capítulo dezenove

140 16 34
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Cameron James

Ainda estou encarando o teto, dormi por um tempo, mas não consegui mais. Posso ver pela janela que o dia irá amanhecer em alguns minutos e sinto o braço de Holly encostado ao meu, isso era estranho. Meu braço eriça com o menor toque possível e a noite de ontem não saía da minha cabeça em nenhum instante.

Me questiono se ter chamado ela para dormir aqui foi uma boa ideia, não sou assim, apenas... Holly tendia a ser tão impulsiva as vezes que isso contagiava. Mas ainda sou eu, e claro, não conseguiria deixá-la dormir no sofá da sala depois de tudo. Quando me pediu para descer seu zíper, meu adolescente interior gritou, tive sorte de controlar a minha mente e me afastar o mais rápido que pude.

Olhando-a agora, seu semblante calmo enquanto suas pálpebras tremem indicando que ela sonha, percebo aos poucos que não amo Tiffy há muito tempo, eu a amei, gostava que ela fizesse parte da minha vida, mas simplesmente aquilo desapareceu. O que me faz sentir uma pessoa cruel, mesmo que a minha intenção não tenha sido essa. Me acostumei com o que tínhamos, era seguro e fácil, porém não existia mais nenhuma faísca ali, desde o último ano, talvez?

Encarando o teto agora, lembro das coisas que ela me disse sobre Vince e toda aquela história deles se casarem. Só consigo pensar que isso é terrivelmente bizarro, ainda que ele seja chefe dela, as coisas que Mike havia me falado sobre ele privá-la de ter um contato mais próximo com os funcionários era doentio. Sinto que ela está se livrando aos poucos dele, mas tenho medo do que essa obsessão que ela tem com ela pode causar na vida de Holly.

Minha cabeça está um pouco cheia, sei que em algumas horas precisarei ir ao hospital e não sei como as coisas vão ser daqui para a frente. Ouço a respiração dela ao meu lado. Não paro de pensar no seu beijo, queria beijá-la quando me pediu para descer o zíper do vestido, queria beijá-la agora e a qualquer hora que ela quisesse. Melhor parar. Estou paranoico.

Ela se vira, puxando metade do edredom com ela e agora metade do meu corpo está descoberto. Se vira novamente, deixando agora apenas o meu braço coberto, sei que não vou conseguir dormir assim de jeito nenhum. Mas não consigo ficar bravo, porém está meio frio já que esqueci de ajustar o aquecedor.

O que me resta é tentar puxar de volta, talvez ela não acorde. Tento o puxão assertivo, as chances de dar certo são altas, talvez ela só...

— Ai! — ela veio com o edredom rolando e aparentemente eu também migrei para o meio da cama, agora estamos cara a cara no escuro.

Minha respiração está acelerada e suas bochechas estão coradas, com os olhos pesados do sono. Percebo que ela murmurou um ai e isso me deixou constrangido, o que ela vai achar que eu sou? Um tarado pervertido que tentava tirar o lençol de mulheres inconscientes?

— Estava tentando arrancar o lençol de mim? — murmurou sonolenta.

— Não! Estava apenas querendo pegar de volta. — explico.

EntrelinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora