*40º Capítulo*

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"Mas tu não consegues parar quieta, merda!" gritou exaltado enquanto desligava o equipamento electrónico definitivamente, colocando a 

mão sobre a sua perna direita.

Sem querer, olhei para a sua mão pousada sobre a perna, delineada por veias salientes. Porém, algo grande nas suas "pernas" musculadas captou a minha atenção. Eu nunca pensei que... Oh Deus... que vergonha! Eu só espero que ele não perceb...

"Deus! Para onde é que estás a olhar, rapariga?" perguntou olhando na minha direção fazendo-me corar.

"Eu... hum..."

40º Capítulo

Oh boa! O que é que respondo agora? 'Para nenhum sítio especial, eu estava apenas a observar para sítios inapropriados para a minha idade, para ser mais específica, para essa coisa grande que tens entre as pernas!'

"Eu... hum..." pensa Rachel, usa essa coisa a que tu chamas cérebro e inventa algo rapidamente! Oh... "Eu estava a olhar para os pedais." disse rápida, mas não de forma apressada. "Estou a pensar a tirar carta. Achas que consigo?" olhei para ele, ajeitando os meus óculos negros que teimavam em escorregar até à ponta do meu nariz, que por um mero acaso se encontrava vermelho devido ao tempo outonal frio característico de Londres.

"O qu- Estás bem?" interrogou visivelmente confuso.

"Hum... hum..." respondi com um ligeiro aceno. "Acho que já está na altura. No dia 27 de Março atinjo a maioridade e acho que isso seria uma óptima prenda de aniversário." revelei sorridente e ele gargalhou por cima.

"Oh! Okay, SE conseguires tirar a carta de condução, liga-me todas as vezes que saíres de casa!" pediu e olhei-o com uma expressão facial deveras confusa.

"Porque carga de água é que eu te ligaria?" inquiri, forjando uma cara patética, suponho.

"Para não correr o risco de ser atropelado, se eventualmente quisesse sair."

"Tu és um idiota." explodi. "Pára o carro, imediatamente!" ordenei furiosa, enquanto encaminhava o meu olhar para o horizonte.

"Estás doida? Eu não posso simplesmente parar o carro porque a senhora assim o deseja!" revelou sarcástico e totalmente irritado pela minha reacção.

"Ou paras o carro ou eu saio assim mesmo, com ele em movimento." declarei, cruzando os braços sobre o meu peito.

"Tu não eras capaz!" afirmou e olhou para mim. "Eras?" inquiriu assustado.

"Queres tentar?" desafiei-o. "Pára. O. Carro!" pedi novamente, mas ele não mexera em nenhum dos pedais.

"Por favor, Rachel, estamos a pouco mais de 500 metros da escola." Harry revelou, verdadeiramente assustado. "Foi só uma brincadeira, idiota! És ainda mais mimada do que eu imaginei!" confessou, e neste momento era capaz de sentir o fumo a escapulir-se pelas minhas orelhas. Não que isso fosse fisicamente possível, mas pouco faltava para que tal acto se tornasse realidade. "E agora vais fazer o quê? Chamar o Zayn para me bater?" continuou com uma voz esganiçada e uma onda gigantesca de raiva invadiu-me.

Sem pensar duas vezes, abri a porta do carro, ainda em movimento, e atirei-me para o chão duro do pátio que se encontrava à minha direita. Por momentos, senti que tinha capacidade de voar e que tu era muito mais fácil desta maneira. Claro está que este pensamento rapidamente se evaporou quando o meu corpo sofreu o terrível impacto expectável contra o pavimento que cobria todo aquele recinto, obrigando o meu corpo a rolar sobre o chão frio coberto de pequenas plantas.

Um pequeno ruído permanecia dentro dos meus ouvidos, não me deixando apta para ter uma boa percepção sobre o mundo à minha volta. Uma dor pontiaguda ocupou a parte traseira do meu pescoço, fazendo-me gemer em desaprovação. Senti também uma ligeira picada no joelho, e ao virar o meu olhar na sua direcção vi pequenas gotícula de sangue a escorrerem pelo mesmo juntamente com um rasgão considerável nas calças de ganga claras que envergava, no mesmo sítio do ferimento.

Conseguia sentir as mesmas picadas do joelho, em diversas partes do meu corpo, inclusive nos meus lábios, nos meus cotovelos e em ambas as mãos. Provavelmente, possuía diversas mazelas em todo o meu corpo e provavelmente também não deveria ter saído pela porta de um carro ainda em movimento, mas o que está feito está feito e tenho que arcar com as consequências dos meus actos irracionais.

Não demorou muito tempo, para que sentisse uns braços fortes a envolverem a minha cintura magoada.

"Tu és maluca?" pude ouvir uma voz aflita atrás de mim, supondo que era a mesma pessoa que me abraçava. "Claro que tu és maluca! Quem é que se atira pela porta de um carro em movimento? É óbvio que eu não vou perguntar se estás bem, porque é óbvio que tu não estás bem. Tu precisas de um psicólogo!" afirmou depressa, nunca largando o meu corpo que se encontrava débil no momento, não me deixando espaço para fazer qualquer tipo de movimento.

"Tu és tão simpático, Harry!" ironizei, obviamente chateada pela sua falta de preocupação.

"Porque é que eu haveria de ser simpático contigo, idiota?" perguntou rude, porém, apertou ainda mais o meu corpo debilitado, transmitindo-me, assim, o calor que eu necessitava na altura. "Tu é que tiveste a brilhante ideia de saltar pela porta de um carro em movimento, por isso a culpa é tua, não minha!"

"A culpa é tua!" atirei frustrada. "É tua porque eu não quero passar por débil mental... outra vez!" sussurrei e inspirei todo o ar que era capaz.

"Tudo bem... Se isso te faz sentir melhor, a culpa é minha." disse sarcástico, enquanto tentava arranjar uma maneira confortável para ambos, sobre o pavimento indubitavelmente desconfortável.

"Okay, obrigada!" agradeci normalmente, e com todas as forças que ainda me restavam levantei-me.

"Onde é que pensas que vais, assim?" perguntou Harry, com uma expressão estranha.

"Para a escola?" afirmei em modo de pergunta.

"Assim? Toda a suja e magoada?" inquiriu, visivelmente 'preocupado'.

"Qual é o problema? Não importa o que vista, serei sempre motivo de gozo!" dei de ombros, tentando não transparecer a súbita tristeza que se apoderara de mim. "Sempre te podes divertir com os teus amigos, não é verdade?" inquiri, andando em direcção à escola, que se aproximava muito lentamente devido às minhas pouco aptidões físicas no momento.

Todo o meu corpo tremia devido ao frio que sentia, e o meu estômago dava voltas, pelo facto de ir com esta aparência para a escola. Harry é um idiota e a culpa disto tudo é dele. Se a minha mãe não tivesse quase obrigado a dar-me boleia, nada disto teria acontecido.

"Ahn... Harry?" chamei, virando-me para trás, à espera de o ver já em direcção ao seu carro. Porém, encontrei-o especado no mesmo sítio, ainda no chão. "Obrigada pela boleia, de qualquer das formas." agradeci, recebendo um olhar confuso da sua parte. Ele estava claramente desnorteado em relação a tudo o que acontecera... Da mesma forma que eu estava.

Assusta-me a forma como eu e ele somos tão diferentes, mas no fundo tão iguais!

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Olá Artistas!

Antes de mais quero agradecer pelas 9,49k leituras (quase 10k porra asgyuds), pelos 1,11k votos e pelos 324 comentários! Oh Deus! Estou super hiper mega passada!!! Vocês são fantabulásticas!!! E EU ADORO-VOS MUITO <3

Eu disse que a Rachel tem uma cabeça insana... Hahahahahahah Quem é a pessoa que se atira pela porta de um carro em movimento? O James Bond? Não, a Rachel Benson hahahahaha E o nosso Harry tão preocupado *-*

Espero que tenham gostado!

Votem e comentem :)

XxXx BeatrizM21 XxXx

&quot;O Artista&quot; - {h. s.} - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora