*11º Capítulo*

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Capítulo anterior

Ao confirmar que era mesmo uma rapariga tive a oportunidade de olhar para o seu rosto, e ao fazê-lo, a imagem que observei rapidamente se desfocou devido às lágrimas que ameaçavam escorrer pela minha face. Não podia ser verdade...  Eu estava perplexa e a minha alma incrédula. 

"Daisy, és tu?"

Capítulo 11

A rapariga, bastante semelhante a Daisy, olhou para mim com um olhar assustado e começou a andar para trás, com a sua face virada para o chão.

"Ei! Calma, eu não te farei mal." Disse chegando para ela, ao mesmo tempo que esta recuava o mais que conseguia. Abanava o corpo para a frente repetidas vezes e pronunciava as mesmas palavras vezes sem conta, assustando-me ligeiramente.

“Eu gosto de pintar” – disse a rapariga, repetindo a mesma frase freneticamente. Será que ela tem algum problema mental, que a impeça de estar parada por alguns minutos? Ou terá algum distúrbio psicológico que a impeça de dizer outras palavras que não são “Eu gosto de pintar”?

Reparei que esta estava bastante apavorada com a minha proximidade, porém ao vê-la naquele estado fiquei com pena e decidi manter-me a uma distância considerável. Neste momento, a rapariga tinha cessado as palavras que saiam da sua boca e os seus movimentos eram quase nulos.

"O meu nome é Rachel… E o teu, qual é?" Perguntei numa tentativa de iniciar uma conversa, porém sem sucesso. "Sabes, eu também gosto muito de pintar!" disse enquanto sorria um pouco desconfortável.

Não obtive nada para além de uns olhos esbugalhados e um início dos movimentos que á pouco a mesma realizava. Não sei porque é que ainda estava a tentar manter uma conversa com a rapariga tão parecida á minha amiga Daisy, mas eu sentia necessidade de falar com ela. Talvez por ela ser pareciada à Daisy? Por partilhar dos mesmos gostos que eu? Por ser tão misteriosa?

Olhei novamente para a rapariga e, momentaneamente, vários flashbacks se passaram em frente aos meus olhos, dos tempos em que eu era feliz à beira de Daisy, em que eu não era insultada, maltratada e desrespeitada por todos. Subitamente, várias lágrimas percorrem o meu rosto e embora estas tivessem reduzidas dimensões, foram o suficiente para humedecer as minhas bochechas por um período um pouco longo.

 A rapariga “mistério” olhava para mim com uma expressão um pouco difícil de decifrar, porém esta ainda permanecia de olhos esbugalhados e repetia muito lentamente vários movimentos, semelhantes aos de uma cobra. Ao reparar nas minhas lágrimas, cessou os seus movimentos, porém sempre mantendo os seus olhos bastante abertos.

"Desculpa, por isto!" desculpei-me sorrindo em quanto fungava um pouco para a manga do meu casaco "Sabes, tu és muito parecida com uma amiga minha que, infelizmente, não foi forte o suficiente para resistir ao grave tumor no cérebro e ainda estou um pouco fragilizada com a sua ida sem volta." disse não me esforçando ao menos para impedir que as lágrimas tomassem o percurso de à poucos minutos antes. Não sei qual o motivo para me expor de uma maneira tão grande a uma pessoa à qual não sei nada, nem mesmo o próprio nome. Porém, não sei se foi a necessidade que tive de desabafar e expulsar estes demónios que tenho dentro de mim de uma maneira que não é habitual. Talvez pelo facto de ela estar a ouvir, mas ao mesmo tempo me transmitir uma imagem que me mostra exatamente o contrário. Talvez por ela ser uma pessoa, embora incomum, que me compreenda ao invés de uma folha branca e nua, que nada nem ninguém consiga alcançar o seu verdadeiro significado.

Reparei na rapariga de longos cabelos castanhos e uns olhos brilhante cor de avelã. Era uma rapariga bastante bela e misteriosa, contudo os seus comportamentos não eram muito comuns.

Esta sorria largamente, com os lábios afastados, perante um suave pipilar de um pássaro que se encontra próximo de nós. Os seus olhos, normalmente dilatados, diminuíram um pouco, todavia continuavam mais abertos que o costume observável numa pessoa descontraída.

Uma brisa suave atravessou a nossa pele e a rapariga levou as suas mãos com uns dedos delgados e extensos, aos seus ouvidos, em quanto soltava um suspiro prolongado por uma espécie de gargalhada.

(…)

Apesar de várias tentativas, não consegui arrancar uma única palavra à pequena rapariga, por isso decidi afastar-me dela e, embora fosse a uns 30 passos de onde ela se encontrava, achei que fosse o melhor. Abri a minha velha mochila, desgastada com o tempo e a frequência com que eu a usava, e de lá retirei uma grande folha branca e um estojo onde encontrava grande parte do material necessário ao desenho. Retirei também uma garrafa de água e enchi um pequeno frasco. Como me encontrava na posse de tintas, decidi ilustrar o que observava há minha frente.

Vários minutos se passaram e a minha obra já tinha uma forma definida, porém ao tentar dar-lhe uns retoques fui interrompida por alguém a olhar fixamente para mim, e para a minha surpresa era ela, a rapariga “mistério”. Esta aproximava-se lentamente de mim e pude reparar na forma impressionada de como olhava as tintas que tinha na minha posse.

"Queres tocar-lhes?" disse com um sorriso largo. Os seus olhos brilharam e pude observar os seus movimentos cautelosos. Ela estava hesitante e por isso tomei a iniciativa, colocando-lhe um pouco de tinta na ponta do nariz. Ela ficou muito assustada, e os seus olhos abertos, ficaram vermelhos e a sua boca abrira-se em questão de segundos. Assustada com a sua reação logo tentei acalmá-la "Não te preocupes, isso sai fácil, vês?" disse enquanto limpava um pouco de tinta que estava entranhada na minha pele macia "Se quiseres também me podes pôr um bocadinho de tinta no nariz!" disse amavelmente. Peguei cuidadosamente no eu dedo e coloquei-lhe um pouco de tinta. Por sua vez, esta ainda amedrontada com o meu toque, ganhou coragem e espalhou-me toda a tinta no nariz, A sua boca abria-se, e de lá eram expelidos vários suspiros envolvidos num pequeno sorriso. A sua cabeça abanava-se da esquerda para a direita e esta tinha um brilho no olhar, porém ao ouvir uma voz familiar, parou bruscamente e começou a olhar freneticamente para todos os lados, porém com os mesmos movimentos de sempre.

“Sky, aonde é que te metes-te?” – perguntou uma voz que me era bastante familiar – “Eu sei que estás por aqui, aparece por favor, a mãe está muito preocupad… SKY, O QUE É QUE ESTÁS A FAZER?” – gritou assim que nos viu às duas juntas ambas com tintas na cara – “SKY O QUE É QUE ESTÁS A FAZER JUNTO DELA?”

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 NOVO CAPÍTULO PESSOAL XD

Bem, eu queria dedicar este capítulo à @MarianaHemmings20 por ser uma nova leitora assumida :) Obrigada pelos votos e pelo apoio, MUITO OBRIGADA <3

Bem, pediram-me para divulgar uma fanfic. O seu nome é "Frienship" e é do Luke Hemmings. A sua autora é a @elisa32_directioner. A fic fala de duas melhores amigas que acabam por se apaixonar pelo mesmo rapaz, porém surgem alguns contratempos e confusões e aí a história muda completamente e... VOU DEIXAR DE SER SPOILER! Quem quiser ir lê-la já sabe... Fica a dica!

JÁ VIRAM O "HUNGER GAMES: A REVOLTA - PARTE 1"? MEU DEUS QUE PERFEIÇÃO FHEULWGBUFÇESGHWIEÇBFHÇIWUEGHRFKEJAÇHNFEGAÇ 

DESTA VEZ A NOTA É MAIS PEQUENA QUE O CAPÍTULO HAHAHAHAHAHAH

Votem e comentem :)

XxXx BeatrizM21 XxXx

&quot;O Artista&quot; - {h. s.} - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora