CAPÍTULO 39: ELEMENTO SURPRESA

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AMÉLIA TORETTO

Ashley vai me empurrando pelo avião, libera o acesso da saída de carga e eu vejo que não há carros ali. Franzo o cenho quando ela bate no botão vermelho e o alarme soa alto, enquanto a saída de carga se abre. Dois homens surgem e, quando me vêem, apontam suas armas para mim. Eu me viro de costas, na tentativa de proteger a minha filha, mas nada acontece. Quando me viro de novo, Ashley está arrastando os corpos para o outro lado. Ambos têm um buraco no peito. Ela atirou neles por mim.

— Você os matou! — arregalo os olhos

— Eu não ia deixar eles tocarem em você. — diz pegando no meu braço e me arrastando para a beira da rampa

— Ashley, pelo amor de Deus! — grito quando a ventania nos atinge

— Pula! — ela grita, já que a ventania está causando zumbido nos nossos ouvidos

— Você enlouqueceu? — grito de volta — Essa coisa amarrada em mim é a minha filha e não um paraquedas!

Sinto a pequena se movendo, contra mim. Ela está começando a acordar, embora o canguru proteja seu rostinho e, consequentemente, seus ouvidos.

— Olha pra mim! — agarra meus braços e me faz encará-la — A gente não tem tempo. Se você não pular, vamos todas morrer! A janela está se fechando!

— O que está acontecendo? — sinto as lágrimas surgirem

— Me perdoe por isso.

Em um ato rápido, ela espalmou as mãos nos meus ombros e me empurrou, me fazendo perder o equilíbrio e despencar do avião, em queda livre e sem paraquedas.
Ela me jogou da porra do avião!

O ar me sufocou, o choro infantil atingiu meus ouvidos e, quando eu me abracei na minha filha, esperando a morte chegar, alguma coisa parou a minha queda. Eu esborrachei as costas no chão grosso e abri os olhos, quando percebi que tinha parado de cair. Consegui ver o teto do avião militar aberto, mas não sabia se era real. Minha cabeça estava doendo, pelo impacto, meus ouvidos estavam zumbindo pelo vento e pelo choro da minha filha.
Eu estava viva?

— Ei, ei! — uma mulher segurou meu rosto, emocionada — Você está segura. Tá tudo bem.

— Laura? — franzi o cenho

— Me ajuda a tirar ela do canguru. — ela disse me ajudando a sentar e desafivelando o canguru

— O que tá acontecendo? — franzo o cenho

— Sh, calma bebê. — ela sorri ao pegar a pequena no colo e passá-la para mim — Ela não bateu nada, aparentemente.

— Oh, minha filha. — envolvo seu corpinho com os meus braços, sentindo-a se acalmar aos poucos

— Cadê você, Ashley? — ouvi a voz de Owen

Virei a cabeça, me encostando na parede da aeronave e vi Owen pilotando a mesma, com a ajuda de um de seus capangas de equipe. Ele está concentrado.

— O tempo está acabando, pula! — Owen grita

Eles me acertaram! — ela grita ofegante

— Vamos sem ela. — Owen diz

— Não! — Laura grita

— Ela é uma peça na minha equipe, Dawson! — Owen grita — É substituível.

Laura sai de perto de mim e corre até o painel, apertando um botão.

Grayson, pula agora! — Laura grita

Bring Me Back - O Retorno de TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora