CAPÍTULO 31: COISA DE CASAL

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AMÉLIA TORETTO

três meses depois…

Coloquei o pé pra fora do carro e, de mãos dadas com Deckard, segui andando pela calçada, logo passando pelos portões e pelos homens armados até os dentes. Sorri.
A gente vai fazer um puta estrago aqui.
Do lado de dentro do portão, segurando uma caixa de bolo de aniversário, Hattie sorriu quando nos avistou e Owen bateu palmas, animado. Era visível que Decks e eu estávamos totalmente alinhados, em nosso próprio ritmo. Já fazia um ano que estávamos juntos, somente nós dois. As coisas estavam realmente mudando. Era chegada a hora de sair do nosso mundinho de lua de mel e expôr isso.

— Te chamo de irmã ou de cunhada? — Hattie sorriu ainda mais

— Não começa. — fiz careta e ela me abraçou, equilibrando a caixa do bolo em uma das mãos — Te amo.

— Eu sei. — ri — Te amo. — me solta

— Irmão. — Owen oferece a mão para cumprimentar Decks

— Você está bem? — Deckard pergunta apertando sua mão

— Muito, obrigado. — confirma e então sorri — Apaixonadinho, né?

— Cala a boca. — Decks revira os olhos e vai abraçar Hattie

— Então você ama mais ele do que eu? — Owen colocou as mãos nos bolsos e me olhou

Eu não sei explicar o que Owen e eu temos. Owen sempre se sentiu excluído, um pouco rejeitado. Ele se abriu pra mim, me contou que só queria fazer Deckard ter orgulho dele, mas acabou metendo os pés pelas mãos. Isso lhe custou uma boa relação com o irmão mais velho, mas ele gostava de ficar comigo, porque sabia que eu nunca o julgaria, apesar de tudo. Nós sempre brigamos, mas de um jeito ou de outro, sempre voltamos no final.

— Ei, você é meu irmão. — sorri ao olhar a carinha de cachorro sem dono que ele fazia — E se você pensa que pode se livrar de mim, Owen Shaw, eu te dou uma surra lendária que vai te deixar de cadeira de rodas. — digo e ele ri, com os olhinhos brilhando — E, é claro, um chute no saco.

— Você já me deu muitos chutes no saco. — ele ri e me puxa pra ele, me esmagando em um abraço — Eu te amo. Muito, mesmo.

— Eu te amo mais, Owen.

— Impossível. — murmura ainda me esmagando — Eu sou maior, portanto cabe mais amor em mim.

— E mais idiotice também. — o empurro, quando começo a ficar sem ar

— Você está ficando igual ao Decks. — torce o nariz

— Fazer o que, não é mesmo? — encaro todos — Você é o que você come. — digo e saio andando, entrando na penitenciária

— Como é que é? — ouço Decks resmungar

— Cinquenta tons de Deckard. — Hattie implica

Hattie colocou o bolo sobre a bancada, fora da caixa e nós quatro nos posicionamos feito o quarteto fantástico. Decks à minha direita, segurando minha cintura, Hattie e Owen à minha esquerda, sorrindo feito bocós, muito animados. Quando a porta do outro lado do vidro à prova de balas se abriu, eu vi Magdalene Shaw se surpreender ao nos ver sorrindo para ela. Ela sorriu, os olhos brilhando de orgulho e emoção, mas não deixou nenhuma lágrima cair.

— Meu Owen. — ela murmurou olhando para ele

— Oi, mamãe. — Owen sorriu

— Minha Hattie. — olhou para a filha mais nova

Bring Me Back - O Retorno de TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora