Louis levantou e se encaminhou para dentro, não conseguiria pensar em absolutamente nada ali fora com o sol batendo em seu rosto. Já lá dentro conseguiu observar várias pessoas andando e outras sentadas conversando e sabia que ninguém daria bola para mais um paciente andando nos corredores.
Louis procurava uma sala tranquila, que não houvesse tanta movimentação de entra e sai de funcionários. Louis achou no final do corredor, ficou horas sentado observando a quantidade de pessoas que adentraram a sala e era o total de 6 pessoas em umas 4 horas, aparentemente era o almoxarifado, só pra guardar papéis antigos então realmente não teria porque as pessoas entrarem tanto ali. Louis lia seu livro em frente a porta só pra não levantar suspeita.
Horas depois Louis viu que teria um empecilho, havia uma câmera no corredor. Se levantou e andou em direção a porta da frente, sentou ao lado de uma funcionária cujo nome era Nancy.
-Eu amo câmeras.- disse apontando pra que estava grudada em seu campo de visão.- Queria ser youtuber antes de vir pra cá. Me sinto bem enfrente as câmeras.
-Que bom, Louis. Infelizmente essas daqui não funcionam mas assim que você sair você pode voltar a gravar conteúdo, quem sabe assim você não comece uma grande carreira, hum?
Touché!
Ela havia dado a informação que Louis queria, agora ele sabia que não entrava pessoas ali, que as câmeras não funcionavam só faltava saber como ele chamaria Zayn pra ir até lá e com o que tiraria o maior de seu caminho.
Louis pensou, pensou e pensou durante todo o resto do dia. Ele queria muito tirar Zayn de seu caminho mas valia a pena perder toda a liberdade dele por isso? Mesmo com o plano totalmente bolado ele desistiu. Sabia que saberiam que foi ele, Harry saberia.
Louis precisou pensar em outra coisa pra fazer e graças a sei lá quem ele era muito inteligente. Não havia necessidade de matar Zayn, se ele fizesse Harry se apaixonar por ele, se Zayn visse eles juntos ele terminaria. Então era isso que ele faria.
Era janta, Louis não percebeu que perdeu o dia inteiro pensando nisso. Harry bateu na porta.
-Vamos jantar?
-Queria conversar com você primeiro, será que podemos?
-Humm, sobre? - Disse Harry entrando no quarto e sentando na cama em que Louis estava.
-Obrigado por me ajudar com as vozes, não tive tempo de agradecer. Elas me incomodam muito.
-Sinto muito Louis, não gosto de ver você assim, pedi encaminhamento rápido para o psicólogo. Acredito que logo vão chamar você pra triagem médica e aí é rápido pra começar o tratamento.
-É, já chamaram. Tiraram todo meu sanguinho.- Fez bico, apontando pro braço onde ainda havia a marca da picada. Harry riu.
-Dramático, e não precisa me agradecer, fiz o que eu faria por qualquer pessoa no seu lugar. -Isso quebrou Louis, ele não queria ser só mais um dos pacientes de Harry. Não queria se sentir assim.
-Ah sim.- Finalizou a conversa, não tinha mais nada a falar depois disso. Louis era bem sentimental e Harry já havia reparado isso.
-Vamos Louis, você tem de comer.- Começou a se levantar e caminhar em direção a porta até que percebeu que o menor nem havia se mexido na cama.- Vamos?
-Não, obrigado, perdi a fome.
-Louis, deixa disso, você precisa comer.
Louis então virou de costas na cama e deixou Harry parado em frente a porta, aguardando uma resposta ou reação. Logo o funcionário desistiu e saiu, deixando Louis no completo silêncio. A raiva que Louis sentiu da fala de Harry era inexplicável, queria sair e bater em alguém, sentia seu sangue pulsar na veia do pescoço.
Louis ficou cego, não via nada em sua frente, saiu do seu quarto e esbarrou em alguém, foi sua vítima. Louis o socou tanto que ele ficou irreconhecível. Logo mais pessoas chegaram e o tiram de cima do funcionário, que só foi reconhecido pelo uniforme e crachá que usava. Era Zayn. Para infelicidade do de cabelos espetado, ele estava passando pelos corredores em um momento de raiva de Louis.
Louis foi medicado e levado para enfermaria, estava amarrado a maca e sedado. Logo apareceram vários médicos que conversavam em volta da cama, sem conseguir distinguir o que eles falaram devido a sedação Louis dormiu.
Quando acordou estava em uma sala toda branca, com estofados nas paredes e no chão. Não havia janelas, havia a porta, um vaso sanitário, um colchão e só.
Logo após Louis acordar, um homem apareceu na abertura da porta e se identificou como funcionário. Ele explicou a Louis que após ele surtar e agredir um funcionário ele foi mandado para o quarto das almofadas, como eles preferiam chamar, mas era nada mais nada menos que uma solitária.
Era chamado de quarto das almofadas pelo fato de tudo ser forrado com almofadas gigantes para que ninguém se machucasse.
Foi explicado também que toda e qualquer comida seria lhe enviado através da fresta da porta, não teria contato com ninguém até se julgar apropriado. Louis teria acompanhamento médico e psicológico durante esse tempo mas fora isso não veria mais ninguém.
Agora ele entendeu o porquê de ninguém querer ir para lá, a hora não passava, os dias não passavam, não havia nada pra fazer. Eles não podiam ler, escrever, assistir... Só ficavam lá, sentados, deitados, aguardando a sua estadia acabar. E foi o que Louis fez, aguardou e aguardou.
Foram 5 dias sufocantes, começou a tomar medicação mais forte, fez dieta regrada de uma comida ruim pra porra, não aguentava mais. Ele tinha certeza que havia emagrecido uns 10kg no mínimo.
Chegou o dia de sair, e a primeira coisa que ele pensou foi em ver Harry. Ele sentiu mais falta do maior do que qualquer coisa, até mesmo mais falta do que ele sentiu de banho.
Saiu pelos corredores procurando o de cabelo cacheado, mas não o encontrou em lugar algum. Dias haviam se passado e nada de Harry até que em uma manhã quem foi o acordar foi o de olhos verdes.
-Levanta.- Falou ele curto e grosso, sem mais carinho na voz.
-Harry! Foi horrível naquele lugar, bem que você comentou que não era b...
-Eu disse pra levantar e não para falar comigo, você merecia apodrecer naquele lugar.
Louis ficou chocado, de boca aberta com a reação de Harry. Não esperava por isso, não entendia o que havia tanto de errado para ele agir assim.
-Você não faz ideia de em quem você bateu não é mesmo, Louis? Isso é tão fácil e tão sua cara. Agir como um idiota e acabar com a vida de alguém, acabar com o amor de alguém.- Seu olho encheu de água.- Você bateu no Zayn, ele não resistiu e isso é tudo culpa sua, então levanta essa bunda de merda da cama e vai comer antes que eu mande te colocar de novo na solitária.
Harry virou as costas e Louis não acreditava em tudo que ouvirá. Okay, Harry estava muito bravo com ele, não queria conversar e Louis havia matado Zayn.
Louis matou Zayn.
Louis matou o namorado de Harry.
Louis não queria fazer isso. Louis matou Zayn.
Louis apenas surtou com o primeiro que passou, porque o Zayn? Porque?
Se Deus existia mesmo, ele odiava Louis de todas as formas possíveis.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Suicidal Love
FanfictionLouis sofre uma vida inteira de injustiças e decide se vingar, considerado incapaz pelo júri e então mandado para o hospital psiquiátrico em que Harry, futuro psicólogo, trabalha para passar o resto da vida.