reencounter

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A estrada é longa, e sinto a tensão de Connor emanar de seu corpo até atingir meus sentidos. estamos há mais ou menos um dia viajando sem parar, intercalando quem dirige, e segundo os cálculos de Lucinda, faltam doze horas para chegarmos em Nyc:

-Os Ramapoughs são uma tribo que não são reconhecidas federalmente. Desde que me entendo por gente o povo está em guerra e protesto contra o governo e os federais.- Connor diz depois de um longo tempo de silêncio.

Lucinda está por dentro de algumas coisas, mas ainda se encontra meio perdida com esse assunto em especial. Ela não esperava informações tão pessoais de Connor.

-Ramapoug... an?-

-Chama de Ramapo Lucinda.-

-Porque diz isso Connor?-pergunto.

-A última vez que estive lá, eu era considerado como " um perigoso membro da tribo", é irônico até, porque ativei a maldição alguns dias depois de ir embora.- ri sem vontade.

Me pergunto o que houve para ele ativar a maldição, mas por mais curiosa que esteja, não tenho coragem de perguntar. 

Talvez em um outro momento.

Paramos em um pequeno hotel pra dormir, mas sei que o grande homem ao meu lado não pregou o olho, seus carinhos nas minhas costas e cabelos não cessaram em nenhum momento durante a noite. Diferente de Luci que roncou feito um porco durante horas.

Percebo que ela abaixou a guarda, e se tornou muito mais simpática e cúmplice, tanto de mim, quanto de Connor. E fico feliz por isso.

É, acho que também não consegui pregar o olho, talvez por ansiedade ou nervosismo. Mas não digo uma palavra durante a longa noite.

...

A estrada começa a estreitar, como na colina de Lupine Ridge. Um sentido pra cada, árvores densas contornando a estrada:

-É conhecida como estrada de sangue.- Connor comenta, assim que percebe minha atenção.

Lucinda dirige enquanto Connor está do meu lado, com a mão entrelaçada com a minha:

-Devo perguntar o porquê desse nome?-

-É uma estrada perigosa, aconteciam muitos acidentes e assassinatos ao longo dela.-

-E você conhece algum?- Lucinda pergunta.

-Uma mulher já atropelou um membro da tribo de propósito por pura raiva, ou ignorância, causou revolta em toda cidade.- disse olhando com seus olhos mel esverdeados para a estrada. - Eu conhecia ela, estudamos juntos, namoramos na época da escola, acho que ela tinha algo como esquizofrenia e tratava com alcoolismo. Era pra ser meu irmão. O garoto.-

-Ela queria atropelar seu irmão? porque? -

-Ele tava saindo com a filha dela. E como eu disse, ela se tornou ignorante.-

Aperto sua mão e começo a pensar nas histórias que envolvem esse lugar, e Connor.

Ele assumiu o controle do carro assim que entramos na cidade, não sei para onde iria nos levar mas confesso estar ansiosa.

Logo a picape começa a desacelerar, e encontro uma casa, branca, de madeira, tão charmosa quanto simples:

-Hora de ver a mamãe.- Lucinda resmunga e Connor ri baixo.

Descemos do carro e logo um garoto, aparentemente  5 anos mais jovem do que eu, aparece na porta.

Com os olhos arregalados e fixo no mesmo lugar, observa Connor se aproximar lentamente:

Wolves - Jason Momoa (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora