the Wolves

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Pov Connor

Jacson me chama acabando com todo o clima presente. 

inferno.

inferno de beijo, inferno de mulher, estava ansiando por isso desde o primeiro momento em que eu vi ela passar pela porta do bar.

Aura sai desgovernada e então olho novamente pro homem baixo:

- Connor, é a Laylla.- porra.

-Você me empatou, pela Laylla?!-

- C-Connor ela não para de chamar por você.-

concordo e vou até a mulher siliconada na mesa de bar:

-Fala.- sou direto.

-Onde você estava amor? - tenta se agarrar em mim, mas estou irado e o único toque que gostaria agora seria o da Aura.

-Sem essa Laylla. Não temos nada.-

-Mas Connor, e ontem a noite?-

- Fodemos, só isso. agora larga do meu pé.- digo olhando em volta, procurando minha próxima vítima pelo bar.

vítima na cama.

Aura não está em nenhum lugar, e não me atrevo a perguntar pra Lucinda e ela acabar com meus planos.

Olho pra Jacson avisando que vou sair com um aceno de cabeça e me afasto daquela mesa.

O vento me causa calafrio, mesmo eu sendo muito quente. todos meus sentidos são apurados.

faço menção de subir na Harley, com o vento vem um cheiro forte de sangue fresco. Olho em volta mas não há nada, tento ouvir e ouço alguns barulhos de agonia, falta de ar.

 vou até a estrada onde o faro me leva, não é tão longe do bar, e então vejo a picape de Aura capotada no meio da estrada.

meu coração acelera por algum motivo que não entendo e corro até a picape, vejo o vidro frontal completamente destruído, o corpo de um homem estraçalhado em baixo do pneu do carro.

morto.

levanto meu olhar e mais adiante vejo a pequena Aura desacordada, indefesa.

seu corpo com poucos cortes de acordo com o estrago feito no vidro, o que é estranho.

seu olho esquerdo está roxo e sua boca cortada, mas ainda há respiração.

tento a sorte e chamo seu nome:

-Aura.. Aura..- mas nada dela acordar. tento novamente: - Aura...-

seus olhos se abrem ressaltados, com tonalidades amarelas e douradas.

exatamente como os meus quando...

eles se fecham novamente, em estado de choque decido fazer do meu jeito:

- Jacson, chama a malta e resolvam o problema da estrada, picape e homem morto.- digo pro celular ouvindo uma confirmação e desligo.

pego Aura em meu colo e sigo em direção a minha cabana. 

temos muito o que conversar.

-

Aura já está esticada no meu sofá a madrugada inteira, não preguei o olho em nenhum momento. aproveito pra fazer um café bem forte.

-AAAA.- ouço um grito vindo da sala e algo quebrar.

vejo Aura se contorcendo, seu grito de dor é pelos seus ossos estarem sendo estraçalhados, as coisas sendo quebradas mal me importam quando vejo seus olhos cor de ouro e suas presas, suas garras. seus gritos me incomoda mas não me permito fazer nada.

não vai adiantar nada.

então a mesma apaga novamente.

mais que porra, como Aura Marshall pode ser como eu?

pego a pequena mulher e coloco novamente no sofá. seus cortes e cicatrizes desapareceram de forma instantânea. 

arrumo a sala para que pareça que nada aconteceu. e volto pra cozinha em silêncio. estou acostumado demais com tudo isso pra mudar meus planos.

POV AURA

acordo com a sensação de enjoo muito forte, mas o cheiro de grama e terra molhada me trás a sensação de calmaria. não tenho coragem de abrir os olhos, e não quero saber onde estou.

no céu? no inferno? isso não importa. de fato estou morta. não sinto direito meu corpo.

mas sinto muito bem um carinho na minha bochecha, no lado esquerdo:

-Está na hora de acordar amor.-

levanto sobressaltada, sentindo meu corpo formigar, principalmente minha bochecha.

- Opa não exagera.- diz Connor quando me sinto tonta e ele me apoia.

- O que estou fazendo aqui? o que aconteceu?- pergunto.

- Eu que te pergunto, você não lembra de nada?- 

-Não?-

-Sua picape capotou...- como se aquilo me despertasse, todas as lembranças de ontem anoite vem a tona.~

o beijo, o atropelamento, capotei a picape, atravessei o vidro:

-Connor eu deveria estar no hospital, posso estar com alguma hemorragia interna.- digo.

- Você não tem nada.- afirma 

- Não você não entendeu. eu PRECISO ir pro hospital.- digo levantando.

mas seu corpo me impede de chegar até a porta:

-Aura sossega. você ta bem.- diz - era pra você estar destruída, você atravessou o vidro, em alta velocidade. e está impecável, se tiver dois arranhões pelo seu corpo é muito. -

então eu me olho pela primeira vez, lembro do meu corpo queimar inteiro quando atravessei o vidro, lembro dos estilhaços perfurar minha pele, lembro do meu coração falhar. lembro do homem em baixo do meu carro:

- Ele ta bem né?- pergunto. -Connor me diz que ele ta bem, e vivo!-

-Sobre isso...-

- CONNOR.- digo alto.

quando o mesmo nega com a cabeça eu fico desolada, tirei uma vida, por pura imprudência. lágrimas caem dos meus olhos e soluços ficam entalados na minha garganta:

-Calma.- Connor diz vindo em minha direção. seus braços em torno do meu corpo, seu cheiro de alguma forma me acalma.

nos sentamos e ficamos assim por algum tempo, até em que eu me acalmasse:

-Obrigada.- digo. - Você que me achou.-

- respostas. agora eu preciso disso.- ele diz calmo, me soltando.

-Sobre o que?-

-Da onde você veio? qual é sua origem? quem é você Aura Marshall?-

sinto que posso confiar nele, da mesma forma que posso confiar em Luci e em mim mesma.

- A história é longa..- 

Wolves - Jason Momoa (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora