*53° Capítulo*

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Montes de emoções ocupavam a minha cabeça. Ansiedade, nervosismo, receio, êxtase. Apenas Zayn sabe da minha futura participação no concurso e esse facto põe a minha cabeça às voltas. Tenho medo. Medo de participar e não ser capaz de impor a minha presença como artista, medo de falhar. Por outro lado temo vivamente a vitória, pois terei de abandonar as pessoas, embora escassas, às quais já me afeiçoei. Mãe, pai, Zayn, Harry...

Hum... Que ironia! Iria sentir falta daquele que apelidara de pior inimigo. Aquele ser vivo idiota que me infernizara a vida durante o início escolar, aquele macaco.

Aquele que fizera com que eu me apaixonasse. Aquele que me mostrou de novo o que era a felicidade. Aquele que me mostrou que nem tudo é uma tela a preto e branco.

Simplesmente aquele que me roubou o coração.

Harry Idiota Styles.

53° Capítulo

Dirigi-me apressadamente para o pátio escolar que preenchia o meu campo de visão. O gélido vento que embatia contra a minha face, tornava a minha pele rosada e os meus lábios ressequidos.

O cachecol azul marinho que adornava o meu pescoço, aquecia-o parcialmente. O gorro negro que pairava sobre os meus longos cabelos e o grosso casaco que o meu corpo suportava mantinha a minha temperatura regularizada e a minha pele aquecida.

Corri apressadamente para dentro do edifício, onde a maioria dos estudantes se acumulavam de forma excessivamente confusa, para tentar obter ainda mais quentura para o meu corpo gélido. Ao chegar, constatei que o calor que se afigurava dentro do edifício era quase impenetrável pelo frio que se fazia sentir lá fora. Essa ideia, reconfortou-me.

Já envolvida no meio da multidão de alunos que ocupavam os extensos corredores, tentei procurar por algum rosto conhecido que realmente despertasse um interesse em mim. Tentei, mas de nada serviu.

Encostei o meu corpo pequeno à parede, tentando descansar as minhas pernas que pareciam que iriam ceder a qualquer momento. Eu fui feita para pintar, não para fazer exercício mesmo.

Subitamente, ouço um conjunto de risos, e de forma desajeitadamente rápida abro os meus olhos à procura dos seres que produziam aquele som belo.

Pus-me em bicos de pé para visualizar um cabelo encaracolado a esvoaçar de um lado para o outro. O meu coração, como em tantas outras vezes, falhou uma batida e instantaneamente as minhas bochechas ficaram ruborizadas pelo simples facto de ele ter sorrido para mim, logo após ter descoberto que eu o observava fixamente.

Porra para ti, Rachel Imbecil Benson.

Após ter respirado profundamente várias vezes, rumei para junto deles. Porém, a meio do percurso, fui barrada por uma espécie de muro humano.

"Olá, querida!" saudou venenosamente, uma voz aguda.

"Olá, Anitta!" respondi de forma educada, tentando evitar qualquer problema futuro.

Esta olhou-me de forma macabra e logo de seguida meteu uma das mãos no seu casaco dourado e excessivamente brilhante. Engoli em seco.

"Eu não sei o que uma pessoa como ele, viu em ti." começou, apontando discretamente a cabeça para aquele ser vivo idiota que nos observava com uma certa preocupação a transbordar no seu rosto. "Uma louca como tu." continuou pronunciando cada palavra calmamente. Eu sorria, mesmo imaginado a sua cabeça enfiada numa panela com óleo gorduroso a ferver. "E aposto que ainda és virgem!" afirmou, provocando gargalhadas no resto do grupo que me rodeava.

"O Artista" - {h. s.} - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora