the name is Maura

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Link pra playlist Wolves na minha descrição da bio

Olho pro relógio e vejo o quanto eu dormi, mas tudo bem, eu mereço esse descanso, tá tudo uma loucura.

O sol está se pondo do lado de fora, chego a essa conclusão com os raios solares no horizonte entrando pelas árvores.

-Vamos Aura, você tem que encarar isso.- digo pra mim mesma, tomando coragem pra sair do Trailer.

A bota esquenta meus pés, e a jaqueta de couro esquenta meus braços, mas o arrepio ainda sobe pela minha espinha conforme eu ando em direção ao Oeste.

Ando sem pensar e sem querer saber das consequências.

Quando dou por mim, estou em frente a porta da cabana.

Antes que eu desista bato na porta e vejo o grande homem abrindo, sem camisa, seu peitoral parece um muro de tão grande de definido. Sua calça de cargo caindo por sua cintura, se eu olhar bem consigo até ver o começo de sua virilha. Subo meu olhar e vejo seus cabelos selvagens soltos. E seu sorriso sarcástico ao ser observado descaradamente:

-O que faz aqui, Aura?- pergunta.

-Eu tenho mais uma pergunta.- digo logo de cara.

-Porque você não esquece isso?- diz e entra deixando a porta aberta pra mim.

Sua cabana é bem organizada, tirando pela coberta bagunçada no sofá:

-Você vai ficar analisando minha casa ou vai vir comer?- pergunta da cozinha.

Vou até ele e me apoio no batente, o cheiro de bacon alcança meu olfato com louvor:

-É melhor você se servir antes que esfrie.- diz se sentando na pequena mesa de quatro cadeiras.

Faço o que ele diz mas somente como um pretexto pra minha última pergunta.

Enquanto comemos em silêncio nos olhamos, está um clima tenso, e eu estou com uma absurda vontade de pular em cima dele.

Assim que acabamos Connor puxa o assunto:

-O quê você queria falar?- pergunta. - ou você veio pra ficar encarando meu peito?-

Engasgo mas logo me recomponho:

-tenho uma pergunta.-

-então manda.-

- Como que ativa a maldição?-

-Porque você quer saber isso? Seria algo inútil pra você.-

-Como todas as outras informações de ontem, mas eu quero saber.- digo.

-Você ativa a maldição quando mata alguém, seja por vontade própria, ou por acidente. Se você tiver sangue suas mãos, está feito.- diz desviando seu olhar do meu.

-E como você ativou a sua?-

-Isso é íntimo demais, e está na hora de você ir!- levanta e me pega pelo braço me levando até a saída.

-Droga Connor, tudo bem, se não vai me responder isso, pelo menos me responde com honestidade o porque da Lucinda te odiar tanto.- digo já no deck de sua cabana.

-Sem chance boneca, até mais.- fala e fecha a porta na minha cara.

Ignorante.

-

-Cinco cervejas gatinha, trincando!- diz mais um dos babacas sentados na mesa do Connor.

-JA VAI, merda.- digo.

O bar está á todo vapor, parece que todos da cidade estão aqui, Hayley pela primeira vez parece estar sóbria e trabalho, e Lucinda não para de fritar as coisas:

-Pelo amor de Deus, é por isso que eu bebo! Como aguentar esses babacas sóbria?- diz Hayley irritada.

-É foda amiga.- digo rindo e indo servir o idiota da mesa 3.

Vejo Luci saindo da cozinha pela primeira vez na noite e chamo ela:

-Luci, depois eu preciso conversar com você.-

-Okay, quer ir lá pra trás? Estou sem nenhum pedido por agora.-

-Você da conta?- pergunto pra Hayley.

-Se quando vocês voltarem eu estiver bêbada, a culpa vai ser desses babacas.- diz.

Rimos e eu sigo Lucinda até a saída dos fundos:

-O quê queria dizer?-

-Eu sei do Connor.- Disparo de uma vez.

Sua cara não é de surpresa no entanto:

-Mais cedo ou mais tarde você iria descobrir, agora deve entender porque pedi tanto pra você ter cuidado.- diz.

-Sim, mas ele não me põe tanto medo assim. Muita gente sabe sobre ele?-

-Na verdade não, só os marmanjos dele, eu o Sr. Da fazenda, e você. A Hayley desconfia de algo, mais quero deixar ela fora disso.- diz e me olha. - Aura é sério, a Hayley e agora você são o que eu tenho de mais próximo a família, toma cuidado.-

-Porque você odeia tanto ele?-

-Ele não te contou tudo?-

-Acabou deixando isso de fora.- digo.

-Eu não odeio ele, eu o culpo.-

-Porque?-

-Cinco anos atrás, aqui até que parecia uma cidade normal. Foi quando o Connor chegou. Com toda marra dele arrancou o coração de muitas meninas, inclusive da minha irmã Maura. Por outro lado, ele nunca deu bola pra nenhuma, até conhecer ela.-

Levanto meu olhar pro céu, tentando deixar isso menos "estranho", e Luci continua:

- Eles se apaixonaram, eram realmente lindos, não tem como negar. Nunca vi Connor sorrir tanto, e nunca vi minha irmã tão feliz. Foi assim, por três anos! Eu nunca vou me esquecer daquele dia.-

- O que?-

-Eles tiveram uma discussão, sobre algo que eu não entendi direito, Connor saiu bravo e minha irmã ficou chorando comigo, e eu realmente não entendia nada do que estava acontecendo.- para pra respirar e continua. - Na semana seguinte foi tudo muito estranho, muito vazio. E então um Connor chorando muito apareceu na minha porta, pedindo pra ir ajudar a Maura.-

-Meu Deus..-

-Quando eu cheguei foi tarde demais.-

-O quê houve?- pergunto.

-Ela se suicidou.- diz. - Ela deixou uma carta, mais pra ele do que pra mim, dizendo algo como " eu não aguentaria viver sabendo que o amor da minha vida é um monstro." Foi aí que eu descobri o que ele é.-

Estou completamente chocada:

-É por isso que o Connor é assim, a mulher que ele amava se matou, quando soube o que ele é. O amor não foi o bastante.- sussurro.

-A mulher que ele amava era minha irmã, e ele tirou ela de mim.- diz. - mas as vezes acho que tá na hora de dar uma trégua.-

Hayley abre a porta e grita:

-VAMOS LOGO, TEM MUITA CERVEJA PRA SERVIR E UNS QUINZE PEDIDOS, EU NÃO AGUENTO MAIS.- e logo entra.

-Acho melhor irmos.- diz.

-É... Vamos...-

Eu me senti machucada, ferida.

Como ele.

Wolves - Jason Momoa (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora