control

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-Você vai ter que usar seus instintos, quanto mais entender isso mais rápido será para controlar.- diz Connor.

Estamos no meio da floresta,  o grande homem ao meu lado está tentando me fazer controlar minha raiva.

não que eu esteja com raiva.

mas minha cabeça está em Lucinda, eu realmente preciso ir atrás dela e me desculpar.

um dia se passou desde que eu tentei fugir, não aconteceu muita coisa nesse meio tempo. fiquei com Connor e passamos a noite conversando, mal percebemos o dia clarear. Como um bom treinador ele fez um café reforçado e me trouxe pra cá:

-Connor eu sei que você quer me ensinar, e eu realmente quero aprender, mas eu preciso, de verdade, ir falar com Luci. não consigo me perdoar por ter falado com ela daquele jeito.- admito.

-Ela vai te perdoar, conheço Lucinda mais do que gostaria.-

-As vezes gostaria de ter te conhecido antes sabe? ela falou que você era uma pessoa totalmente diferente.-

-está dizendo que não gosta de mim assim?- diz debochando mas vejo um fundo de verdade.-

-claro que eu gosto. estou dizendo que fiquei curiosa com as coisas que ela disse.-

-Eu realmente era um homem diferente, mas a vida me fez mudar, aqui estou hoje.- diz e me rouba um selinho. - Agora vamos, esquece isso de controlar a raiva, vai ser mais difícil do que eu pensei. Quero que encontre um lugar na floresta onde poderíamos nos esconder.-

abro a boca pra responder mas o mesmo me corta:

-A cabana não vale.- sorri - depois disso te levo até sua amiga.-

concordo e foco minha atenção no que gostaria de achar, o som da floresta fica mais alto, o cheiro úmido fica mais forte, minha visão se amplia e olho em volta, sinto...

respiro fundo, uma, duas, três vezes, então minha atenção chega até uma escada, estranhamente escondida no meio das arvores. sem aviso começo a ir em direção da mesma, Connor me segue, ele sabe onde estou indo, logo chegamos:

-Boa gata.-

-O que é isso?- pergunto.

sem resposta Connor desçe as escadas e abre os portões enferrujados:

-Soube que antigamente usavam isso para poderem se transformar, mas o tempo foi passando e abandonaram. agora todos tem algo parecido no porão de suas casas. Foi aqui que eu usei nas poucas vezes em que senti necessidade de me transformar completamente.-

consigo ver as correntes e tudo mais:

-E por qual motivo você precisaria se transformar totalmente?- pergunto, sabendo que ele nunca precisava fazer isso.

-As vezes sinto que estou sem controle nenhum, comigo mesmo, e eu tenho a decisão de querer ou não me transformar, isso me mostra que eu estou no controle...- diz e não completa.

-Quando foi a última vez?-

-Quando você me viu na floresta, quando poupei sua vida.-

Concordo com a cabeça desviando o olhar:

-E você me fez vir aqui porque?-

-porque vai ser aqui sua primeira transformação, então você tem que estar o mais longe e escondida pra não machucar ninguém. vamos ser só  eu e você.- diz e me olha. - aqui você pode gritar que não será ouvida.-

-Macabro- digo.

-Claro que é.- sorri. - Vamos, vou te levar até Lucinda, e depois vamos Jantar.

Wolves - Jason Momoa (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora