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  A manhã daquele dia teria sido melhor se assim que acordei, tivesse sentido o cheiro do omelete de Vovó Fátima e descobrisse que todo o dia anterior não tinha passado de um pesadelo, um péssimo pesadelo

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  A manhã daquele dia teria sido melhor se assim que acordei, tivesse sentido o cheiro do omelete de Vovó Fátima e descobrisse que todo o dia anterior não tinha passado de um pesadelo, um péssimo pesadelo. E assim que senti o cheiro de sulleongtang invadir meu nariz, comecei a me perguntar: como viveria sem os fantásticos mimos de minha avó?

  Na minha frente não conseguia ver sequer um divertimento iminente, estava prestes a voltar para o meu quarto e tencionava um certo temor em ver a bagunça que vovó havia aprontado. Queria ver Chan, mas não tinha nem ideia se depois do dia anterior ele viria à praia.

  Bang não tinha me ligado, tampouco mandado uma mensagem, penso que as recentes emoções o tenham feito entrar num estado de exaustão, ainda assim acho egoísta não me avisar se está bem. Apesar de resignado e diligente, a intensidade das revelações podem o ter balançado um pouco.

  Enterrei o rosto nas mãos ao me pegar pensando na besteira que havia feito, quando iria aprender a segurar minha língua?

  Me levantei e logo dobrei os lençóis, dobrando assim o fino colchonete e o guardando num armário. Alonguei um pouco o pescoço e pernas, assim saindo do quarto enquanto prendia o cabelo.

  ㅡ Bom dia!ㅡ saudou minha mãe.

  ㅡ Bom dia!ㅡ respondi no mesmo tom, já me sentando à mesa.

  Não tinha muito o que falar, é de ciência geral que minha relação com minha mãe não é lá das melhores. Comi em silêncio, ainda chateada por não ter omelete.

  ㅡ Você está namorando com aquele menino?

  A pergunta foi direta, bem direta, mais direta do que eu esperava. E só então pude perceber que ela estava também sentada na mesa, à minha frente. Descansei a colher.

  ㅡ Sim. Ele é bom para mim.ㅡ apoiei as mãos no colo.

  ㅡ Eu espero que você seja feliz com ele, parece uma pessoa de bem.

  Ouvir minha mãe desejando que eu fosse feliz em meu relacionamento recente foi uma coisa esquisita, minha mãe parecia nunca desejar minha felicidade em nada. A minha alegria e estabilidade, porém, significava e garantia a paz dela.

  Suspirei e me curvei para agradecer, terminando assim o meu café da manhã.

  Então já ajuntei minhas coisas na mesma caixa, dirigindo-me para o meu amado e saudado quarto. A cama estava arrumada, e em cima dela um embrulho pequeno, as conchas desabavam das prateleiras e algumas até estavam despedaçadas, o guarda-roupa quase vazio, exceto pelo resto das minhas roupas que haviam ficado lá.

  Não estava de tudo tão ruim, só queria abrir logo o embrulho e ajuntar as conchas. Coloquei a caixa com as coisas amarrotadas em cima da cama, logo me sentando ao seu lado naquele móvel bem confortável e que durante um mês eu muito desejei estar embaixo de mim novamente.

O mar que habita em mim- Bang ChanOnde histórias criam vida. Descubra agora