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  Voltar para casa

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  Voltar para casa. Essa era uma ação considerada totalmente fora de cogitação quando eu tinha uma crise de ansiedade, quando minha mãe estava brava ou quando ela estava de TPM. Porque caso eu a visse em virtude de uma destas circunstâncias, ela iria sobrepujar os limites dos meus ouvidos e especular coisas absurdas a meu respeito.

  Por isso agora eu sussurrava o nome da minha avó contra a porta, como um método defensivo para eu não bater em casa e Eun Ji acabar me puxando pelas orelhas para dentro. E se digo e me defendo disso, é porque já aconteceu uma vez e pretendo prevenir as próximas o máximo possível.

  ㅡ Olá, querida.

  Vovó Fátima abriu a porta com uma máscara de argila preta no rosto e um roupão, segundo ela era o "elixir da juventude eterna".

  ㅡ Mamãe está?

  ㅡ Sua mãe disse que volta tarde, foi dar aula de surfe para uma juíza na praia ao lado.

  Soltei o ar de meus pulmões, aliviada por não encontrar a anfitriã em casa. Então entrei em casa passando por vovó com certo cuidado para não a atropelar com a pressa que eu tinha. Ajuntei alguns produtos de higiene, algumas mudas de roupa, meu remédio e meus equipamentos de surfe.

  Coloquei tudo numa bolsa e peguei algumas uvas na fruteira:

  ㅡ Vovó, se mamãe perguntar onde eu estou, diga que estou dormindo na casa de Alya porque faz tempo que não vou para lá. E que se ela quiser pode ligar para Magdalina e confirmar que estou lá.

  ㅡ Certo, querida. Vá com cuidado e não volte muito tarde amanhã.

  Queria dormir na casa de Romonov porque tinha certeza de que em algum momento da minha crise, minha mãe estava sim em casa e colocou o nariz para fora, esgueirou as orelhas e atentou os olhos para descobrir que movimentação estranha ocorria na areia.

  Ao bater na porta da casa de minha amiga de longa data, Magdalina logo atendeu a porta:

  ㅡ Oh! Querida Bellatrix! Há quanto não nos vemos. Sabe que não saio muito de casa por conta do trabalho escorchante na promotoria, mas quem sabe num fim de semana podemos surfar juntas.

  Me curvei e abri um sorriso.

  ㅡ Pode entrar, Alya ainda não chegou.

  A mãe de minha amiga, Magdalina Romonov era de muita semelhança com a filha: olhos azuis, cabelos ralos e loiros, corpo atlético e ar imponente. A voz da senhora, contudo, era bem mais grossa e grave do que a da caçula.

  Tinha também outro filho: Lee Felix, mas para a infelicidade do casal, o menino era um bastardo, gerado por uma australiana. Quando a gravidez do mesmo foi anunciada, Magdalina há pouco havia concebido Alya e logo após tal descoberta a mulher pediu o divórcio e tem a guarda de ambos pois o pai não teve interesse em cuidar de nenhum dos filhos.

O mar que habita em mim- Bang ChanOnde histórias criam vida. Descubra agora