Não sei decifrar ele, se ele quer ou não me beijar. Vou respeitar ele e esperar mais um pouco pra conversar sobre isso, levantei e sentei em outro banco e aguardei o fim do trajeto
Se passou algumas horas e nada das pessoas voltarem, eu realmente estou começando a me arrepender de ter batido naquele humano, se é que eu posso chamar ele assim.
-Quando é que eles vão voltar ?- Perguntou Louis para Harry que mexia em seu celular.
-Tarde. - Ele nem tirou o olho do celular para responder o menor.
-Tarde que horas ?
-Vai demorar ainda.- Ele respondeu novamente sem olhar.
-Demorar tipo quanto ?
-Meu deus, que caralho.- Disse tirando o olhar do celular e direcionando o mesmo para Louis.
-Adoro.- Disse e deu um sorriso sarcástico.
-Eles vão voltar só de noite.
-Tu ta de brincadeira né ?
-Não.
-Que horas são?
-Meio-dia. - Disse Harry olhando para o relógio do celular.
-Eu to com fome, Harreeh.- Disse Louis com uma voz manhosa.
-Quer que eu vá buscar comida pra você? Eles trouxeram as cozinheiras do hospital pra fazer almoço e café pros paciente, aí eles vão comer e continuar o passeio.- Explicou.
-Não, pelo amor. A comida de lá é nojenta, prefiro ficar com fome.- Disse se sentando no banco da frente do Harry e se virando pra trás para poder ver o maior.
-O que quer que eu faça menino? Não posso te deixar sozinho por muito tempo.
-Tive uma ideia. - Disse olhando fixo para Harry.
-Lá vem. Fala.
-Tem lugar pra comer aqui perto? Um restaurante, loja, banquinha, quiosque... ?
-Não.- Disse com expressão desconfiada.
-Ah Harry, por favor, eu vou ficar lá pro resto da minha vida, eu preciso comer algo descente, eu te juro, de dedinho, que eu não vou fazer nada, se eu fizer a policia me pega de volta. E outra, eu não quero fazer nada.
-Por que não? Virou santo agora? -Arqueou uma sobrancelha.
-Porque não, por favor.- Fez biquinho.
-Ta bom, eu vou te trancar aqui e vou buscar, por favor se comporte. - Disse levantando.
-Ai nem acredito, obrigado Harry, obrigado, obrigado, obrigado.- Disse se levantando.
-De nada e para de fazer escândalo.
-Okay, vamos?- Disse animado.
-Não, você não entendeu, eu vou.- Foi aí que Louis se tocou de que ele ia ficar.
-okay. - Se sentou novamente. - faz sentido.
-Eu já volto, vira de costas.
-Okay, mas por que? - Disse virando.
-Pra você não saber como abre a porta?
-Okay.- Sorriu- como se eu não pudesse apertar todos os botões pra fugir né.
Harry foi em direção do painel, apertou o botão verde e saiu. Harry sabia que o painel era programado pra fechar a porta em 20 segundos, então ficou parado esperando a porta fechar.
Louis escutou uma batida no vidro e sabia que podia virar então olhou pelo corredor do ônibus e não viu ninguém, escutou outra batida e olhou para o som, olhou para o vidro e Harry atrás do mesmo dando tchauzinho com a mão.
Louis sentou, esperou e esperou e esperou. Seu estômago roncava muito alto, realmente estava com fome.
Quando Louis se deu conta Harry estava acordando ele com batidas fortíssimas no vidro, Louis levantou e olhou para Harry.
-Oi. - Disse Harry um pouco abafado por conta do vidro entre eles. - Vai até lá na frente, aperta o botão verde.
Louis só obedeceu, Harry entrou correndo e ficou entre a porta e Louis pra não ter risco dele sair. Louis chegou a conclusão de que é muito mais inteligente que o cacheado, se ele quisesse sair, ele podia ter apertado todos os botões ou matado Harry, ele realmente não vai fugir, sabe que teria consequências.
Harry estendeu um saco com umas letrinhas que Louis conhecia bem "MCDONALD'S". Foi definitivamente o dia mais feliz de sua vida desde os 10 anos.
Louis comeu o lanche que Harry havia trazido pra ele e olhou para o maior que ainda comida o seu.
-Terminei. - Louis disse olhando para o de Harry que devia faltar umas 3 mordidas para acabar.
-Que bom. - Disse de boca cheia e Louis apenas revirou os olhos.
A hora passava mas passava lentamente e Louis se arrependeu amargamente do que fez.
-Desculpa Harry. - Louis não conseguia levantar o olhar.
-Por? - Harry realmente não tinha entendido, mas acreditava que era pelo que Louis tinha feito aos dois.
-Por ter batido no maluco. - Louis não se sentia confortável nessa situação, agradeceu silenciosamente por Harry ficar quieto.
Horas depois Harry foi buscar biscoitos e suco feito pelas cozinheiras, não estava tão ruim.
Simplesmente foi o dia mais longo da vida de Louis. Ficar em um ônibus, trancado, com Harry mexendo no celular e ele sem absolutamente nada pra fazer foi o pior castigo que ele poderia ter.
Tentou puxar assunto com Harry mas o mesmo não colaborou, estava ocupado demais jogando qualquer jogo no celular pra dar atenção a Louis.
Após mais algumas horas sem fazer nada, Louis deitou no banco e dormiu, Harry o observou por horas, tinha medo de Louis mas dormindo ninguém fazia mal a ninguém, não é mesmo?
Harry cansou de esperar, odiava quando alguém aprontava porque era sempre ele que tinha que pagar junto. "Harry faça isso" "Harry faça aquilo" "Harry, fique preso com um psicopata dentro do ônibus por mais de 4 horas, ninguém se importa se você morrer". O cacheado não aguentava mais tudo isso e ele simplesmente não podia pedir demissão porque nem contratado ele era, esse inferno era sua única herança e ele não estava nem aí pra isso, só queria poder ter uma vida normal com seu namorado, longe da loucura de todo mundo, sem correr riscos de morrer a qualquer minuto, só queria ser um adolescente que vai em paradas lgbt, barzinhos, festas, etc, não um escravo de sua mãe.
Vagando por seus pensamentos, Harry nem percebeu que Louis havia acordado a algum tempo e o observava mexer em seu celular.
"Tá pensando no que?" - perguntou Louis.
Harry se assustou e Louis riu.
-Queria ser um adolescente normal. Só isso.
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Suicidal Love
FanfictionLouis sofre uma vida inteira de injustiças e decide se vingar, considerado incapaz pelo júri e então mandado para o hospital psiquiátrico em que Harry, futuro psicólogo, trabalha para passar o resto da vida.