capítulo vinte

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Cameron James

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Cameron James

Odiava as lembranças daquela noite, mas ver as provas bem na minha frente enchia o meu peito de esperança. É claro que você não imagina que uma coisa dessas vai acontecer com você, mas caramba, as digitais que o incriminaram... Tento não pensar nisso, eu sei que vou surtar se continuar lendo pela milésima vez o email do advogado do meu pai.

Ele era um cara experiente, mas não vou mentir que tinha horas que pensei que havia alguém por trás. Qual as chances disso? Eu não sei, há anos nos acompanha e lembro do quão incansavelmente ele trabalhou em busca de provas. Minha parte racional diz que é preciso apenas esperar.

A data do julgamento ainda está em análise, tudo de novo, a tensão, medo. Não quero lembrar do quanto a minha mãe ficou mal com todo aquele processo, todas as noites que se dopava de remédios para conseguir esquecer que o seu marido estava sendo condenado por um crime que não cometeu.

Preciso respirar. As paredes claras do hospital deveriam me tranquilizar, mas eu não sei. Aperto o braço da poltrona com os dedos, mentalizando o quanto isso pode ser bom já que o caso foi reaberto. Nunca vou perdoar o advogado se não ganharmos o caso, já que esperou anos depois para reabri-lo.

Minha respiração volta ao normal e me sinto mais calmo diante de tudo. A sala de convivência está sem ninguém, a não ser eu sentado numa poltrona ao lado da janela após ter recebido um email do advogado.

A porta se abre bruscamente e um interno entra com pressa.

— Dr. James, o coração da Chloe está a caminho. Encontraram um doador de Nova Jersey compatível com ela e o Dr. Hankins pediu para que se prepare, irá entrar com ele na cirurgia! — o interno parecia ter percorrido uma maratona até chegar aqui, pois mal conseguia respirar direito.

Essa notícia era tudo o que eu precisava no momento, de um instante para o outro estou radiante de felicidade, posso imaginar o quanto ela e sua mãe estão felizes agora.

***

O transplante havia ocorrido com sucesso, não que eu fosse de me apegar a pacientes, mas Chloe havia me deixado emocionado quando o coração bom bateu dentro dela na mesa de cirurgia. Eu residente, e claro, podia apenas auxiliar no que me fosse designado. Era sábado, na maioria das vezes meu plantão não cobre esse turno, porém foi como se o destino soubesse que o coração dela estava a caminho que me fez vir estudar a fundo o seu caso.

Ela precisaria ficar em observação, mas de onde eu estava, perto da porta que leva ao centro cirúrgico, podia ver Isaiah dando a notícia para a mãe de Chloe. Acabo sorrindo quando ela se emociona ao abraçar o médico e me contenho para não ir até lá, Isaiah diz que eu me empolgo quando terminamos uma cirurgia e que preciso ser mais profissional. Tiffy sai da do centro cirúrgico e se despede, ela havia participado também da cirurgia, o que nos fez trabalhar juntos.

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