CAPÍTULO 24: RESGATE

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AMÉLIA TORETTO

Eu nunca tinha estado naquele lugar antes. Era uma praia bonita, sem nada por perto. Apenas o mar, o vento e a areia. Meus pés marcavam a areia e um perfume inconfundível tomou conta das minhas narinas.
Sorri.

— Michael. — chamei

— O que você tá fazendo aqui?

Me virei a tempo de vê-lo parado ao meu lado. Usando uma calça e uma blusa branca, descalço e com seu sorriso inconfundível.

— É o meu sonho. — digo — O que você tá fazendo aqui?

— Não sei. — coça a cabeça — Mas algo me diz que você está com uma ideia ruim na cabeça.

— Eu não vou aguentar, se eles começarem a usar os pontos fracos das minhas cirurgias contra mim. — assumo — E eu prefiro morrer, ao trair minha família.

— E a sua ideia mirabolante é se matar com a corrente que te prende? — ele franze o cenho — Mas que plano de merda, Amélia.

— Eu não pedi opinião.

— Nunca pensei que diria isso, mas Deckard tem razão. — faz careta — Suas ideias suicidas são péssimas.

— Uau! Você concordando com o Decks.

— A morte muda a gente. — dá de ombros

— Tô vendo.

— É sério, Amélia, não faça isso consigo mesmo. — me olha sério — Se você morrer, eu juro que chuto a sua bunda de volta pro mundo dos vivos.

— Isso é uma ameaça? — rio

— É uma promessa.

Abri os olhos quando me senti sufocada. Tinha muita água sendo despejada contra o meu rosto, de uma só vez. Tossi, virando de lado, sentindo que a água havia feito um passeio das minhas narinas até o meu pulmão.

— Bom dia, Amélia. — a voz de Brixton preenche meus ouvidos — Eu só queria dizer que fui contra o balde de água.

— Sei. — resmungo ao parar de tossir

— Você estava num sono agitado. — suspira — Vim te avisar que seus serviços não são mais necessários.

Eu o olho, de olhos arregalados.
Eles pegaram a Hattie?

— O que você fez?

— Eu? — me olha — Nada. Sua irmãzinha que veio até nós e nós vamos começar a extrair o vírus dela. Sendo assim, vim me livrar de você. Prefere uma bala ou asfixia?

— Vai pro inferno. — resmungo

— Uma bala, então. — puxa uma pistola do coldre — Na cabeça ou no coração?

Eu fico em silêncio, o olhando nos olhos. Eu nunca tive medo de morrer, tenho medo é de não tentar. Pelo menos eu não traí minha família.

Bring Me Back - O Retorno de TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora