CAPÍTULO 18: MÉXICO

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AMÉLIA TORETTO

O avião enorme parecia ainda mais enorme, já que estávamos um em cada canto, sem conversar. Owen e eu decidimos que eu entraria em contato com o dono do cartel e me ofereceria para tomar a dívida de Mike, deixando-a em minha responsabilidade. Quando liguei, fui convidada para comparecer a uma noite no cartel e conhecer a empresa da qual ele tanto se orgulhava. Antes de me equipar para ir, eu me deitei no sofá, próximo a Sala de Controle, e fiquei observando o teto, com os fones no ouvido. Eu não queria conversar, mas ficar sozinha estava me incomodando.
Eu queria chorar.
Chorar pra botar pra fora toda a frustração que eu estou sentindo. Por ter que salvar Mike mais uma vez, por ter a vida de uma criança em minhas mãos, por Deckard ter tentado me manipular. Eu queria esmagar alguém com porrada, mas precisava agir de forma calma, fria e calculada.

Uma turbulência me fez franzir o cenho e me sentar no sofá, tirando os fones. Olhei pela janela e percebi que estávamos pousando em uma estrada. Vi Owen sair da Sala de Controle e passar por onde eu estava, no exato momento em que os sinais apitaram, informando que a entrada de carga estava aberta. Me levantei, indo atrás dele.

— Irmão? — perguntei deixando o celular na mesinha

— Só um segundo! — Owen grita correndo e sumindo da minha frente

Sigo caminhando devagar, até que perco o equilíbrio com um tranco que o avião dá, quando começa a subir e volta a decolar. Me seguro na parede e ouço o ronco de motores.
Franzo o cenho.
Continuo o caminho e, quando chego ao compartimento de carga, me surpreendo ao ver o Charger de Dom e o Aston Martin DB9 2008 de Deckard estacionados próximos aos nossos carros. Letty sai do Charger pela porta do motorista e Dom pela do carona. Deckard sai do Aston Martin sozinho, com seus óculos aviador e sua pose de James Bond.

— Ficou com o avião da Cipher? — Dom pergunta olhando o local — Parabéns.

— Obrigado. — Owen agradece

— É aqui que três patetas têm o plano de passar a perna em um cartel, sozinhos? — Letty sorri para mim

— Bem vindos. — Owen abre os braços, orgulhoso e eu reviro os olhos

— Pensei que fosse procurar uma casa pra sua família. — cruzo os braços e encosto na parede

— Posso fazer isso depois. — Dom beija a minha bochecha, ao passar por mim, entrando no avião

— Garota, eu achava que era eu quem atraía perigo. — Letty sorri ao beijar minha bochecha, seguindo Dom

— O que está fazendo aqui? — pergunto quando Deckard se aproxima de mim, tirando os óculos do rosto

— Não consegui dormir. — faz careta — Então liguei pro Owen e vim pra cá.

— Sei. — resmungo — Deve ser horrível dormir sem mim, não é? — pergunto mal humorada

Acontece.

Acontece

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Bring Me Back - O Retorno de TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora