Eu queria poder ver Bang Chan antes de sábado, só não imaginava que o veria no domingo, ainda mais naquele desespero eminente:
ㅡ Bellatrix! Por favor. Saia daí.
Ele balançava os braços, de longe lá na areia:
ㅡ É melhor ir lá.ㅡ Felix alertou enquanto se preparava para surfar uma onda.
Respirei fundo e remei para fora do mar. Quando me aproximei, pude ver que ele chorava, Chan nunca me pareceu o tipo de pessoa que choraria, nem na pior das hipóteses ou catástrofes.
ㅡ Eu preciso que venha comigo para Seul agora.ㅡ tentava puxar o celular do bolso ㅡ É a minha sobrinha, ela não está nada bem.
Ao passo que eu tentava secar os cabelos, ele procurava freneticamente algo em seu celular. Já coloquei logo minha saída de praia por cima do biquíni, coloquei também um short porque parecia que ele precisava muito de minha ajuda.
Entregou finalmente o celular em minhas mãos e a aba estava numa mensagem que dizia:
"Tio, minha mãe acabou de morrer no parto do meu irmãozinho.
Pensava que ninguém choraria quando eu morresse, mas então me lembrei de você. Por favor não chore por muito tempo, também não se culpe por minha morte.
Eu te amo, muito mesmo."
Arregalei os olhos mais do que o necessário:
ㅡ Por que me chamou? Mesmo sabendo que eu já tentei contra a minha vida?
ㅡ Porque mesmo sendo habilidoso com as palavras, eu não as sei usar na vida real, tenho medo de falhar. E você escolhe muito bem suas palavras, sempre acaba confortando ou intimidando alguém.
Respirei fundo, espremendo os cabelos na areia.
ㅡ Eu já volto, está bem?
Eram 16h da tarde, mamãe assistia a um filme na televisão:
ㅡ Mãe, eu estou para Seul. Tenho um problema sério a resolver e te conto quando voltar, mas por favor me dê dinheiro para a passagem.
Eun Ji pareceu entender e logo pegou sua carteira, entregando-me seu cartão de crédito:
ㅡ Eu quero boas explicações quando voltar.ㅡ disse, olhando em meus olhos.
ㅡ Tudo bem. Tentarei voltar antes do amanhecer.
Entrei correndo em meu quarto, sem querer acordando avó Fátima de seu cochilo vespertino. Pedi desculpas e então do guarda-roupa puxei um moletom e minha bolsa de ombro, então em menos tempo do que imaginava, já estava dentro do carro de Chan, quase que ensopada e com os pés descalços.
A estrada para o aeroporto era bonita, cheia de plantas e flores, e um lindo e azul céu.
Christopher, com uma mão no volante, esticou o braço para o banco de trás, apalpando alguma coisa, e então puxou um par de chinelos:
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O mar que habita em mim- Bang Chan
FanfictionPara Chan, pessoas eram como mares: umas mais rasas e tranquilas, outras mais profundas e intensas. Mas será que ele realmente teria coragem de encarar a profundidade de Bellatrix? Afinal, em profundas ou rasas águas, podemos nos afogar.