capítulo dessezeis

169 15 37
                                    



Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Cameron James

O advogado do meu pai estava de frente para mim e minha mãe, cada palavra que saía de sua boca falando que ele voltou a investigar o caso me enchia de esperança. Se o caso foi reaberto é porque havia algo que antes não tinha sido notado. Era o que se esperava, provar a inocência do meu pai sempre foi algo que sonhei, desde que ele havia sido preso, a história que foi forjada por algum motivo de que ele roubou aquele colar não é nem de longe uma possibilidade.

Sabia que havia muita coisa por trás, principalmente naquela noite em que ele foi sabotado por motivos do interesse de quem fez isso. Me lembro da noite, da sensação de desespero que de uma hora para a outra vi meu pai ser incriminado como o homem que roubou o colar avaliado em 20 milhões de dólares (em média 100 milhões de reais). Ele era apenas um motorista quando isso aconteceu e hoje se tornou um presidiário.

***

Precisei ir correndo para o hospital já que estava atrasado, dormi na casa da minha mãe para ir com ela ao advogado e devido a isso me atrasei para o trabalho. Estava fazendo residência em cardiologia e por isso participei de uma cirurgia de transplante de coração, no final deu tudo certo e sabia que precisava dar uma descansada para o próximo turno. Fui ao dormitório dos residentes e não havia ninguém em nenhuma das camas. Estava exausto, sem contar que não conseguia tirar a noite de ontem da minha cabeça.

O que foi aquilo? Eu ia beijá-la? Como pude achar que depois do jantar e de tudo eu teria essa liberdade? Me sinto um completo idiota por isso, ainda mais que ela se enfiou dentro do carro e foi embora depois. Ainda me questiono o que se passou na minha cabeça para ter tomado aquela iniciativa, sequer sinto algo por ela, além de carinho. É isso que amigos sentem um pelo outro, não é?

O fato da minha mãe ter literalmente amado ela, até mais do que com a Tiffy deve ter feito com que eu imaginasse coisas. Não vou mentir que não gostei de tê-la jantando conosco, porque eu gostei, e muito. Mas a despedida... Não sei nem como olhá-la agora.

A porta se abre, o quarto está numa penumbra e percebo que não é um homem que entra, mas uma mulher. É um dormitório masculino e creio que a pessoa deve ter visto isso, ou provavelmente não, já que tem dias que o sono é tão grande que mal podemos ler as placas direito.

Ainda sentado na cama, coloco meu celular ao lado do travesseiro, sei que só irei acordar se tiver um despertador.

- Cam? - reconheço a voz de Tiffy e vejo ela se aproximar, no mesmo instante acho esquisito que ela tenha vindo até aqui, mas não questiono nada.

- Tiffy?

- Queria conversar com você, prometo ser rápida. - diz, sentado na cama ao lado. Mesmo que na penumbra devido as cortinas fechadas, posso vê-la ainda.

EntrelinhasOnde histórias criam vida. Descubra agora