Para Holly McCoy, sua independência é o certificado de que ela não se tornou como a sua mãe, casada por interesse com um cara rico. Mas para sua progenitora, e o resto da população da Big Apple, ela é, sem dúvidas, uma das garotas mais sortudas de N...
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Holly McCoy
Após deixar Isobel em sua casa, sabia que não tinha para onde fugir. Durante a semana inteira havia evitado Cameron a todo custo, desde ir até a pensão, até mesmo rejeitar suas ligações e ignorar suas mensagens - por mais difícil que tenha sido. Ainda me encontro confusa comigo mesma. Ouvir aquelas palavras era bem o que eu queria, não era?
Não vou mentir que a situação foi mais do que constrangedora, já que a confusão transparente nos olhos de Tiffy era tão óbvia que me senti uma pessoa horrível depois. Ver aquela situação como uma deixa e fechar a porta, deixando-o sozinho no corredor após ele ter dito em alto e bom som que era louco por mim me deixou sem saber como agir. Em algum momento cheguei a duvidar dos seus sentimentos, me peguei pensando que talvez tenhamos nos precipitado com tudo isso.
Parte de mim sente que um peso enorme foi embora por ter certeza de que Vince não faz mais parte do que eu idealizava para mim, só não sei se Cameron sente o mesmo em relação a Tiffy, o que me deixa confusa pra caramba.
O trajeto até a pensão parece uma eternidade, sei que quando chegar lá iremos conversar, mas não consigo pensar em uma forma boa de dizer o que eu realmente estava fazendo ao evitá-lo. Na verdade eu sei, eu estava apavorada. Pensei que lidaria bem com seus sentimentos sendo expostos assim, mas simplesmente me senti encurralada com a situação em torno de nós.
Soltei um suspiro audível quando estacionei o carro em frente a pensão, seu rosto virou em minha direção, como se dissesse de alguma forma que precisamos fazer isso.
— Desculpa por não ter dito nada depois. — começo, sentando de lado no banco para enxergá-lo melhor. — Fui covarde.
— É. Não fui até seu apartamento porque sabia que não me atenderia, só que... Eu não consigo ficar chateado com você. — Cameron responde analisando meu rosto como se durante esses dias isso fosse o seu maior desejo.
Deito a cabeça no banco, sem quebrar nosso contato visual, sabendo que milhões de pensamentos estão pairando em sua mente. Me pergunto qual é o seu sobre mim agora.
— Deveria. — desvio meus olhos para o porta-luvas, sentindo meu rosto esquentar com a vontade de sentir seu toque, que eu havia ansiado por esses dias extremamente tortuosos.
Um silêncio se instalou dentro do carro, e mesmo não olhando para ele, sabia muito bem que seus olhos estavam cravados em mim. Queria perguntar se o que ele havia dito era mesmo verdade, mas não tinha coragem, a que me restava eu havia perdido há poucos minutos quando começamos a conversar. E como se tivesse lido meus pensamentos, Cameron responde:
— O que eu falei no casamento de Eve é verdade, se você quer saber. — ele segurou a minha mão que repousava em minha coxa e a segurou, observei o movimento, sentindo meu coração bater tão forte que achava que era incapaz de não poder ouvi-lo.