CAPÍTULO 8: FANTASMA

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AMÉLIA TORETTO

Eu sabia que Dom e Letty tinham observado e ouvido toda a conversa. A forma como me olharam, indicava tudo. Eu fiquei em silêncio, sentindo as lágrimas descendo sem controle pelo meu rosto. Me despedi do Senhor Ninguém e agradeci por vê-lo. Perguntei se, algum dia, poderíamos repetir a dose, mas dessa vez eu queria ver o Decks. Ele sorriu pra mim e disse que pensaria no assunto, mas não garantiu nada.
De volta ao jato, fizemos escala em uma outra base, onde Laura e Mike tomaram rumos diferentes do nosso, e pegamos um avião direto para Londres. Eu fiquei em silêncio, ouvindo música e tentando absorver tudo o que havia acontecido, tudo o que Owen havia me contado. Eu não podia acreditar que aquilo era real.

Horas depois, estávamos em solo britânico e eu me senti muito incomodada. Nada daquilo parecia fazer sentido pra mim. Owen mentindo pra mim, fingindo me ajudar, Decks me ignorando. De repente, eu não sabia mais quem eu era e para onde eu iria.
O que estava acontecendo comigo?

Assim que eu abri a porta do meu apartamento estúdio, disse para que meu irmão e minha cunhada ficassem à vontade e fui colocando algumas coisas no lugar. Dei uma olhada na geladeira e bufei ao vê-la vazia, murmurando sobre sair para comprar alguma coisa. O apartamento era amplo, mas com poucos cômodos. Os ambientes eram divididos por um sofá grande — do “quarto” para a “sala” — e pela ilha da cozinha.

— Sabe, pode deixar as compras por minha conta. — Dom diz enquanto descemos para o subsolo do prédio

— Relaxa. — dou de ombros, pondo minha digital no painel escondido e vendo a parede abrir, revelando o elevador — Vamos no mercado rapidinho e eu cozinho algo pra vocês. Gosto de cozinhar.

— O que você sabe fazer? — Letty pergunta, mas apenas para manter a conversa

— Muita coisa. — digo rindo, enquanto o elevador desce

— Amélia, se você precisar, não se acanhe, ok? — Dom sugere e eu seguro a vontade de rir — Somos família, em qualquer situação.

— Tá me chamando de pobre? — o olho

— Não, só quero deixar claro que estou aqui pra qualquer coisa.

— Certo, já deixou. — suspiro e o elevador se abre, no subsolo escuro

— É uma garagem? — Letty franze o cenho

— Mais ou menos isso.

Giro a chave de energia e os refletores começam a acender, mostrando a fileira de carros dos dois lados, que formam o corredor até a academia e o laboratório

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Giro a chave de energia e os refletores começam a acender, mostrando a fileira de carros dos dois lados, que formam o corredor até a academia e o laboratório. Letty arregala os olhos.

— Uau! — ela ri

— Qual desses é o seu? — Dom franze o cenho

— Todos. — sorri vitoriosa, andando pelos carros até chegar na mesa com os computadores — Cinco minutos e a gente sai. Podem escolher com qual vamos.

Bring Me Back - O Retorno de TorettoOnde histórias criam vida. Descubra agora