3

148 23 5
                                    

  8:15h da manhã, e ali estava eu, de pés na areia com a prancha debaixo do braço e apenas uma bermuda cobrindo o corpo, esperava pela minha tal professora de surfe

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

  8:15h da manhã, e ali estava eu, de pés na areia com a prancha debaixo do braço e apenas uma bermuda cobrindo o corpo, esperava pela minha tal professora de surfe.

  Pelo fato de a cacheada ser bem sistemática, não acho que se atrasaria ao menos um minuto. Portanto me correu pela mente que ela poderia estar a me aguardar em outro ponto da praia.

  Ajeitei sob o braço a prancha e me pus a caminhar procurando a jovem que tanto parecia saber sobre a modalidade cuja qual eu há anos sonhava em aprender. Ao chegar ao final da praia, andando para a direita da escada de acesso, me deparei com uma pedra. Uma grande pedra. Um pedregulho. E mais ao fundo uma caverna sem saída, caverna tal que Bellatrix não teve coragem de se abrigar sob. Então dormia ali à beira, de modo a ressonar profundamente.

  Me pus em frente à sua prancha, de maneira a repelir o Sol que sobre seu rosto brilhava com vivacidade. A bronzeada começou então a se mover e resmungar preguiçosamente:

  ㅡ Que faz aqui?ㅡ talvez o ódio e repulsa por mim, a fizera refutar até meu cheiro, visto que não fora necessário nem que abrisse os olhos para saber que se tratava de mim.

  ㅡ São oito e vinte.

  Minha resposta foi acompanhada por contínuas piscadas e um sorriso lídimo, dada empolgação para surfar.

  Eu não tinha medo ou receio dela ou de suas reações, no fundo sentia que era boa pessoa, só devia estar machucada o bastante para não permitir a proximidade de ninguém. E por isso eu iria fazer com que confiasse em mim, para mostrar que nem todo mundo era semelhante aos que a machucaram.

  ㅡ Droga!ㅡ bateu na própria testa.

  A surfista se apoiou na prancha, mas não conseguiu levantar e acabou caindo de bunda na areia. Pelo rosto pálido, os lábios crispados e olhos caídos, há muito não via uma migalha de alimento em sua frente:

  ㅡ Te pago um lanche.

  ㅡ Me pague um lanche.

  Ambos começamos a rir pelo idiota fato de termos falado simultaneamente. Estiquei a mão para ajudá-la a levantar, antes que caísse novamente ou até mesmo desmaiasse.

  ㅡ Há quanto tempo surfa?ㅡ indaguei colocando também sua prancha debaixo do braço.

  ㅡ Nove anos.ㅡ respondeu de maneira ríspida.

  Convencido de que não queria conversar, apenas fechei minha boca e caminhamos em silêncio até um restaurante chamado "Blue sea", que também ficava disposto na areia, em uma estrutura de palafitas.

  Finquei ambas as pranchas na areia e então subimos as breves escadas do estabelecimento.

  Nem precisei falar para que pedisse o que quisesse, Bella apenas andou até o balcão e já pediu um omelete apimentado. Para logo em seguida se arrogar de uma mesa pequena e retangular próxima às infinitas janelas laterais que davam-nos uma privilegiada visão da praia:

O mar que habita em mim- Bang ChanOnde histórias criam vida. Descubra agora