Bring Me Back - O Retorno de Toretto

CAPÍTULO 11: EU ESTOU AQUI

DOMINIC TORETTO

Eu sabia perfeitamente o que me esperava, quando Amélia me encontrasse. Sabia também que Letty me protegeria, mas não sabia o que Amélia faria com Letty em seu caminho. Levei seu aviso à sério, sei que ela — assim como Shaw e eu — é capaz de tudo pela família. Ela pediu, na verdade, implorou, para que nenhum de nós dois matasse o outro. Deckard se juntou à equipe, talvez mais pela família que por vingança à mim. Talvez Amélia enxergasse isso como um jeito de nos unir, quando eu voltasse, mas agora eu sei que ela não me deixará voltar. A pergunta que não quer calar é, ela teria coragem quando chegasse a hora?

— Você pegou os códigos! — berrei socando o vidro

— Rhodes pegou os códigos! — Cypher estreitou os olhos com o bebê no colo — Você tinha um trabalho, Dom, mas escolheu deixar sua esposa ir.

— Sua vadia psicótica, eu te dei o que você queria. — sinto meu coração errar as batidas quando o bebê ergue os braços para que eu o pegue, mas o vidro nos impede

— Acho que você não está motivado o suficiente, Dom. — ela debocha — Da próxima, talvez eu pegue um de seus irmãos.

— Fique longe da minha família.

— Não está em condições de fazer ameaças, Dominic. — me encara — Você me desafiou, aqui está sua resposta.

Atrás dela, Rhodes acerta dois tiros na cabeça de Elena. Seu corpo sem vida despenca no chão, com a cabeça aberta, e o barulho alto faz com que o pequeno comece a chorar muito alto. Meu coração se aperta e acelera, as lágrimas brotam em meus olhos. Quero matar Cypher com as minhas próprias mãos. Quero apertar seu pescoço, vê-la ficar roxa e sem ar, até que seu corpo fique gelado. Quero ver a vida deixar seus olhos.

DECKARD SHAW

Suspirei ao ver meu irmão me encarar e senti minha cabeça começar a doer. Era sempre assim quando se tratava de Owen. Ele enfiou nossa família nessa e, a minha vontade, é deixá-lo em coma por mais alguns meses. Amélia é tudo o que eu queria que ele fosse, mas parece que a irresponsabilidade fala mais alto com ele. Tenho certeza que minha perda de cabelo é culpa do estresse que ele me causa.

— É muito ruim? — ele pergunta, passando a mão no rosto, por cima da cicatriz

— Me diz você, Scarface.

— Achei que as piadinhas ficariam por conta de Amélia e Hattie. — ele franze o cenho — Por que está aqui?

— Toretto e eu estamos do mesmo lado.

— Como é? — me encara — Então Amélia conseguiu o que tanto queria. — sorri debochado — O irmão e o grande amor lado a lado.

— Eu não devia ter deixado você ir tão longe com os boicotes. — lamento

— Fale a verdade, Decks. Você queria isso tanto quanto eu. — me encara — A ideia de Amélia encontrar sua família biológica e nos abandonar te apavorava.

— Era direito dela.

— E daí? — ele se exalta — Onde estaria ela se não fosse por nós? Morta por complicações nos pulmões, atrás de um bar falido? Morta por infecção graças às cirurgias que teve que fazer por causa da imprudência do Toretto?

— Era direito dela. — insisto

— Prefiro enganá-la a vida toda e mantê-la segura, do que dizer a verdade e colocá-la em risco.