoso, no mercado da cidade. Senti o seu olhar sobre mim e sorrira tristemente na sua direção. A sua cabeça rapidamente direcionou a atenção para chão branco e brilhante do estabelecimento e os seus pés dirigiram-se, de forma apressada, para outro corredor.

Sentia saudades dele.

"Marie!" uma das minhas tias chamou a minha atenção, fazendo-me olhá-la em desaprovação devido ao nome que utilizara.

"Sim?" respondi de forma indiferente ao seu chamamente.

"Conta-nos, querida, como vão as coisas? A escola? Os namorados?" perguntou, gerando um nervoso miudinho no meu corpo. Ah! Como estas conversas me irritavam.

"Bem!" respondi seca, tentando acabar com aquele assunto.

"Mas já arranjas-te namorado?" questionou, curiosa. Suspirei. Quase, mas eu sou uma idiota.

"Grace! Deixa a rapariga em paz e vai ver como está o peru!" interrompeu George, seu marido, fazendo sorrir.

(...)

As conversas fluiam naturalmente, e o ambiente alegre e acolhedor faziam-me recordar de como eu amava o espírito natalício quando mais nova. As gargalhadas, os sorrisos das crianças ao receberem os presentes, as canções, o calor da fogueira, a alegria. Eu sentia saudades.

"Rachel!" a minha mãe chamou. Olhei na sua direção e vi um pequeno sorriso surgir na sua face marcada pelo passar do tempo. "Tens uma prenda à tua espera, lá fora!" gargalhou, deixando-me surpresa.

Corri rapidamente até ao hall de entrada, abrindo a porta e deparando-me com uma enorme caixa de papelão.

Abri-a com curiosidade e deparei-me com um enorme conjunto de material de segurança. Gargalhei por momentos. Que ridículo? Quem me mandaria isto e para que é que eu precisaria disto?

Um papel pousado sobre o mesmo chamou a minha atenção. Segurei-o com as minhas mãos que tremiam devido ao frio gélido.

"London Forest Park, 23:00h.
Feliz Natal!!! X"

Suspirei, vendo o vapor de água que provinha do meu a dissipar-se lentamente pelo ar frio de Londres. Ao longe, ouvi o relógio da torre tocar as 10 badaladas, indicando-me que tinha uma hora restante para me encontrar com quem quer que fosse a pessoa.

Tinha um longo caminho pela frente.

(...)

Cerca de 1 hora e 10 minutos depois, finalmente começava a avistar o parque indicado.

As minhas costas doíam pelo peso do material e as minhas pernas tremiam pelo cansaço.

Os meus lábios estavam secos e a minha pele ressequida. O gorro que adornava os meus enormes cabelos loiros, fugia por vezes, quando o vento chocava contra o meu corpo, com uma maior intensidade.

Estava ofegante quando me sentei no banco, posicionado no meio daquele parque vazio.

"Pensei que não viesses!" uma voz pronunciou-se atrás de mim, fazendo-me gritar de susto.

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Olá! Eu sei que demorei. E peço desculpa por isso, mas eu não tinha inspiração, por isso não me atrevi a escrever nada. Tentei, mas não tive coragem de publicar, vocês mereciam melhor!

Okay, gostei particularmente de escrever este capítulo porque eu adoro o Natal, e apesar de ainda estarmos no Outono, eu mal posso esperar que chegue o Inverno. Okay, sim, eu sei que Rachel é uma idiota, mas ele é a Rachel! Eu sentia que de alguma maneira, tinha de acelerar a história, porque para atrasados já bastam estes dois...

Bom, eu tenho uma má notícia:

A história está quase a acabar!!! Well, quase é como quem diz... Está próxima do fim... Ainda vão presenciar algumas aventuras entre estes dois, mas a história já tem um fim quase definido (na verdade não tem, mas irei arranjar qualquer coisa)!

Mais uma vez peço desculpa pela demora!!! Beijinhos *-*

Peace x

XxXx BeatrizM21 XxXx

"O Artista" - {h. s.} - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora